Parece que a terra está mais perto do firmamento.
Ao otimista resta esperar que cada um pague pelos erros cometidos, com as prisões e deposições merecidas para que respiremos novos ares.
O
céu de Brasília guarda especial aspecto, reincidente no ano pela topografia
como o título indica, pouco chuvosa, a vista alcança longe e parece que a terra
está mais perto do firmamento. Saudosa a lembrança de fitá-lo do interior do
Batalhão da Guarda Presidencial e ter a sensação primeira, em 19 anos, de não
saber para que lado estava a terra natal.
As
vezes que lá volto, enquanto relembro-me
dessa passagem, curto a linda paisagem celestial
com aquele azul anil sombreada por pequenas nuvens brancas translúcidas, com a qual me acostumei, na juventude.
Melhor
era o refrão da música cantada por todos para saudar a
cidade menina, nova capital do país, cujo refrão ecoava forte em nossos corações: Brasília Capital da Esperança! Eta time de candangos aventureiros que
deixou reconhecido seu legado. Ah! Com certeza deixou mesmo.
Desta
época, igualmente é a mensagem entusiasta, ouvida pelo jovem infante em um dos postos da guarda do Palácio do
Planalto, de providencial rádio no
alojamento dos servidores - o acesso ao serviço público, doravante somente por
concurso - era 1966, um alento!
Vamos
ao título! Nos últimos dias, depois que
radical determinação de prisão de um Senador em pleno exercício do mandato, a qual foi
cumprida e ratificada pelo plenário da casa, sucederam-se fatos que colocaram
os ares planaltinos em alvoroço.
Instalado
o processo de cassação do mandato do Presidente da Câmara dos Deputados e por
este decidido pela admissibilidade do Impeachment da
Presidente da República, o quadrilátero da Praça do Três Poderes efervesceu.
Na
Câmara se viu cabeçadas, tapas, empurrões, deposição de liderança de comissão,
não se esquecendo da carta do Vice-Presidente e suas confabulações com aliados.
A exasperação dos ânimos provocou nova interveniência
do STF para ditar o rito do processo de impedimento.
Entre
idas e vindas fica a constatação de que é isto mesmo que deveria acontecer,
porque a situação da sociedade está caótica e se as lideranças estão brigando,
menos mal, pior se estivesse tudo em calmaria, aí seria mesmo o fim.
Ao
otimista resta esperar que cada um pague pelos erros cometidos com as prisões
e deposições merecidas para que respiremos novos ares - no planalto, montes e montanhas;
principalmente na planície, onde está o comum do povo.
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