Ao testemunhar o sacrífico de uma vida pela rendenção da pátria, como entendiam os seus algozes, evidente que o filtro no olhar toma o sentido mesmo do que pregou o poeta. Até que um dia você começa a registrar. Daí ser importantíssimo os fatos, eles se repetem, alguns agentes estão aí, vinte anos no poder, como se a vereança fosse profissão. O registro não importa quanto tempo faz e sim a desfaçatez de quem fez e como fez. Ter o combustível mais caro do estado por quase um ano a fio, significa que quem não se insurgiu, a época foi conivente. A frota era abastecida no município, sendo numerosa não podia os agentes políticos compactuarem com esta expropriação da população catanduvense. Não interessa se houve manifestação favorável a livre concorrência de quem quer que seja, nada disso interessava, pois fugia à razoabilidade, fugia ao senso do homem comum. Esta foi uma das mais tristes páginas que vivenciei nesta cidade que há vinte e seis anos escolhi para viver. Comprava num posto há treze anos, ás vezes pagava mensal. Quando fiz as contas e descobri que pela diferença de preço (no estado de até 0,20 centavos litro) provado por notas, havia um utilitário zero no pátio daquele posto, somada a diferença proporcionalmente no período de abastecimento. Jamais abasteci ali. Diversifiquei os abastecimento e não fui longe, para que o vergonhoso esquema fosse revelado. Felizmente o Dr Marcílio Dias, Vereador já havia rompido essa barreira via justiça.. Ele tomou outras atitudes de protesto público que o acompanhamento da política, as fez notória. Não se reelegeu. Não tenho procuração para sair em defesa de ninguém e nem pretendo também assaques gratuitos. Apenas registrar. "Melhor estar à margem, do que em barco que navega na nódoa fétida do jogo da esperteza vil".
Blog criado em janeiro de 2014 por José Carlos Xavier, Cel PM Advogado Professor. Reflexões político-sociais e vivenciais. Interaja!
Na Trincheira do Poeta
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Contemplando o Irrazoável
Você é capaz de imaginar que uma cidade fincada entre várias usinas de álcool possa ter este combustível com o preço mais caro do Estado de São Paulo. Teve por longo tempo, leia o artigo abaixo, um registro para ficar na história do ano de 2001. Temos que velar sempre como sugeriu o poeta! Da evolução do passado se faz o presente. Da negatividade, vícios que se perpetuam...!
Contemplando o irrazoável
No início de cada ano é tempo de
balanço para o comércio. Sobre nossas vidas é momento de reflexão. O contato
com familiares distantes nos leva a uma volta ao passado. A defrontação com a
modernidade de vários setores da cidade de São Paulo nos mostra o potencial do
homem.
Capacidade não só de construir, como o
metrô que vi nascer no Jabaquara nos idos de 1969, mas também de buscar
alternativa para amenizar problemas da população, como a viagem gratuita da
estação Vila Madalena à Barra Funda, a título de integração daquele transporte,
ou ter um familiar bem assistido, próximo de sua casa, em Pirituba, pela rede
hospitalar municipal, inimaginável àquela época.
Se muitos acontecimentos a partir do
homem público nos desalentam, a constatação não é de todo ruim. Sobre a ótica
do otimista, até que está bom.
Rebatendo o plano para Catanduva, de
mais notável que se pode comemorar é a erradicação da favela. A primeira que
entrei na capital paulista como policial, em 1976, foi uma cena consternadora,
jamais esqueci. Dezoito anos depois, ao distribuir alimentos na favela do
Parque Iracema com o grupo do Comitê de Combate à Fome, muita tristeza. Meu
coração se aliviou com o Eldorado.
Haja crítica que houver, mas ali o
homem resgatou a sua dignidade ao ter um endereço e direito ao mínimo de
intimidade familiar, o que na favela inexiste.
Mas nem tudo são flores...
Decorrente da desmedida liberalidade
reinante, nossa urbe, nos idos de 2001, por quase um ano teve o preço do álcool
mais caro do Estado de São Paulo, com variação de até 20 centavos para mais.
Fato comprovado por notas apresentadas
ao vereador Marcílio Dias, relativas aos municípios de Guarujá, Adamantina,
Rifânia, São Paulo, São José do Rio Preto, dentre outros, acompanhados de CPF e
RG, com veemente colocação do nome para o rol de testemunhas de representação
sobre a mais desproposital atitude comercial já deparada, em prejuízo de uma
comuna.
A impressão era de que a frota da
Prefeitura abastecia em cidade vizinha. Onde abastecia? Não me pergunte. A
omissão diante de tal afronta e descalabro deu azo a uma situação inusitada
para uma urbe cercada de usinas.
Por que só agora?
Agora é o momento de reflexão e
mudanças, para nosso desvalido povo.
É, no mínimo, curioso deparar com
anúncio de álcool a R$ 1,12 na capital e abastecer no posto da usina por R$
1,17, sem falar nos preços dos postos da cidade.
Felizmente, agora, lá na capital, vimos
preços até de R$ 1,33, o que ameniza o trauma vivido do preço mais alto do
Estado de 2001, porém a atitude é de alerta. Com certeza elegemos pessoas que
não permitirão que isto aconteça jamais.
Muitos são os argumentos justificativos
sobre a estratégia de distribuição e outros que tais. Para corrigir isto
elegemos deputados federal e estadual. A eles o dever de corrigir as estruturas
erradas, desvendar estes problemas e dar satisfação aos eleitores da região.
Restringida à área das primícias da
terra, dos frutos, do leite e do mel, que jamais tenhamos a repetição de 2001.
Que o ouro verde que cobre o
quadrilátero Ribeirão Preto, Araraquara, Catanduva, Bebedouro e adjacências
também seja despojado pelas populações da região com o privilégio de um preço
menor pela lógica da proximidade.
Que o cidadão catanduvense não
contemple inerte o irrazoável a afrontá-lo. A evolução da comunidade depende de
cada um de nós, vele pelos seus direitos.
Assim
exige a prática democrática.
Catanduva, 09 de janeiro de
2005
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
Sobre a Copa
Chamada do Ronaldo Fenômeno sobre a conveniência da Copa do Mundo não convence. Sob o ponto de vista do esportista o evento é bem vindo, porém quanto a prioridade de investimentos uma negação. Os desdobramentos devemos acompanhar sempre com o olhar crítico de quem não se deixa manipular. O periférico jamais se sobreporá ao essencial. A Copa vai, os votos vão. O resultado disso tudo começará a ser novamente manipulado pela proximidade das Olimpíadas. Assim caminha o interesse de quem quer se perpetuar no poder.
José Carlos Xavier
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Poesia
Nos
caminhos do mar
A luz do luar
No balanço do mar
Dois corpos, duas vidas
A se amar
E sonhar
A inspirar
O sopro da brisa
A brisa do mar
Dois corpos, duas vidas
A caminhar
Os destinos mal sabem
E sem se preocupar
Dois corpos, duas vidas
Seguem inspirados pelos
Caminhos do mar
Ternuras e emoções
Em corações, sem razões procurar
Aos desatinos, o perdão
Do amor que caminha
Unido no lar
21/02/2013
José
Carlos Xavier
A todos
os casais que se amam
Com carinho do autor
Poesia dedicada à minha esposa Ivanir Xavier
Poesia dedicada à minha esposa Ivanir Xavier
Artigo "Fim de um Ciclo"
No início de
novembro viajamos com um dos filhos para o México, mais precisamente Cancun,
região da Riviera Maya com suas praias
lindíssimas; o Mayan Palace Hotel onde
ficamos muito bom, ampla piscina a beira mar, floresta em volta, aconchegante e
confortável.
Fomos
a Tulum um sítio arqueológico
correspondente a uma antiga cidade na muralha, com as suas ruínas: a história dos maias ali
presente. Fomos também à Praya Del
Carmen, muito bem indicada.
Quanto
ao social, a periferia de Cancun não foge regra de algumas cidades brasileiras,
muita pobreza. No aspecto segurança, vimos
armamento pesado em viaturas grandes circulando de forma ostensiva no
perímetro urbano; nas estradas, sacos
de areia protegendo as bases rodoviárias
e os policiais em posição de alerta, quando não de tiro mesmo que contrastava
com a beleza da região.
Inevitável
comparar o que vi e senti com a expectativa da Copa do Mudo no Brasil, uma vez
que aqui como lá campeia a criminalidade selvagem sob o comando de traficantes.
Era do meu conhecimento a ação do
tráfico, entretanto quando se vê, tanta arma e dispositivos defensivos, difícil
não lembrar o que se passa por aqui. Os últimos acontecimentos foram horríveis.
Manifestantes encapuzados praticando crimes sob o manto da impunidade, afrontam
o estado de direito, os valores democráticos
e ficam impunes.
Os
jornais desta semana registram 50.108 assassinatos, número que superou 2012, e
o índice só aumenta. Somado a 40.OOO
mortes no trânsito, temos 90.000, para agravar o país é campeão mundial
de óbitos juvenil no trânsito e os homicídios até trinta anos, consistem na
maioria.
Não
dá para mudar tudo isso em um ano, sem contar que a corrupção e a desídia na
administração pública só aumentam, é só abrir os jornais para constatar. Na
semana que passou foi muito comentada a estratégia protocolar para se aprovar o
aumento do IPTU em São Paulo que foi submetido a justiça e suspenso.
O
um milhão de pessoas nas ruas em junho decretou o fim do ciclo iniciado em
1985. Primeiro foram os vinte anos de
militarismo, agora a população nas ruas disse que repudia a estratégia atual e
pede reformas.
A política equivocada pela contumaz
identificação de grupos minoritários e a proteção governamental descabida que
eles próprios às vezes repudiam, estimulando o rancor entre as pessoas. O ranço
contra os militares, expresso pela Comissão da Verdade, sepultou
temporariamente um traço positivo do perfil do
brasileiro, a tolerância entre as mais diversas nações que imigraram e foram sempre muito bem aceitas.
Amor palavra milagrosa da qual deriva todas as outras virtudes. Que
a ela cada um acrescente a sua fé e um cadinho de tudo que fortaleça o caráter.
Esta é a mudança que haverá de acontecer.
Chega
de violência; menos corrupção; menos manipulação do povo humilde de nosso país,
da exploração da classe produtiva; privilégios de políticos; impunidade daqueles indivíduos que praticam crimes da pior espécie,
agredindo autoridades e depredando o patrimônio público e particular.
Fosse
possível, os donos do poder teriam
mudado o superficial urgentíssimo para cacifar votos, depois de junho; não deu,
expirou o prazo. A rejeição da PEC-37,
um bom sinal da ação nas ruas.
Terminou
o ciclo militar há vinte e cinco anos, porque não haverá de terminar o ciclo
dos subversivos e terroristas. Vai ser no voto.
Milhões estão se comunicando
pelas redes. A corrupção, a violência, a impunidade, os privilégios como
munição.
Muda Brasil urgente,
é o anseio de todos!!!
Catanduva,
08 de novembro de 2013
José Carlos Xavier
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Democracia x Dinastia
Se o efeito defectivo do que mais temos de excelência na condução dos povos incidir na sua cidade ou estado, interaja no blog. Em 30 dias remeteremos a síntese a quem interessar possa.
Abraços
Xavier
"O amor resume todas as virtudes" (Xavier)
Foto: Ipês floridos em Catanduva/SP
Democracia x Dinastia
A história da evolução dos direitos dos povos através dos tempos é
fascinante. Desde a Grécia Antiga, o berço da democracia pelos conceitos
difundidos por grandes pensadores, tendo como o mais conhecido de todos
Sócrates, e não menos importante Platão e Aristóteles. Em outras paragens a
dinastia, regime onde o poder é transmitido no seio da família, sendo as mais
conhecidas e famosas as egípcias, há mais de mil anos antes de Cristo.
A democracia tem momentos épicos e referenciais, como o capítulo de
João Sem Terra na Inglaterra, porém o marco fundamental acontece com a
Revolução Francesa, com a ebulição de grandes pensadores que ordenam seu
ideário e como conseqüência lutas e mais lutas de conquistas com o intuito
subjugar outros povos.
O ideário e a espada, dois trunfos para conquistas duradouras a
privilegiar os povos que as desenvolviam, em tempos que as riquezas se buscavam
pelo domínio dos espaços e dos gentios.
Demolido o muro de Berlim, emblemático episódio dos tempos
modernos, tivemos a sensação do sepultamento da mais recente manifestação do
pensamento ditatorial via sindicato, que ultrapassou fronteiras, após o êxito
da revolução bolchevista em campos russos, tendo na garupa os anarquistas.
Há na literatura relato da utilização da riqueza dos czares, nos
núcleos de divulgação das novas idéias proletárias. O ouro subtraído era
argumento de convencimento circulando em malas. Lamarca tinha uma em Registro
com que comprava alimentos e a mente dos camponeses para a adesão à guerrilha
rural. As mesmas malas que até hoje compram consciências mundo afora. Na última
década se tornou tão corriqueira a conduta que em período eleitoral todos sabem
aqueles quem buscam as alças delas. Basta olhar ao nosso redor.
Voltando ao tema, ao terminar o III Ciclo da Escola Superior de
Guerra, cursado em São José do Rio Preto, visitamos Itaipu, obra gigantesca,
binacional que deu ao país sustentação energética por décadas. Na volta, longa
viagem e numa daquelas conversas interessantes de fim de curso, eis que alguém
contra-argumentou a análise que fazíamos sobre alguns aspectos da democracia
que nascia: “Não é bem assim; se olharmos com atenção veremos que das
capitanias hereditárias restaram muitas famílias que ainda mandam no país”.
Evidente que naquele momento de descontração turística não
forçamos a memória à época das capitanias, porém foi fácil constatar alguns
caciques: Sarney, Magalhães, Maciel, Maluf, e enumeraríamos uma ou duas
famílias por estado, pouco mais de treze como a tese defendida pelo
interlocutor.
Mesmo na América do Norte, a repetição de nomes em família; de
artistas pela exposição na mídia, por aqui está se tornando moda os boleiros,
ainda bem que de participação fugaz. O pior é que a introdução de novas
lideranças se dá pela riqueza e não pelo exercício dos dons da cidadania.
Tivemos até pai e filho na presidência das casas legislativas, ao mesmo tempo.
E nos campos do Cerradinho corre mala de dinheiro também? Quantas
estórias as esquinas contam e as histórias registradas na grande imprensa que o
povo não lê e quem lê se faz de esquecido. Tem político profissional que sempre
luta com unhas e dentes pelo aumento de seu salário e de funcionários
parlamentares e convence os não profissionais (!?) a gozar das benesses.
Ao leitor, a meditação de que entre tantas contradições, o
conceito de que a verdadeira revolução se dá indivíduo a individuo pelo
enriquecimento do seu referencial de conhecimento geral e da incorporação de
valores positivos de convivência humana.
Há luz no fundo do túnel, vemos isto em vários aspectos, o de
maior alento a intensificação da comunicação. Sabemos que muitas câmaras
começam revogar absurdos: lei do nepotismo; aumento desregrado do número de
cadeiras e de assessores etc. Não vai longe aqui perto: Pindorama e acolá. A democracia
direta há de chegar!
Podemos quase tudo, só depende de nós. Tem que participar: seja
com democracia, dinastia ou monarquia, e até mesmo anarquia. A essência são os
seus valores. Manipuladores, inescrupulosos, arbitrários sempre haverá. Eles
diminuirão a partir do momento que o seu interior, leitor, repelir, impedir que
você aja da mesma forma.
Do indivíduo constitui o estado, a nação, a sua comunidade, o seu
bairro, de você e de quem está ao seu lado, agora. Felizmente a roda social
gira no sentido de um futuro evolutivo: assim, pela educação e esclarecimento,
ditadores, quer sejam militares, quer sejam terroristas ou mesmo anarquistas, eles terão seus conceitos e
fonte motivadora revistos e adequados ao
futuro que suscitarmos aos corações e
mentes das novas gerações.
Chega de retórica repetitiva, chega da mesmice, chega de malas e
privilégios, chega de donos de partido, cada dia a fundar mais um!
José Carlos Xavier
Catanduva, 25 de janeiro de
2012
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