Muita astúcia calcada numa sensibilidade que se sobrepõe a bordões chamativos:
Há que se evitar mortes, este é um objetivo inarredável ao bom administrador público!
Trânsito, este é um assunto sobre o qual
tive atuação passageira de dezoito meses quando em 1994/95, reformulamos a
dinâmica do trânsito na cidade de Catanduva/SP. Reunidos integrantes dos: Trigésimo
Batalhão da Polícia Militar, Departamento Municipal de Trânsito, Associação Comercial
e Industrial, Secretaria Municipal de Educação, Diretoria Estadual de Ensino,
unimo-nos num projeto de trânsito de muito êxito. O Tenente Coronel Joel Marcos
Carrera, que nos deixou para outro plano há poucos dias, concluíra o Curso Superior
de Formação de Trânsito pela Universidade Federal de Uberlândia de um ano e
meio. Ele estava sequioso em colocar o que aprendera em prática. De minha parte
promovido a Major PM consegui designação para atuar na área de segurança pública
municipal, conforme dispositivo legal, sendo designado para o Setor de
Trânsito!.
As providências foram:
atualização da sinalização de trânsito; implantação da Área Azul; alteração da
circulação nas vias centrais; implantação do Projeto Infantil de Trânsito, com
a edição da revistinha Didi Pedalada e orientações em atividades lúdicas, sob a
coordenação da Irmã Dalva, implantação do Projeto de Trânsito nas escolas, com
específica viatura, TV e Vídeo com exposição do filme elaborado pelo Setor, com
apoio do Jornalista da Relações Públicas, saudoso Onélio de Freitas. Todas as 6ª e 7ª séries da Rede Estadual e Municipal foram envolvidas na instrução específica de trânsito.
Toda sinalização foi atualizada,
todas as classes foram visitadas com exibição de filme técnico, abordando
legislação e situações fáticas, com ênfase ao uso do sinto de segurança,
cadeirinhas. Havia exibições de acidentes e
consequências dos impactos com e sem os equipamentos, posturas e condutas dos
motoristas em diversas situações. Foi intensificada a fiscalização de trânsito, vários passeios ciclísticos
educativos com premiação, num deles que reuniu três mil participantes, como
prêmio maior uma motocicleta. Verificada a estatística, ela caiu de 12 mortes
em 1994 para 3 em 1995, seguida com 6 em 1976. Abandonado o projeto, com nossas
transferências, por quem nos substituiu em 1977, voltou ao nível superior a 1994. Com a edição do
Código de Trânsito Brasileiro, lei 9.503, de 23/09/1977, sendo amplamente divulgado o rigor das penas e
valores das multas, em consequência as estatísticas voltaram a cair, para com o
aumento dos veículos, foi divulgado hoje o jornal local, que até agora houve 5
mortes, com ênfase aos acidentes com motocicletas, cujo número deles é de 30
mil, no município, pasmem leitores!
A deduzir que as iniciativas do
agente público, são fundamentais no comportamento dos condutores, por isso considero
que mesmo com a acusação de fábrica de multas, os índices de mortes continuam
elevadíssimos, constatando 55.000 em média, no últimos dez anos.
Vejo, com apreensivo temor o resultado da inércia
dos radares nas rodovias federais que poderiam sim, ser compensado com a
alteração das consequências para menor das multas na suspensão da CNH. Quanto a
pena pecuniária qualquer ânimo arrecadador do estado pela sua imposição é
condenável, entretanto o equilíbrio da pena entre estas duas vertentes – valor e
supressão de direitos do condutor, é fundamental. Sem elas não sairemos desta
terra arrasada do morticínio no trânsito brasileiro, não bastassem as mortes por
armas de fogo! Uma guerra entre brasileiros com 110.000 mil mortes/ano, sendo vítimas os próprios patrícios!
Muita astúcia calcada numa
sensibilidade que se sobrepõe a bordões chamativos: mas fúteis, perniciosos e
drásticos quanto aos nefastos resultados dos acidentes! Há que se evitar
mortes, este é um objetivo inarredável ao bom administrador público!