Dessa simbiose se faz o homem, seja comum ou letrado!
Com a minha consciência em paz, registrei neste espaço minha biografia até os 24 anos. ”Feliz de
quem vive em bons ambientes, não tenho dúvida disso”.
Bem
sei ou não sei, tudo é incerto. Do eterno esclarecer da dúvida exsurge a
sabedoria, bem possível - uma máxima filosófica. Assim, para dizer sobre o que “faz
o homem” infinitas teses são formuladas e em síntese, somam-se às
físico-biológicas com as sociológicas. Os estudos da biologia e da química
concentram-se na formação a partir da herança hereditária, com ênfase ao DNA. Tese há da
importância dos impulsos positivos e negativos da primeira década de vida. A sociologia
complementa com as afirmativas da preponderância do meio social em que nasce e
cresce. Ao religioso a importância da ligação com o sobrenatural e vínculo com
os valores cultuados.
Dessa
simbiose se faz o homem, seja comum ou letrado, as suas emoções e caráter são
reféns de muitos estímulos ao logo da vida. Cito um só exemplo para a
constatação do quanto o ser humano é surpreendente. Da biografia de Paulo
Coelho, atualmente o escritor brasileiro campeão de vendagem de livros e
entre os primeiros do mundo, registra duas internações em manicômios na
juventude. Superação é a palavra.
Ao
militar, considerada a análise preliminar, certamente as unidades em que serve
vão acrescentando valores profissionais específicos de suas características de
forma a influenciar seu perfil, sendo que as atribuições específicas lhe proporcionam oportunidades de participação em missões
extraordinárias.
Servir
como soldado no Batalhão da Guarda Presidência - um privilégio dos paulistas
durante uma década. Servir na primeira turma de soldados da Polícia Militar do
Distrito Federal, um aprendizado riquíssimo, tudo se iniciou com a gente em
interação com os cariocas.
Ver
a Rota nascer, é poder relembrar os conceitos puros e idealistas de novos
tempos para a Polícia Militar de São Paulo. Lá estávamos nós do Pelotão de
Recruta no dia 09/03/1970, sendo Porta Bandeira o 2º. Ten PM Alberto Mendes
Júnior, a quem veríamos um mês depois ser assassinado pelas mão de perversos
terroristas.
A
formação das equipes, a constituição do Centro de Controle de Viaturas na
unidade, a Ronda Bancária com missão (antiterror) na qual atuei por mais de três
meses, cujo itinerário da nossa equipe era a área específica de bancos ´do Bom
Retiro, Lapa e Pinheiros. Das 09h às
15h, muitos quilômetros de Schmaisser em
punho e olhar atento, sempre no banco traseiro em posição invertida a do
motorista.
Do Comandante não me lembro o nome, um Sargento de estatura alta, cor branca, rosto fino. Caso veja sua foto da época, o reconheceria.
A estratégia pessoal: proteger-me e revidar, porque morto serei inútil e
preocupação para os colegas sobreviventes. Àquela época não existia os manuais de procedimento
de hoje.
No dia 01
de agosto de 1970, ingressei em 7º. lugar entre 200 e concluí em 3º. o Curso de Formação de Cabo, no dia 18 de dezembro. Período que fui atingido por um disparo
acidental que não me impediu de em cinco dias depois, prestar e ser aprovado em 11º. de 100, no Concurso para a Academia do Barro Branco, o
qual conclui em 11º. de também dentre 162 formandos.
Com a minha
consciência em paz, registrei neste espaço minha biografia até os 24 anos.
Frequentei meu 1º. dia de aula acadêmica, na data do aniversário 17 de
fevereiro de 1971. Face a esta aprovação não fui promovido por ato de
bravura, apesar do Comando da Academia Militar do Barro Branco, aprovar meu
pleito e encaminhá-lo às instância superiores.
Agradeço a
Deus a vida vivida da qual esta foi a época mais tumultuada. Sempre a incerteza do que seria de mim a cada
manhã, foi registrada. Tudo fiz para honrar as famílias - paterna Xavier e
materna Joli. Minhas energias e dotes foram exauridos no extremo limite, diariamente.
Agradeço os
exemplos dos familiares, professores, religiosos, seminaristas e militares com quem
convivi - alentos inspiradores e energizastes. Ao Herói Alberto Mendes Júnior, reverenciei no livro Tributo A Um Herói. A vida um eterno aprendizado. "Feliz de
quem vive em bons ambientes, não tenho dúvida disso".
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