Na Trincheira do Poeta

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Turbulência no Planalto Central!


 Parece que a terra está mais perto do firmamento.

Ao otimista resta esperar que cada um pague pelos erros cometidos, com as prisões e deposições merecidas para que respiremos novos ares.



O céu de Brasília guarda especial aspecto, reincidente no ano pela topografia como o título indica, pouco chuvosa, a vista alcança longe e parece que a terra está mais perto do firmamento. Saudosa a lembrança de fitá-lo do interior do Batalhão da Guarda Presidencial e ter a sensação primeira, em 19 anos, de não saber para que lado estava a terra natal.
As vezes que lá volto, enquanto relembro-me dessa passagem,  curto a linda paisagem celestial com aquele azul anil sombreada por pequenas nuvens brancas translúcidas,  com a qual me acostumei, na juventude.
Melhor  era o refrão  da música cantada por todos para saudar a cidade menina, nova capital do país, cujo refrão ecoava forte em nossos  corações: Brasília Capital da Esperança! Eta time de candangos aventureiros que deixou reconhecido  seu legado. Ah! Com certeza deixou mesmo.
Desta época, igualmente é a mensagem entusiasta, ouvida pelo jovem infante  em um dos postos da guarda do Palácio do Planalto,  de providencial rádio no alojamento dos servidores - o acesso ao serviço público, doravante somente por concurso - era 1966, um alento!
Vamos ao título! Nos  últimos dias, depois que radical determinação de prisão de um Senador em pleno exercício do mandato, a qual foi cumprida e ratificada pelo plenário da casa, sucederam-se fatos que colocaram os ares planaltinos em alvoroço.
Instalado o processo de cassação do mandato do Presidente da Câmara dos Deputados e por este  decidido  pela admissibilidade do Impeachment da Presidente da República, o quadrilátero da Praça do Três Poderes efervesceu.
Na Câmara se viu cabeçadas, tapas, empurrões, deposição de liderança de comissão, não se esquecendo da carta do Vice-Presidente e suas confabulações com aliados. A exasperação  dos ânimos provocou nova interveniência do STF para ditar o rito do processo de impedimento.
Entre idas e vindas fica a constatação de que é isto mesmo que deveria acontecer, porque a situação da sociedade está caótica e se as lideranças estão brigando, menos mal, pior se estivesse tudo em calmaria, aí seria mesmo o fim. 
Ao otimista resta esperar que cada um pague pelos erros cometidos com as prisões e deposições merecidas para que respiremos novos ares - no planalto, montes e montanhas; principalmente na planície, onde está o comum do   povo.

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