Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

domingo, 12 de julho de 2015

Transcendência

 Me encantou conhecer os hábitos e costumes dos esquimós!

Mas sobre a transcendência lembro-me de pensar mais nela quando passei três anos no comando da Companhia da Polícia Militar de José Bonifácio.


Cada um de nós inicia a vida com o que está ao seu redor. É simples assim. Se buscarmos ao longo da história desta aldeia global quantas imagens diversas. Me encantou conhecer os hábitos e costumes dos esquimós! No seminário, lá em 1959/60, havia durante as  refeições, a resenha das notícias diárias e leitura de livros. Nas aulas, alguns professores divagavam por assuntos diversos e sobreviver nas condições deles me fez ver que conheci o mundo num paraíso. Muito verde, pássaros, animais, um pai que dedilhava o violão e a mãezinha que tudo de bom fazia para nós. Mas sobre a transcendência, lembro-me de pensar mais nela quando passei três anos no comando da Companhia da Polícia Militar de José Bonifácio. Aos 33 anos, após 15 entre Brasília e São Paulo voltei ao convívio do caboclo na sua essência. Vida que tivera até os 19 anos. Eram 17 pequenas cidades sob minha orientação. Nada de extraordinário, mas me relacionava com três comarcas e uns 10 delegados de polícia, sendo o efetivo de 130 homens. Era 1º. Tenente e ali apareceu Capitão por 3 meses apenas. Não me fiz de interino que era, levei a ação como se efetivo fosse.
Para não ficar sozinho às margens do Tietê, assinei o Estadão; li bastante, livros e iniciei o Curso de Direito. A Companhia ficava bem atrás da Igreja, lá está no mesmo lugar.  
Muitas vezes, me lembrei da Viela da Meditação do Seminário e tudo que pedira estava acontecendo. Um mulher prestimosa a quem amava e era amado. Uma filhinha linda e neste período nasceu o filho. Nas inspeções de até 150 quilômetros, entre estradas de terra e asfalto, conversava com aquele povo simples desde os policiais a todas as autoridades políticas e me sobrava prosa dos tempos da vida rural, incluisve de como catar 120 Kg de algodão despejado num só dia que  precisava explicar, porque é difícil de se acreditar mesmo.
Ali, bem atrás da Igreja meditava que o Padre tem a sagrada missão de lá e eu a de cá. Obrigado minha Santa vou fazer o possível, era como o meu interior se sentia bem.
Assim, foi o meu caminhar em todos os momentos de minha vida. De todos os dons que me foram atribuídos, sempre pensei que minhas energias não se encerram em mim.
A vida comunitária é fantástica e pródiga em exemplos de pessoas que removem a terra desde longínquos tempos e são louvados;  e também daqueles que disseminaram maldades.
A história aí está. Muitos arautos do mal também fazem sucessos momentâneos, mas passam como as nuvens das tempestades. Que  nos livrem delas.
Naqueles dias ali tranquilo, confesso pensei muito nesste conceito. Tenho saudade deles que foram maravilhosos em minha vida. O Padre lá e eu cá, missões a serem cumpridas, o melhor que pudesse com emprego da energia nos limites possíveis das limitações humanas.
Sai um pouco do habitual. Mas você leitor que teve tempos bons na vida curta-os comigo, pois os tristes são inevitáveis nesta nossa dimensão terrena. Que o Senhor seja louvado, para sempre louvado seja. Amor e paz neste dia do Senhor. A ele rendemos graças pelos nossos desígnios. Bom Domingo  todos nós.

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