Na Trincheira do Poeta

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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Democracia x Dinastia


Se o efeito defectivo do que mais temos de excelência na condução dos povos incidir na sua cidade ou estado, interaja no blog. Em 30 dias remeteremos a síntese a quem interessar possa.

Abraços

Xavier


"O amor resume todas as virtudes" (Xavier)
Foto: Ipês floridos em Catanduva/SP

Democracia x Dinastia

A história da evolução dos direitos dos povos através dos tempos é fascinante. Desde a Grécia Antiga, o berço da democracia pelos conceitos difundidos por grandes pensadores, tendo como o mais conhecido de todos Sócrates, e não menos importante Platão e Aristóteles. Em outras paragens a dinastia, regime onde o poder é transmitido no seio da família, sendo as mais conhecidas e famosas as egípcias, há mais de mil anos antes de Cristo.
A democracia tem momentos épicos e referenciais, como o capítulo de João Sem Terra na Inglaterra, porém o marco fundamental acontece com a Revolução Francesa, com a ebulição de grandes pensadores que ordenam seu ideário e como conseqüência lutas e mais lutas de conquistas com o intuito subjugar outros povos.
O ideário e a espada, dois trunfos para conquistas duradouras a privilegiar os povos que as desenvolviam, em tempos que as riquezas se buscavam pelo domínio dos espaços e dos gentios.
Demolido o muro de Berlim, emblemático episódio dos tempos modernos, tivemos a sensação do sepultamento da mais recente manifestação do pensamento ditatorial via sindicato, que ultrapassou fronteiras, após o êxito da revolução bolchevista em campos russos, tendo na garupa os anarquistas.
Há na literatura relato da utilização da riqueza dos czares, nos núcleos de divulgação das novas idéias proletárias. O ouro subtraído era argumento de convencimento circulando em malas. Lamarca tinha uma em Registro com que comprava alimentos e a mente dos camponeses para a adesão à guerrilha rural. As mesmas malas que até hoje compram consciências mundo afora. Na última década se tornou tão corriqueira a conduta que em período eleitoral todos sabem aqueles quem buscam as alças delas. Basta olhar ao nosso redor.
Voltando ao tema, ao terminar o III Ciclo da Escola Superior de Guerra, cursado em São José do Rio Preto, visitamos Itaipu, obra gigantesca, binacional que deu ao país sustentação energética por décadas. Na volta, longa viagem e numa daquelas conversas interessantes de fim de curso, eis que alguém contra-argumentou a análise que fazíamos sobre alguns aspectos da democracia que nascia: “Não é bem assim; se olharmos com atenção veremos que das capitanias hereditárias restaram muitas famílias que ainda mandam no país”.
Evidente que naquele momento de descontração turística não forçamos a memória à época das capitanias, porém foi fácil constatar alguns caciques: Sarney, Magalhães, Maciel, Maluf, e enumeraríamos uma ou duas famílias por estado, pouco mais de treze como a tese defendida pelo interlocutor.
Mesmo na América do Norte, a repetição de nomes em família; de artistas pela exposição na mídia, por aqui está se tornando moda os boleiros, ainda bem que de participação fugaz. O pior é que a introdução de novas lideranças se dá pela riqueza e não pelo exercício dos dons da cidadania. Tivemos até pai e filho na presidência das casas legislativas, ao mesmo tempo.
E nos campos do Cerradinho corre mala de dinheiro também? Quantas estórias as esquinas contam e as histórias registradas na grande imprensa que o povo não lê e quem lê se faz de esquecido. Tem político profissional que sempre luta com unhas e dentes pelo aumento de seu salário e de funcionários parlamentares e convence os não profissionais (!?) a gozar das benesses.
Ao leitor, a meditação de que entre tantas contradições, o conceito de que a verdadeira revolução se dá indivíduo a individuo pelo enriquecimento do seu referencial de conhecimento geral e da incorporação de valores positivos de convivência humana.
Há luz no fundo do túnel, vemos isto em vários aspectos, o de maior alento a intensificação da comunicação. Sabemos que muitas câmaras começam revogar absurdos: lei do nepotismo; aumento desregrado do número de cadeiras e de assessores etc. Não vai longe aqui perto: Pindorama e acolá. A democracia direta há de chegar!
Podemos quase tudo, só depende de nós. Tem que participar: seja com democracia, dinastia ou monarquia, e até mesmo anarquia. A essência são os seus valores. Manipuladores, inescrupulosos, arbitrários sempre haverá. Eles diminuirão a partir do momento que o seu interior, leitor, repelir, impedir que você aja da mesma forma.
Do indivíduo constitui o estado, a nação, a sua comunidade, o seu bairro, de você e de quem está ao seu lado, agora. Felizmente a roda social gira no sentido de um futuro evolutivo: assim, pela educação e esclarecimento, ditadores, quer sejam militares, quer sejam terroristas ou mesmo   anarquistas, eles terão seus conceitos e fonte motivadora revistos e  adequados ao futuro que suscitarmos aos  corações e mentes das  novas gerações.
Chega de retórica repetitiva, chega da mesmice, chega de malas e privilégios, chega de donos de partido, cada dia a fundar mais um!

José Carlos Xavier


Catanduva, 25 de janeiro de 2012

2 comentários:

  1. Acredito que a mudança será facilitada pelo aumento de fontes informadoras individuais e mais diretas da internet, fazendo que o monopólio da informação das grandes fontes(emissoras de TV) as quais costumam distorcer o conteúdo perca poder, agora só resta ao Brasil a parte mais difícil e menos atrativa para os poderosos, fazer seu povo entender o que lê!

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    1. Valeu Pri o exercício da cidadania por todos pode mudar o status quo!

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