Faz muito tempo, vejo que o ciclo da Carta Cidadã expirou.
Certo estão aqueles que a qualquer custo querem se livrar das algemas. Errados estão todos eles delatores e acusados por se permitirem envolver em tão infames atitudes.
Artigo publicado na íntegra no Jornal O Regional de Catanduva em 20/7/15
Artigo publicado na íntegra no Jornal O Regional de Catanduva em 20/7/15
A delação premida é uma norma
relativamente recente na legislação
brasileira. Foi introduzida com a lei n. 8.072/90 que instituiu o crime
hediondo, um gravame de penas pelas características da ação criminosa,
contemplando alguns tipos penais e métodos da execução dos delitos, condições
das vítimas como crianças, mulheres, incapazes e outras, recentemente policiais.
Sua adoção em vários países, sendo pioneira a Itália onde o poder dos
mafiosos há tempo sempre afrontou o Estado fazendo vitimas em todo estrato
social. Foi utilizada primeiramente lá e depois nos Estados Unidos e Alemanha e
outros países como o nosso, com relativa eficiência.
No presente caso da Operação
Lava-Jato, inimaginável pensar que concomitantemente com os crimes do Mensalão,
implementava-se modalidade de articulação entre empresários e agentes
administrativos, mancomunados com os políticos para dois objetivos: gozar do
privilégio da riqueza e apossar-se de somas vultuosas para implementar as mais
diversas artimanhas na consecução do objetivo final da perpetuação no poder. Um
toma lá da cá vil que enoja dia a após
dia a sociedade brasileira, não bastasse a má administração por incompetência
dos entes políticos, com raras exceções.
Pipoca aqui e ali, o rol dos
voluntários à delação premiada que só faz crescer de forma que além das
Pedaladas Fiscais “artimanhas no executivo federal para maquiar contas orçamentárias
com o fim de satisfazer metas
preestabelecidas”.
Na esteira e mira dos delatores rola desde a Chefe do
Executivo Federal; o Presidente do Senado e da Câmara. A briga de foice é
intensa. Em 2013 assisti na orla da Praia de Copacabana, um fora Renan com
muitas pessoas e não foi somente lá, ocorreu no Brasil todo protestos contra a
sua assunção àquela posição de liderança
no Senado. Também em 2013 a rejeição a classe política se fez notar nas
manifestações de junho. Abertas as urnas, convalida-se os mesmos líderes a nos
comandar, por mais 4 anos.
Quem na condição de empresário
que está no xilindró quer mesmo é se livrar das algemas, enquanto os entes
políticos preservados pelas formalidades legais a que fazem jus pelos
descabidos privilégios a que tem direito, veem seus nomes citados pelos
encarcerados. Que Brasil é este?
Faz muito tempo, vejo que o ciclo da Carta Cidadã
expirou. Somente uma reflexão profunda , com resultado práticos urgentes
minimizará a condição de depreciação da classe política brasileira. Há que se
revolver valores e estruturas para que o povo – este de quem tanto falou e usou
os líderes atuais tenham sua verdadeira redenção. Não é com roubalheira e
privilégios descabidos das classes dominantes, oriundos desde o tempo do
império, senão das capitanias hereditárias, que se molda uma sociedade justa e
solidaria: veja a dinastia dos Sarney no Maranhão quanto tempo durou e tantas
outras, principalmente no norte e nordeste.
Certo estão aqueles que a
qualquer custo querem se livrar das algemas. Errados estão todos eles delatores e acusados por se permitirem envolver
em tão infames atitudes. Todos querem um novo Brasil, as práticas deste ciclo
dos últimos 30, não
frutificaram como esperado e devem ser
esquecidas.
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