Na Trincheira do Poeta

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Artigo "Fim de um Ciclo"


No início de novembro viajamos com um dos filhos para o México, mais precisamente Cancun, região da Riviera Maya com suas  praias lindíssimas; o  Mayan Palace Hotel onde ficamos muito bom, ampla piscina a beira mar, floresta em volta, aconchegante e confortável.              
Fomos a Tulum um  sítio arqueológico correspondente a uma antiga cidade na muralha, com as  suas ruínas: a história dos maias ali presente. Fomos também à  Praya Del Carmen, muito bem indicada. 
  Quanto ao social, a periferia de Cancun não foge regra de algumas cidades brasileiras, muita pobreza. No aspecto segurança, vimos   armamento pesado em viaturas grandes circulando de forma ostensiva no perímetro urbano; nas estradas,  sacos de  areia protegendo as bases rodoviárias e os policiais em posição de alerta, quando não de tiro mesmo que contrastava com a beleza da região.
  Inevitável comparar o que vi e senti com a expectativa da Copa do Mudo no Brasil, uma vez que aqui como lá campeia a criminalidade selvagem sob o comando de traficantes.
  Era do meu conhecimento a ação do tráfico, entretanto quando se vê, tanta arma e dispositivos defensivos, difícil não lembrar o que se passa por aqui. Os últimos acontecimentos foram horríveis. Manifestantes encapuzados praticando crimes sob o manto da impunidade, afrontam o estado de direito, os valores democráticos  e ficam impunes.
  Os jornais desta semana registram 50.108 assassinatos, número que superou 2012, e o índice só aumenta. Somado a 40.OOO  mortes no trânsito, temos 90.000, para agravar o país é campeão mundial de óbitos juvenil no trânsito e os homicídios até trinta anos, consistem na maioria.
  Não dá para mudar tudo isso em um ano, sem contar que a corrupção e a desídia na administração pública só aumentam, é só abrir os jornais para constatar. Na semana que passou foi muito comentada a estratégia protocolar para se aprovar o aumento do IPTU em São Paulo que foi submetido a justiça e suspenso.
  O um milhão de pessoas nas ruas em junho decretou o fim do ciclo iniciado em 1985.  Primeiro foram os vinte anos de militarismo, agora a população nas ruas disse que repudia a estratégia atual e pede reformas.
  A política equivocada pela contumaz identificação de grupos minoritários e a proteção governamental descabida que eles próprios às vezes repudiam, estimulando o rancor entre as pessoas. O ranço contra os militares, expresso pela Comissão da Verdade, sepultou temporariamente um traço positivo do perfil do  brasileiro, a tolerância entre as mais diversas nações  que imigraram e foram sempre muito bem aceitas.     
  Amor  palavra milagrosa  da qual deriva todas as outras virtudes. Que a ela cada um acrescente a sua fé e um cadinho de tudo que fortaleça o caráter. Esta é a mudança que haverá de acontecer.
  Chega de violência; menos corrupção; menos manipulação do povo humilde de nosso país, da exploração da classe  produtiva;   privilégios de políticos; impunidade  daqueles indivíduos  que praticam crimes da pior espécie, agredindo autoridades e depredando o patrimônio público e particular.
  Fosse possível,  os donos do poder teriam mudado o superficial urgentíssimo para cacifar votos, depois de junho; não deu, expirou o prazo. A  rejeição da PEC-37, um bom sinal da ação nas ruas.
  Terminou o ciclo militar há vinte e cinco anos, porque não haverá de terminar o ciclo dos subversivos e terroristas. Vai ser no voto.
Milhões estão se comunicando pelas redes. A corrupção, a violência, a impunidade, os privilégios como munição.
  Muda Brasil urgente, é o anseio de todos!!!

Catanduva, 08 de novembro de 2013

José Carlos Xavier

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