Na Trincheira do Poeta

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sábado, 5 de maio de 2018

Cortiços verticais!


As condições precárias quanto à segurança e conforto eram totais. 

Novo proceder de norte a sul e  de leste a oeste para darmos chances às futuras gerações de que a casta política não pense prioritariamente em si, e sim no que de significativo possa fazer aos governados.


Circunstâncias de momento produzem comportamentos específicos tolerados pelas autoridades, face às circunstâncias imperiosas em que politicamente é melhor aceitá-las  do que coibi-las. Assim em 1890 Aluísio de Azevedo escreveu Cortiço, resultando no avaliar crítico que o indivíduo é produto da hereditariedade, do momento e do meio em que vive.
Deveras, passados mais de um século a conclusão permanece verdadeira, como detectado agora, em face da tragédia do edifício que veio abaixo no centro de São Paulo que desencadeou a análise da situação sobre a moradia de Sem Tetos, naquela região.
Chama a atenção que as condições precárias   quanto à segurança e conforto eram totais. Os comentários de especialistas detectam que o imperioso dever de coibir as ações dos invasores, é procrastinado  face ao jogo político, pois impotentes para solucionar a demanda de moradias, preferem esta acomodação da situação do que levar avante as desocupações.
Comparativamente, é a mesma situação da Cracolândia que se expandiu aos poucos, ocupando ao final, vasta área no centro de São Paulo, sobre a qual nos últimos dois anos a administração pública envida esforços para revitalizar a área.
O imóvel que veio abaixo é originariamente da Uníão, tendo servido a administração estadual e devolvido a ela. Resta do imbróglio deste evento, um vácuo ocupado pelas lideranças dos movimentos sociais de apoio aos Sem Tetos e tantos outros segmentos, nesta área.
Equipes vinculadas a liderança deles se arvoram no direito de coordenação dos moradores e cobram tachas, resultando delas direitos e deveres aos moradores que se sujeitam a eles, ante a extrema necessidade.
Assim, face a impotência do poder público na solução da questão da moradia popular, sede com a flexibilização das condutas repressivas, então o caos se implanta e os desastres acontecem.
Enfim, de tudo que vemos a conclusão é que neste  Brasil do gigantismo territorial e diversidade cultural, somente o aprofundamento do pensar na essência que provoque o reordenamento jurídico e político, reinventando mesmo um - novo proceder do norte ao sul e leste a oeste para darmos chances às futuras gerações de que a casta política não pense prioritariamente em si, e sim no que de significativo possa fazer aos governados.
O prédio que caiu, mais um fato a demonstrar a incompetência de nossos governantes, não bastassem os métodos criminosos de auferirem recursos para campanhas políticas e pior ainda de muitos para enriquecerem a si a prole.
A sua queda, símbolo da incompetência político-administrativa, pois o Cortiço Vertical nele instalado,  o  utilizava  precariamente. Ao vir abaixo, deixa uma incontestável urgência aos líderes nacionais – refletir no que fazem, pois a elite política - é responsável pelos benefícios e malefícios que sucedem aos seus governados, na ação ou omissão!
O soterrar daquele prédio aflorou a incompetência de todos  órgãos públicos com responsabilidade, político-administrativa sobre ele, quer seja federal, estadual ou municipal!!!

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