Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Congestionamento de processos!

10 anos do Conselho Nacional da Justiça, (CNJ). 

Os mais de 95 milhões de processos ano, um  para cada dois cidadãos, indicam uma – judicialização  excessiva, incluindo o ativismo jurídico.

Publicado na íntegra no Jornal " O Regional" de Catanduva em 30/12/2015


A revista da Associação dos Advogados  de São Paulo, número 128, dezembro de 2015, traz em 13 títulos e 100 páginas, registros dos 10 anos do Conselho Nacional da Justiça, (CNJ). Tido como a grande novidade da  Reforma do Judiciário, criado pela Emenda Constitucional n 45, de 30/11/2004, sendo a publicação um das iniciativas da comemoração do Conselho.
Foi escolhido  o Congestionamento de Processos por entender que consiste num grave problema a ser enfrentado pela sociedade, e neste  tópico há análise crítica da situação de forma a gerar um alento futuro.
Para melhor juízo do leitor registra-se que na Justiça em Números, há o relatório do mapeamento quantitativo do Poder Judiciário desde 2008 que é divulgado em Seminário anual, em sua oitava edição.
Os dados de 2013, publicados em 2014 acusam uma taxa de congestionamento de 71% das ações judiciais, que  persisti  desde 2009. Dos  95.139.766 processos, entre estoque  e casos novos, que tramitaram na justiça brasileira, mais de 67 milhões de conflitos por lá ficaram nos seus corredores, para serem decididos no próximo ano, isto significa dizer que , de cada 100 processos 71 não tiveram solução, naquele ano.
Os mais de 95 milhões de processos ano, um  para cada dois cidadãos, indicam uma – judicialização  excessiva, incluindo o ativismo jurídico. Este dado significa que questões relevantes do ponto de vista político, social ou moral que estão sendo decididas pelo judiciário, estão sendo transfereridas de poder das instituições tradicionais, o Executivo e o Legislativo, para os tribunais.
Há na verdade uma crise institucional, detectada nas manifestações populares de 2013, quando os agentes políticos foram escorraçados das ruas. Esta é uma demonstração de que o Estado Judiciário está a substituir o Político por total descrédito, deste!
Quanto ao ativismo judicial decorre da criticada expansão de assuntos abrangidos pela constituição de 1988, porquanto a cada item acolhido na Carta Magna decorre uma oportunidade de acesso aos tribunais. Há no caso a possibilidade do indivíduo perscrutar via processo o seu direito. Se está na Constituição, questiona-se via judicial.
Duas iniciativas recentes que tem recebido atenção, representando um avanço quanto a questão, mesmo que a longo prazo. Melhor do que nada que consistem na lei da Mediação e  do novo Código de Processo Civil que impõe restrições a protocolização da ação sem a previa tentativa da composição das partes.  Este é um assunto  delicado e importante para a sociedade. A edição está rica em dados e na análise deles  por renomados articulistas.
Parabéns ao Conselho Nacional de Justiça pelos seus 10 de relevantes iniciativas para corrigir a rota da justiça brasileira.
Feliz 2016 a todos leitores.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Pequeno dano ecológico!

Ao chegarmos para pescar no entardecer, os peixes boiavam no ribeirão

Na fazenda São Sebastião no município da Barrinha, deparamos com a abundância de peixes por estarmos próximos a três cursos de água- o rio Mogi Guaçu, um ribeirão e córrego. O rio e ribeirão eram limites da propriedade e o córrego estava nos fundos de casa. Ocorreu certo dia que ao chegarmos para pescar, no entardecer constatamos que os peixes boiavam no ribeirão. Alguns ainda se mexiam em agonia, foi horrível. Uma vez por semana íamos, eu e meu pai àquele local, tinha até o poço certo, buscar peixe. Uma fonte de alimento – era chegar, iscar  a minhoca no anzol e o bagre, estava fisgado. Com a foz  do rio Mogi Guaçu próxima, pescávamos outros pequenos peixes, mas a maioria era de bagres. Enchia uma fieira numa rama de galho e retornávamos.  Com mistura para mais de um dia, o objetivo fora alcançado. Na manhã seguinte,  trabalho e escola.

Após esta matança dos peixes, por um bom tempo  evitamos a pesca no ribeirão. A notícia de que um engenho de pinga soltara garapão na água nos deixou indignados.  Ficamos tristes porque por um bom tempo, deixamos de pescar naquele local.  Certo que pescávamo no rio e córrego em frente de casa, mas os bagres do ribeirão eram especiais, muito saborosos. No rio íamos de sábado a tarde, dava muito peixe - piava, piapara, mandi e traíras nas lagoas. Os patrões que tinham linda ceva pescavam de tudo e dos grande. Lembro-me de dias que meu pai tinha dificuldade de pescar com duas varas, então nestes momentos  eu fisgava - ele iscava e tirava o peixe. Vida boa não? Era tal a quantidade que vez ou outra ele salgava e estendia no varal - atividade de subsistência. Neste local tomei gosto pela pesca, um lazer especial praticado nos rios Grande e Tiete com minha volta ao interio.onde deparamos com ações mais graves de dano ecológico, inclusive da pesca predatória.
De minha parte me senti muito mal vendo os peixinhos mortos, cena que se repete amiude, infelizmente. Foi uma atividade muito prazerosa de minha infância que fortaleceu o companheirismo paterno, mesmo com este incidente.  

Neste domingo que sucede ao Natal, renovo os votos de louvor ao Senhor que ele seja louvado, para sempre louvado seja e que sejamos merecedores da Paz de Cristo, num viver justo e solidário.












quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Descompasso na Segurança Pública!

O caso do Sargento PM Otaga preso em flagrante.

Isto foi fruto da ação de vários secretários e ouvidores do time que adorava levar flores em velório de delinquente – aqueles dos direitos humanos.




Está em curso audiências publicas com o fito de uma nova arquitetura institucional da Segurança Pública pela adoção no Brasil do Ciclo Completo de Polícia ( Pec 430/2009)
Por absurdo que pareça,  aconteceu recentemente o caso do Sargento PM Otaga preso  em flagrante por um delegado plantonista, acusado de tortura após prisão de meliante, numa verdadeira inversão de valores  pelas evidências da ação plenamente  comprovada. Ele foi desagravado pelo Deputado Federal Major  Olímpio com apoio inconteste da Associação dos Oficiais da Polícia Militar de São Paulo, ações que agradeceu publicamente.
Ainda no passado, pois a história faz novos rumos para o futuro, nos 3 últimos anos da década de 90, sob o governo de quem mais abominou a PM nestes últimos 30 anos e fazia questão de demonstrar isso publicamente, foram assassinados 400 PM ano, entre o bico e serviço, um absurdo.  No momento estão restringidas estatísticas de mais de 15 anos, mas a memória está aí para registrar os dados publicados, à época.
Isto foi fruto da ação de vários secretários e ouvidores do time que adorava levar flores em velório de delinquente – aqueles dos direitos humanos. Secretários inertes, que davam entrevistas espezinhando os Policiais Militares, até que em 2005, ocorreu a catástrofe de 60 servidores  da área serem  assinados por bandidos em 48 horas. Um fim de semana a ser esquecido pelos paulistas.
A conduta de todos deve ser legalista, sendo merecedor de asco a matança por grupo de extermínio, sejam bandidos ou policiais, assim como a corrupção numa Corregedoria como aconteceu na Polícia Civil de São Paulo na última semana, quando 9 agentes foram presos.
Certo está quem defende urgente mudança estruturais na Segurança Pública  Brasileira que foi suscitada em 1988 e não contemplada, uma sensação tão palpável que teve aprovação por 85%, entre os Policiais Militares em 1992, em séria pesquisa realizada por instituto independente.
Somos campeões de assassinatos ano no mundo,  em 2014 foram 55.559 no Brasil, mais que os 15 anos de Guerra do Vietnã.
Urge alteração, dominamos o conceito da eficácia, eficiência e efetividade mas a estrutura e lideranças do passado, jamais buscaram mudanças que viabilizassem fossem estes conceitos alcançados plenamente. 


domingo, 20 de dezembro de 2015

A caminho da escola!

 “olha é bom estudar para escrever cartas para as namoradas"


A  lição era passada, ano a ano, incidindo invariavelmente ditado e taboada aos mais avançados.




Este é mais um de tantos dias especiais,  que acontecem em nossas vidas. Chegou o inicio do ano escolar de 1955 e lá fomos nós: eu, meu irmão Antonio, dois primos Jerônimo e Joaquim e a prima Nininha, com idade entre 7 e 10 anos.
Eu estava com oito anos, era normal pelas dificuldades da época este pequeno atraso. Nossos pais, excepcionalmente, consentiram que fôssemos de carroça, pois a escola era longe, uns quatro quilômetros. Estávamos apreensivos com expectativa de como sairíamos nos estudos.
Ocorreu que de súbito, os dois menores observaram num diálogo coloquial: “olha é bom estudar para escrever cartas para as  namoradas” - ambos eram mais introvertidos, surpresos  rimos muito.  
Cartas um hábito cultuado entre os namorados distantes a época um dos poucos meios de se comunicarem.  Tagarelamos caminho afora pelo conforto do transporte, porém a benesse parou por aí, o restante do ano foi a pé, era cansativo.
Confesso de não me lembrar de muitos detalhes, além do nome da professora Célia e de que os alunos, uns trinta do 1º. ao 4º. ano, todos na mesma sala. A  lição era passada, ano a ano, incidindo invariavelmente e ditado e taboada aos mais avançados.
 Um aspecto que chamava a atenção era a preocupação de como seria a disciplina, pois a régua como castigo  era um fantasma que atormentava os novatos;  puxões de orelha entre outras castigos físicos eram aplicados a época e os pais alertavam os filhos. Entretanto a professora, muito jovem era de geração  com outra formação. Ela lecionava sem castigo físico, felizmente.
Várias são as passagens nestes dois anos e meio de estudo na escola rural, as quais serão relatadas a frente. Todos ficamos felizes de estarmos estudando, lembro-me de ir razoavelmente bem. Assimilava os ensinamentos, gostava da professora e de estar no ambiente escolar.
A  escola ficava na fazenda Santa Izabel, vizinha a que morávamos, daí a distância, mas todo esforço compensava e compensou mesmo. Uma lembrança boa de uma atividade que não foi em vão. Agradecido, renovo a invocação sobre nós das graças de Nosso Senhor. Que ele seja louvado, para sempre louvado seja. Um  Feliz Natal a você leitor que acompanha, especialmente as postagens dominicais em que registro fatos da minha saudosa e querida infância campesina -  estudantil. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Nas asas da esperança!


Ao agnóstico, aquele que segue a trilha dos valores filosóficos.

A nós outros que professamos uma fé, sendo o Brasil ainda  constituído em sua maioria de pessoas religiosas, preponderando os cristãos, sejam católicos ou evangélicos.


Neste momento de reflexão em que comemoramos o Natal e o Ano Novo, uma pausa nos temas acirrados do exercício da cidadania para contemplar os leitores com pensamentos sobre as nossas vidas quanto aos valores que as embalam.
Ao agnóstico, aquele que segue a trilha dos valores filosóficos em que o feixe destes são embasados nos conceitos sociológicos e éticos, os quais dão a ele o norte de uma vida coerente por ser consenso dos indivíduos,  no relacionamento em  comunidade, alheio ao religioso.
A nós outros que professamos uma fé, sendo o Brasil ainda  constituído em sua maioria de pessoas religiosas, preponderando os cristãos, sejam católicos ou evangélicos, apesar do Estado ser laico. Esta  condição de seguir uma ou outra religião, mesmo fora do Cristianismo é secundária. Porque todo indivíduo que eleva sua espiritualidade com base numa crença, tem nela o referencial básico para o seu código de conduta em sociedade,  somado aos filosóficos a quem os conheça, evidentemente.
O tema proposto carece deste preâmbulo para explicitar que não há no escrito qualquer sentido de doutrinação, apenas de um pensar reflexivo sobre o que nos move rumo ao amanhã para alcançar o que queremos do futuro, embalado sempre cuidadosamente pela esperança.
É inegavel  ser esta a conduta do otimista que, em princípio, constitui um predicado, pois o pessimismo não nos leva a lugar algum. Se resumirmos os escritos sobre condutas que levam os indivíduos a alcançar seus objetivos em vários aspectos da vida  não fugiremos muito deste rol de valores positivos que sustentam a chama da realização: fé, amor, honestidade, caridade, humildade, verdade, intrepidez, coragem, resignação, gratidão, perdão, solidariedade, alegria,  dedicação e perseverança.
Tem pra todo gosto, sendo cada termo um conceito que acrescenta no sentido do bem - se o praticares, invariavelmente serás feliz, pois alcançarás seus propósitos. Cada um deles é um pote onde podes buscar consolo, reconforto, energia e força para continuares na busca do objetivo traçado ou recomeçares, em todos os campos da vida.
Mire bem estes valores e se afaste do mal. Voe nas asas da esperança, os pratique e sua vida melhorará. Sejas perseverante e bom, vale a pena!
Feliz Natal e venturoso 2016, na paz do Senhor, a todos nós. Esperança e luta sempre!

sábado, 12 de dezembro de 2015

Interação campesina extraordinária!


Interação campesina extraordinária!

Da mudança, ficou em Batatais os animais e carroça que meu pai trouxe em seguida. Beleza e Boneca eram duas éguas, mãa e filha. Esta foi adquirida por capricho, visto que a mãe era um animal maravilhoso. De cor baia, porte lindíssimo, trotava continuadamente nos 18km que fazíamos semanalmente.
Com ela de guia e filha no balancim fizeram o percurso de 80km em dois dias. Beleza, mais velha sentiu a viagem, foi uma pena, mesmo assim despertou interesse em morador da colônia que insistiu até adquiri-la. Boneca, como a mãe dócil, mas  mas não tinha a mesma força e rítmo, era mais vagarosa.


Infância  especial

Um rio caudaloso,
Um córrego de águas límpidas,
Um ribeirão piscoso.
Ao caboclo, mameluco.
Sustento fácil, lazer gostoso.

Aos sábados no rio,
Na semana ribeirão,
Bagres, piavas e mandi,
Pescava-se de tudo um pouco,
Não faltava no caldeirão.

A mais gostosa pescaria,
Tinha os meninos por autores,
Bate-bate, dizíamos entusiasmados,
Peixinhos pulavam fugidios,
Peneiras e bornais, em segundos lotados.

Também havia o poço,
Mais pra baixo seu moço,
Veja que vida boa,
Pescando no rio, ribeirão e córrego,
Aqui de varinha,  era um colosso.

Tinha também a sessão do circo,
Armado pelos touros em profusão,
Briga diária pela liderança,
Do outro lado do pântano, reuníão,
Para ver qual seria o fujão!

Recuavam para quem nunca viu,
Sete, dez passos furiosos a bufar,
Em corrida desvairada, as cabeças bater,
Não exagero, há realidade no falar,
Ecoava longe, só faltava o chão tremer.


Vida melhor é difícil encontrar,
Com os primos da mesma idade, perambular,
Naquela imensidão de  riachos e matas, conviver,
Liberdade, alegria pelos campos, estudar,
Ver os pássaros, em revezamento,  nos  ninhos viver.


O descrito, continuação da infância campesina que não é  só de flores. Já vimos dificuldades e à frente teremos mais, entretanto sob o aspecto lúdico da interação com a natureza, temos que reconhecer que é interessantíssima e de lindas e prazerosas lembranças.

Assim, mais um domingo é chegado, com ele a oportunidade para o balanço da semana, sempre rendendo graças ao Senhor e em seus valores viver e conviver. Que a paz e a graça de Cristo recaia sobre nós e que sua contemplação seja uma oportunidade de uma vida justa e solidária.

Oração ante a última trincheira (reedição)

Nunca é demais relembrar!

Revolução Constitucionalista – 9 de julho de 1932

Momento histórico da vida nacional, quando os paulistas lideraram a luta por valores nobres, ante ao prenúncio do desordenamento constitucional, sendo que o Poeta Guilherme de Almeida, natural de Campinas  se engajou no movimento, deixando este significativo texto para reflexão das futuras gerações.
Ela foi inserida no livro Tributo A Um Herói, porque consta dos documentos com que a família foi agraciada, quando da morte do Tenente PM Alberto Mendes Junior.   O livro está a venda em todo Brasil nas livrarias: Asabesa;  Cultura e Martins Fontes

Oração ante a última trincheira *
(Poesia de Guilherme de Almeida)

Agora é o silêncio...
É o silêncio que faz a última chamada...
É o silêncio que responde:
— "Presente!"
Depois será a grande asa tutelar de São Paulo,
asa que é dia, e noite, e sangue, e estrela, e mapa
descendo petrificada sobre um sono que é vigília.

E aqui ficareis Heróis-Mártires, plantados,
firmes para sempre neste santificado torrão de
chão paulista.

Para receber-vos feriu-se ele da máxima
de entre as únicas feridas na terra,
que nunca se cicatrizam,
porque delas uma imensa coisa emerge
e se impõe que as eterniza.

Só para o alicerce, a lavra, a sepultura e a trincheira
se tem o direito de ferir a terra.

E mais legítima que a ferida do alicerce,
que se eterniza na casa
a dar teto para o amor, a família, a honra, a paz.

Mais legítima que a ferida da lavra,
que se eterniza na árvore
a dar lenho para o leito, a mesa, o cabo da enxada,
a coronha do fuzil.

Mais legítima que a ferida da sepultura,
que se eterniza no mármore
a dar imagem para a saudade, o consolo, a benção,
a inspiração.

Mais legítima que essas feridas
é a ferida da trincheira,
que se eterniza na Pátria
a dar a pura razão de ser da casa, da árvore
e do mármore.

Este cavado trapo de terra,
corpo místico de São Paulo,
em que ora existis consubstanciados,
mais que corte de alicerce, sulco de lavra,
cova de sepultura,
é rasgão de trincheira.

E esta perene que povoais é a nossa última trincheira.

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que deu à terra o seu suor,
a que deu à terra a sua lágrima,
a que deu à terra o seu sangue!

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que é nossa bandeira gravada no chão,
pelo branco do nosso Ideal,
pelo negro do nosso Luto,
pelo vermelho do nosso Coração.

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que atenta nos vigia,
a que invicta nos defende,
a que eterna nos glorifica!

Esta é a trincheira que não se rendeu:
a que não transigiu,
a que não esqueceu,
a que não perdoou!

Esta é a trincheira que não se rendeu:
aqui a vossa presença, que é relíquia,
transfigura e consagra num altar
para o vôo até Deus da nossa fé!

E pois, ante este altar,
alma de joelho à vós rogamos:

— Soldados santos de 32,
sem armas em vossos ombros, velai por nós!;
sem balas na cartucheira, velai por nós!;
sem pão em vosso bornal, velai por nós!;
sem água em vosso cantil, velai por nós!;
sem galões de ouro no braço, velai por nós!;
sem medalhas sobre o cáqui, velai por nós!;
sem mancha no pensamento, velai por nós!;
sem medo no coração, velai por nós!;
sem sangue já pelas veias, velai por nós!;
sem lágrimas ainda nos olhos, velai por nós!;
sem sopro mais entre os lábios, velai por nós!;
sem nada a não ser vós mesmos, velai por nós!;
sem nada senão São Paulo, velai por nós!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Turbulência no Planalto Central!


 Parece que a terra está mais perto do firmamento.

Ao otimista resta esperar que cada um pague pelos erros cometidos, com as prisões e deposições merecidas para que respiremos novos ares.



O céu de Brasília guarda especial aspecto, reincidente no ano pela topografia como o título indica, pouco chuvosa, a vista alcança longe e parece que a terra está mais perto do firmamento. Saudosa a lembrança de fitá-lo do interior do Batalhão da Guarda Presidencial e ter a sensação primeira, em 19 anos, de não saber para que lado estava a terra natal.
As vezes que lá volto, enquanto relembro-me dessa passagem,  curto a linda paisagem celestial com aquele azul anil sombreada por pequenas nuvens brancas translúcidas,  com a qual me acostumei, na juventude.
Melhor  era o refrão  da música cantada por todos para saudar a cidade menina, nova capital do país, cujo refrão ecoava forte em nossos  corações: Brasília Capital da Esperança! Eta time de candangos aventureiros que deixou reconhecido  seu legado. Ah! Com certeza deixou mesmo.
Desta época, igualmente é a mensagem entusiasta, ouvida pelo jovem infante  em um dos postos da guarda do Palácio do Planalto,  de providencial rádio no alojamento dos servidores - o acesso ao serviço público, doravante somente por concurso - era 1966, um alento!
Vamos ao título! Nos  últimos dias, depois que radical determinação de prisão de um Senador em pleno exercício do mandato, a qual foi cumprida e ratificada pelo plenário da casa, sucederam-se fatos que colocaram os ares planaltinos em alvoroço.
Instalado o processo de cassação do mandato do Presidente da Câmara dos Deputados e por este  decidido  pela admissibilidade do Impeachment da Presidente da República, o quadrilátero da Praça do Três Poderes efervesceu.
Na Câmara se viu cabeçadas, tapas, empurrões, deposição de liderança de comissão, não se esquecendo da carta do Vice-Presidente e suas confabulações com aliados. A exasperação  dos ânimos provocou nova interveniência do STF para ditar o rito do processo de impedimento.
Entre idas e vindas fica a constatação de que é isto mesmo que deveria acontecer, porque a situação da sociedade está caótica e se as lideranças estão brigando, menos mal, pior se estivesse tudo em calmaria, aí seria mesmo o fim. 
Ao otimista resta esperar que cada um pague pelos erros cometidos com as prisões e deposições merecidas para que respiremos novos ares - no planalto, montes e montanhas; principalmente na planície, onde está o comum do   povo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A propósito do Impeachment!

O texto que reedito de Vitória Inglória é oportuno para o momento atual. O êxito no pleito se deu por menos de 2%, apertadíssima diferença e as acusações consumadas  cada vez se aproximam mais das  altas  autoridades da República, sendo identificadas manobras ilegais da mandatária maior. Que tenha êxito o Impeachment!

Vitória Inglória


A interação entre as pessoas traz luz e força! Acredito nisso, você também? Interaja ele é nosso.

Chega de leis de privilégio aos detentores do poder em todas as instâncias. É hora de um país novo. A interação mundial é grande, vamos com as normas, hábitos e costumes dos melhores. Estamos a findar o primeiro quarto do século 21, que  profundas mudanças aconteçam.


Este é um espaço democrático, conquistado  e desenvolvido entre a utopia e o razoável, donde vem o verdadeiro sentido de uma existência que se pretende de um amor verdadeiro e sem rodeios: à família e à comunidade. Por não dispor de tantos dons, esgrimo neste espaço, pois a interação entre as pessoas traz luz e força! Acredito nisso, você também? Interaja ele é nosso.
A banalização das atitudes dos administradores públicos no poder há 12 anos, jamais vista com tanta intensidade na república, derivada dos mais deslavados atos de corrupção comprovados, alguns já julgados tantos foram os praticados neste governo que dita regras há 12 anos. 
Apesar de explodir em período eleitoral, como o caso do Mensalão; agora de repercussão inimaginável, como o maior escândalo mundial de uma empresa, onde milhões e milhões foram pelo ralo, entretanto insuficientes para a derrota. Porém, esta é a via suicida dos vencedores, pois o imbróglio que se meteram é de difícil de transposição.
Os últimos  dados  sociais avaliados por organismos internacionais, indicam condições pífias, quer seja na educação, segurança ou saúde; vetores básicos de toda sociedade. Os debates da campanha expuseram isso, uma anarquia na política com 32 partidos e tantas outras contradições no exercício da autoridade pública, com leis de privilégios, permissivas  e ineficientes.
O sistema de segurança precário; a justiça lenta; a educação com conceitos distorcidos. A avaliação pelo Índice de Desenvolvimento Humano abaixo de nações latinas para não comparar aos das desenvolvidas.
Ainda ontem uma denúncia no estado de  Sergipe,  incriminou uma dúzia de parlamentares que sorrateiramente ficaram com milhares de reais de entidades fantasmas. Há pouco tempo, num dos estados do  Norte, havia a farra dos salários chegando até o 18º. A convalidação da vitória veio dos grotões, via benefícios nem sempre eivados de uma distribuição zelosa quanto ao aspecto ético, porque não dizer sem corrupção.
Se o partido vencedor não se sentir constrangido com as condições da vitória, somente as pessoas nas ruas farão com que prevaleçam os anseios prementes dos mais elevados objetivos da nação. 
A reforma  política e tributária em primeiro e tudo o mais em seguida, é preciso dar um giro de 180 graus no leme, pois o barco chamado Brasil está a deriva. Chega de leis de privilégio aos detentores do poder em todas as instâncias. É hora de um país novo. A interação mundial é grande, vamos com as normas, hábitos e costumes dos melhores. Estamos a findar o primeiro quarto do século 21, que  profundas mudanças aconteçam.
Aos vencedores as batatas! A nós todos  um mínimo de coerência com novos conceitos e estruturas, de uma sociedade justa e solidária, sem privilégios e corrupção. Vitória  inglória sim.  A retrospectiva de 2014 é testemunha, a de 2015 também.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Rumo ao Mogi Guaçu!

Jogar bola, pescar, nadar para nós meninos virou uma rotina boa.

A saudade da cidade natal foi superada por diversos atrativos da vida campesina, conforme consignado nestes registros dos anos de minha infância querida.

Das terras dos Tostes na Santana do Estreito o destino foi  o município da Barrinha, na fazenda São Sebastião dos irmãos Orange, onde já estava uma outra irmã e cunhado, Nica e João de numerosa família. A missão formar café.
O rio Mogi Guaçu, na região é sinuoso, em terreno plano, em consequência no tempo das águas como se falava,  invadia as margens, formando grandes lagoas. As notícias de "maleita" deixaram meu pai preocupado e desanimado, entretanto decidira mudar e incentivado pelos tios , lá fomos nós.
Pouco me lembro da viagem, ela foi em caminhão aberto  e sem  contratempo. Não queríamos esta mudança, pois somos Batataenses e 80 Km era muita distância naquela época, tanto que pouco vimos nossos familiares nos dois anos e meio que por lá vivemos, ou mesmo nenhuma vez. A exceção foi o avô Eugênio, acompanhado dos tios Palmira e  Jacinto que nos visitaram.
Na fazenda, fomos morar bem distante, nas duas últimas casas lá nos confins da invernada, divisa oposta à  colônia. Os Orange eram patrões do nosso tio Geraldo, funcionário querido no açougue em de Ribeirão Preto, um dos maiores. Ele colocava os familiares, carentes se serviço à época.
Nos instalamos em uma das casas, distante uns 400 metros dos tios, com a missão de com eles formar o cafezal. Foram tempos de convivência familiar  pacífica e amorosa. Desafiadores quanto a missão dos pais, porém de muitos atrativos a nós meninos, entre os 8 e 10 anos, a interagir na convivência com primos da mesma idade.
Havia um rio,  um ribeirão e um córrego de onde se tirava água para beber, lavar roupa e regar a horta. O poço, tipo tanque dispensava a cisterna e todo aquele esforço físico que atormentava minha mãe.
Jogar bola, pescar, nadar para nós meninos virou uma rotina boa. Tempos vividos com muita intensidade, cujos acontecimentos principais narrarei, a frente  A saudade da cidade natal foi superada por diversos atrativos da vida campesina, conforme consignado nestes registros dos anos de minha infância querida.
A todos que já se habituaram visualizar as postagens amenas dominicais, uma semana repleta de felicidade.  Que o Senhor seja louvado para sempre louvado seja. Que a paz de Cristo recaia sobre nós, inspirando-nos na busca de uma sociedade justa e solidária.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Rompe-se o escuso liame!

Recíproca proteção entre o Presidente da Câmara Federal e da República.

Aonde chegamos, um Congresso repleto de acusados, um senador e inúmeros empresários presos. 

Tenho insistido neste espaço sobre assuntos abrangentes da administração  - o relacionamento entre os poderes e a participação popular com vista à carência na mudança de posturas do agente público brasileiro, em todos os níveis. Convicto, defendo a instalação do Poder Constituinte para que tenhamos uma nova ordem, com revisão de inúmeros conceitos implementados nestes últimos 30 anos.
Assisti com alento na noite de ontem ao noticiário, onde se vê que o - escuso liame - que prevalecia de recíproca proteção entre o Presidente da Câmara Federal e da República, insinuando  preservar respectivos mandatos.
A admissibilidade do Impeachment que não veio em 2005, oportuno à época, mas abortado por uma oposição dúbia. Este sim, teria evitado esta catástrofe que assistimos. Toda esta podridão via corrupção teria sido cortada pela raiz. Evidente que Mensalão e Petrolão foram instalados ao mesmo tempo, como fonte de arrecadação para negociatas rasteiras num projeto meramente político. Esta era a saga deles, vinte anos no poder!
Expostas as entranhas da administração pública na campanha política, pudemos somar ao que já imaginávamos os graves equívocos das estruturas do poder. É hora de aproveitarmos e rever a  política com a extinção desta parafernália de 33 partidos; a doação particular de campanha, tudo que for mordomia na atividade pública.
É hora também de rever conceitos sobre a excessiva intervenção estatal, regulando os mínimos detalhes das relações sociais, inserindo valores incompatíveis com o consenso do estrato social. Que prospere a cassação dos mandatos do “Triunvirato dos Acusados”, já defendida neste espaço, pois pesam contra eles graves acusações.
Aonde chegamos, um Congresso repleto de acusados, um senador e inúmeros empresários presos. Seja o exemplo do judiciário, em sua reformulação com a criação do Conselho Nacional de Justiça e mais a postura de suas lideranças: Eliana Calmon e Joaquim Barbosa, exemplos nacionais de civilidade. Ele expuseram os vícios de conduta,  entraves e deformação interna, cortando na carne.
É disso que precisamos de norte ao sul do país: uma jornada cívica de toda sociedade e não de um partido dominante que veio para implantar o  - tudo vale se nos  mantivermos o poder. Não é ético e sim perverso e criminoso pensar que:  os “fins justificamos meios, mesmo que ilícitos”. O resultado desta premissa aí está! Muitos em cana.
As mordomias  são abomináveis. O ostentação dos políticos brasileiros e autoridades; incluindo a sanha da perpetuação no poder - resultado de uma  mentalidade retrógada que impede relações propositivas e éticas no âmbito da administração pública e na política brasileira. Lembremos que "toda riqueza vem do suor do trabalhador". Revolvam-se valores, muda Brasil. Poder Constituinte já!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

DESMILITARIZAÇÃO DAS PM - PARANOIA (Reedição)


Discordo veementemente que exista uma máquina de moer carne no país!

A condição de militar das polícias nada representa ante os graves problemas do sistema político-administrativo do país como um todo, portanto esta catilinária já cansou.
Artigo  de minha autoria publicado, em 28 de agosto 2014  no jornal Diário da Região de Catanduva
A desmilitarização das Polícias Militares no Brasil desenvolveu nos antagonistas do segmento, verdadeira paranoia quando entendemos este termo como uma falsa ideia da realidade que nos afronta, impõe medos e ameaças. A concepção  fixa da negatividade inerente às milícias não admite reflexão - ela é definitiva e tudo de mal provem da condição de militar delas.
Em recente e longo  artigo, intitulado –Pesquisa Aponta Para a Desmilitarização da PM, Luiz Flavio Gomes, Jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil, constata pelos dados, emitidos pelos  21.101 policiais militares em todo Brasil,  dentre os quais destaco aqueles que chamaram mais   atenção que são: 98,2%  de baixo salários; 98,2 % de formação insuficiente; 97.3% de contingente insuficiente;  94, 9% de leis penais inadequadas  e 93,6% que há corrupção nas polícias. Interessante foi  a conclusão  do articulista que assim se expressou: ”sem uma mudança radical de pensamento os policiais continuarão incrementando (ora como autores, ora como vítimas) a máquina de moer carne humana gerenciado pelo genocídio estatal  brasileiro que foi estruturado para fomentar a destruição massiva recíproca entre todas as classes sociais desfavorecidas entre elas (de renda, de riqueza, de acesso ao ensino de qualidade, de qualidade de vida, de cultura, de patrimônio familiar, ética, autocontrole, equilíbrio emocional etc)”, palavras dele.
Discordo veementemente que exista uma máquina de moer carne no país, pois esta expressão serve aos campos de extermínio nas guerras do século passado e da mesma forma que os problemas estejam  na condição de militares das polícias. Este é um pensamento renitente que deriva do embate político em distorcida concepção antimilitar dos últimos 35 anos pela maioria dos governantes do país.
Em pesquisa realizada em 7 estados e no Distrito Federal em 2012 as Forças Armadas aparecem com 75% de aprovação, seguida pela Igreja Católica com 56%. A depreciação da atuação das polícias militares deriva de problemas estruturais envolvendo o judiciário, o sistema prisional, as leis penais, a área científica  e técnica.
Em vários países desenvolvidos do mundo as polícias são militares. Inclusive nos Estados Unidos que visitei em 1992: a estrutura, a instrução e modus operandi segue o da administração militar, sendo a continência o cumprimento matinal. Bom dia sargento,  capitão, comandante foi o que ouvi nos corredores da Academia de Polícia de Los Angeles.
A condição de militar das polícias nada representa ante os graves problemas do sistema político-administrativo do país como um todo, portanto esta catilinária já cansou.  Ela nada tem a ver com o baixo desempenho do estado brasileiro na área da segurança pública que é constatado também  na justiça, (disseram os ministros:  Eliana Calmon e Joaquim Barbosa), na educação e  saúde que é constatável  por todos, onde inexistem militares.
Que o clamor do “hum milhão de pessoas  espontaneamente nas ruas em junho de 2013” na mais autêntica manifestação da sociedade brasileira de toda sua história, inspire os eleitores para um seletivo voto. 
Renovação já!

sábado, 28 de novembro de 2015

Despedida dos lindos cafezais!

Naquelas terras o café era colhido no pano

Esta foi a fase áurea delas que evoluíram da escravidão, passando para colonos, depois vieram os meeiros e ainda o regresso  dos volantes bóias frias, mais adiante.


O título se justifica porque aqueles foram os cafezais mais lindos que vi em minha vida. A plantação era nova, rodada e verdejante numa época, branca em flores noutra e vermelha  próximo da colheita, café Bourbon. Diferentemente de outras regiões, naquelas terras o café era colhido no pano, sendo a maior alegria e entusiasmo dos familiares - quando quatro pés dava uma saca e isto acontecia várias vezes no dia. Meeiros eles faziam as contas.
Ao ler sobre a evolução das relações entre os fazendeiros e trabalhadores, detectei que esta foi a fase áurea delas que evoluíram da escravidão, passando para colonos, depois vieram os meeiros e ainda o regresso dos volantes bóias frias, mais adiante.
Confesso que ao escrever estas linhas deste tempo saudoso, deixo a cada mudança um cadinho de mim, da minha infância querida que não volta mais, como disse o poeta. Elas são lembranças gratas.
Extraordinário era enxame de abelhas Europa no porão! Nós morríamos de medo, mas os pais estavam acostumados, diminuíam bem o rítmo do animal que passava bem perto mesmo, mas elas não atacavam. Foi aproximadamente um ano,  sem picadase e os favos enormes, e deliciosos. Cultura cabocla, convivência temerosa.
Nestas terras assisti ao primeiro jogo de futebol, com destaque para o chutão do goleiro: quicava a bola no chão uma, duas, três vezes e mandava a pelota nas alturas.
Também teve o dia que o animal não bebeu da água, soprava, soprava e refugava, acostumado com a lida dele meu pai impediu que a família a tomasse, entretanto eu já tinha tomado – de madrugada fui levado ao médico, a água  da cisterna estava contaminada. Afinidade e intuição que conseguiu identificar na reação, a anomalia. Assim, despedimo-nos  para mudar para a Fazenda São Sebastião na Barrinha, sempre com o amor e carinho familiar. Um bom domingo a todos os leitores. Que o Senhor seja louvado para sempre louvado seja. Um bom domingo na paz de Cristo a todos.