Aos doze anos, órfão há um, no
qual cursei a terceira série primária,
segui para o seminário, onde não podia entrar pois não completara o primário
para fazer a admissão ao ginásio. Ante as ponderações de meu pai, o Reitor
Padres Chaves concedeu três meses de experiência, caso acompanhasse o curso
seguiria e assim foi que fiquei dois anos. Na primeira série ginasial, fui bem e por isso recebi ao final um mimo pela colocação alcançada. Viajei de férias entusiasmado.
Porque não voltei, então? A dúvida da
vocação; meu pai havia se casado novamente e
ganhara três enteados; o amava e pensava em ajudá-lo e preponderante esta: havia recebido um
enxoval completo e perdera o contato com
a doadora, assim não tinha roupas compatíveis e nem como comprá-las.
No seminário havia um viela que
ficava num recanto arborizado, onde por algumas vezes me vi a meditar em toda uma vida futura. A dúvida mais aguçada era
entre o celibato e constituir família, nestes momentos conversava intimamente com
Nossa Senhora do Síão, ali em São Sebastião do Paraiso. Caso não seja Padre, dê-me
uma mulher que me ame e um emprego fixo para que não viva a perambular de um lado a outro, muito menos a
sofreguidão do desemprego.
Jamais, me apartei deste pedido
até alcançá-lo. No dia 22 de abril de 1972 em uniforme de gala e ela de longo
nos conhecemos no Clube Pinheiros em São Paulo. Feliz noite, felizes foram
todos os dias e todas as noites ao seu lado. Com o seu perfil inabalável e personalidade
ímpar, somamos; só somamos. Leitores um câncer fulminante a venceu em quatro
meses. Aos primeiros raios do dia 26,
sexta-feira despediu-se da vida terrena. Descanse em paz quem me fez feliz. Hoje, ainda em luto e profundo pesar,
confesso esta projeção adolescente de futuro. Agradeço ao Senhor pelas graças
recebidas em vida, aos nossos propósitos renovados diariamente em comunhão com ela.
Pela sua fé e obras que seja contemplada com a glória
Eterna, porque viveu para amar e servir. Que o Senhor seja louvado para sempre
louvado seja.
Aos leitores deste blog que a paz
celestial amaine todas as vossas e as minhas agruras desta vida terrena. Àqueles
que elevaram seus pensamentos em pedidos pela saúde dela: Ivanir Arão Xavier que se foi, a minha solidariedade amorosa,
pois só o amor é capaz de acalentar nossos corações e alma neste momento de
luto. Bom dia a todos em oração.
É triste que toda bela história tenha um fim. Feliz de quem acredita que é apenas o fim de um capítulo.
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