Quanto aos pais chorarem perante os filhos pequenos, nem pensar.
A cultura familiar era de evitar carinho excessivo aos filhos para não deixá-los mal acostumados, sendo que inúmeras vezes ouvi isso na infância. Já afirmei que um dos dilemas ao entrar na escola era saber como a professora conduzia a disciplina na classe. As dificuldades para ela eram imensas, pois a turma comportava alunos da primeira a quarta série primária. Quanto aos pais chorarem perante os filhos, pequenos nem pensar.
A cultura familiar era de evitar carinho excessivo aos filhos para não deixá-los mal acostumados, sendo que inúmeras vezes ouvi isso na infância. Já afirmei que um dos dilemas ao entrar na escola era saber como a professora conduzia a disciplina na classe. As dificuldades para ela eram imensas, pois a turma comportava alunos da primeira a quarta série primária. Quanto aos pais chorarem perante os filhos, pequenos nem pensar.
Estávamos saindo do tempo da
reguada; do joelho no grão de milho, do croque na cabeça e outros castigos físicos duríssimos. Estudei
dois anos e meio na escola rural, o primeiro não conclui, o segundo completei e o terceiro fui
até julho, saindo em julho o qual completei na cidade de
Batatais, Grupo Escolar Castelo.
Cumprida a tarefa da formação do
café, a família retornou a cidade natal, no meio do ano. Aconteceu fato pouco
provável para a época que foi de me ver puxando a calça do meu pai para incisivamente
pedir que ele me matriculasse, pois queria terminar o ano, o que foi feito.
Conclui também ali o terceiro, quando fui para o seminário.
A professora na fazenda se chamava Célia. Era jovém, chegava de charrete, pois vinha de Jaboticabal e a pegavam na ponte sobre o rio Mogi Guaçu. Ao me aposentar, falei com irmão dela de quem soube que ela falecera. A intenção de homenageá-la; assim como, a Da. Nenethy do terceiro ano em Batatais, ficou
prejudicada, pois também não estava mais entre nós. Foi com pesar que recebi estas
notícias. De ambas sempre me lembrei com muito carinho.
Citei as lágrimas porque foi a primeira
pessoa que chorou por mim. Ao despedir-me dela pela mudança, notei algumas contidas lágrimas em seus olhos, o suficiente para me
emocionar ao ponto de jamais esquecer aquela afetiva reação.
A Dona Nenethy, sabedora da minha
orfandande, quando me atrasava, ia me buscar na porta da sala e calma e pacenciosa me consolava, pois sabia que cuidava dos meus irmãos, enquanto
meu pai trabalhava.
Fiquei sensivelmente emocionado e
agradecido pela conduta de ambas. A primeira, além tratar a todos com carinho, sem jamais se exasperar, ainda verteu as primeiras e emocionadas lágrimas por mim. A segunda, com sua atitude de pleno carinho, compensou em parte, a dor da orfandade. Ambas
foram responsáveis pela minha admiração aos mestres para sempre. Evidente que há muitos motivos para se admirar o professor, mas no meu caso, estas duas Senhoras marcaram-me indelevelmente.
A elas um beijo tardio, mas de
coração. Deixo consignado, pois são merecedoras e me fizeram com seus gestos, acreditar no meu semelhante. A elas minhas reverências postumas...!!! Domingo, um dia oportuno, a tão afáveis lembranças. Que o Senhor seja louvado para sempre louvado seja e sejamos dignos da Paz de Cristo num viver justo e solidário.