Na Trincheira do Poeta

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sábado, 4 de março de 2017

Bobo da corte é o povo!


O humor do rei fosse mantido nas alturas.

Está nítido que todos os partidos desfrutaram da via clandestina do caixa 2. Falou que havia uma terceirização da propina que era intermediada pela Odebrecht.

Artigo publicado na íntegra no jornal " O Regional" de Catanduva!


A expressão “bobo da corte” é originária de um cenário das reuniões nababescas em que todos se sentavam a volta do Rei para se locupletarem enfastiados das mordomias da coroa - comidas, bebidas, orgias e tudo mais que ainda reina mundo afora. Nelas haveria de ter um palhaço para que o humor do rei fosse mantido nas alturas, então aquele que mais fizesse patacoadas o seria, mesmo que por uma noite o bobo da corte. Havia dentre os serviçais aquele oficial que estava em todas as reuniões, cujos trejeitos  divertiam o monarca.
Numa delação que desnuda os bastidores fedentinos dos porões da República, Marcelo Odebrecht e toda cúpula da empresa assinaram delação premiada - são mais de setenta membros ouvidos. Entretanto, a fala dos líderes-proprietários dá o norte de tudo que acontecia, corroborando com o que já foi visto no Mensalão - esquemas e mais esquemas de dinheiro para custear as eleições e enriquecer políticos e suas proles.
Está nítido que todos os partidos desfrutaram da via clandestina do caixa 2. Falou que havia uma terceirização da propina que era intermediada pela Odebrecht, não bastassem as altas somas que disponibilizou diretamente, além disso, quis se fazer de vítima ao dizer que era induzido a conduzir empreendimentos que nem mesmo queria participar.
São de estarrecer as informações sobre as altas somas destinadas aos políticos, por conta deste caixa 2. Todos eles negam, com a recorrente alegação que as verbas foram apresentadas ao Tribunal de Justiça Eleitoral e aprovadas. Entretanto o cipoal que se apresenta e a condenação de tantos desmentem cabalmente as declarações de todos os políticos.
A pergunta que se faz: como a sabedoria empreendedora dos líderes de tão renomada empresa se renderia à imagem do “Bobo da Corte”? Empresário de tanto sucesso e seu clã são definitivamente cúmplice do que mais abjeto aconteceu neste país, ou seja, a promiscuidade do público com o privado, sob a égide de que “os fins justificam os meios, mesmo que ilícitos”. Aos políticos o que importava é “nos perpetuarmos no poder, somos a redenção do povo!”. Aos empresários, o enriquecimento a qualquer custo!
O pior é que institucionalmente está comprovado que a sanha pelo dinheiro está presente na cobrança de impostos para custear altos salários de alguns segmentos do serviço público, comprometidos também pelo excesso de mordomias, principalmente dos políticos e de seus asseclas.

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