Na Trincheira do Poeta

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segunda-feira, 3 de março de 2014

Boleiros x CBF

Comentários adicionais: Paulo André deu adeus, por falta de Bom Senso.  India. Foi para a China, bem possível que vai fazer política e querer ser presidente da Federação Chinesa. Acorda Alice!
As  atitudes dos atletas, se insurgindo contra as regras do esporte e toleradas pelos árbitros próprias de uma sociedade onde impera um arremedo de  democracia. Jogador de time da série "A" bater o peito ao arremeter bola para fora do campo uma constatação da negação da técnica. A bola é para ser jogada continuamente, dominada, passada, livrar-se do adversário pela finta ou pelo drible. Chutão para lateral; linha de fundo, para o alto qualquer perna de pau dá.
A sequência de derrotas e O x O do Corinthians uma lástima, sintoma de uma grupo que perdeu a vergonha; que não soube conviver com o sucesso, fraco e politiqueiro. 


“A extinção dos campeonatos amadores, por falta de autoridade dos organizadores, consiste numa constatação da degradação dos valores morais ante a má conduta dos atletas. Uma aberração!”


Boleiros x CBF

O futebol é enigmático, envolve multidões mundo afora. Aprendi no ambiente acadêmico da Escola de Educação Física da Polícia Militar de São Paulo que este esporte é o que mais se aproxima do espírito tribal dos primórdios da humanidade. Sem distinção de altura, raça ou cor, sua iniciação se dá nos ambientes mais inóspitos, contemplando todas as classes sociais.
Os esportes coletivos vão ao encontro de instinto gregário do homem. A competição dá vazão à agressividade dos indivíduos, e praticados continuamente proporcionam o equilíbrio físico e mental, sinônimo de saúde.
Alex conversa com Juan em fim de jogo, e Paulo André telefona para os dois - reuniram-se com outros jogadores que estiveram fora do país, elegeram algumas reivindicações e fundaram o “Bom Senso Futebol Clube”.   Hoje, já desenvolveram várias reuniões, sendo a comunicação virtual intensa e as iniciativas também.
Na pauta das proposituras: a redução do número dos jogos para os jogadores dos principais campeonatos; o aumento deles para as divisões inferiores de forma a manter em atividade os atletas o ano todo, e que os clubes mantenham seus compromissos financeiros em dia, punindo quem gastar mais do que arrecada.
Os jogadores engajados manifestam-se de diversas formas no início das partidas, ora sentados nos gramados, ora trocando bola entre adversários no primeiro minuto de jogo - um importante exemplo de exercício da cidadania para quem está anestesiado em casa, vendo a banda passar.
A estratégia deu certo. A CBF já acenou com algumas mudanças, sendo a principal delas a redução do número de jogos, merecendo parabéns a iniciativa sob o ponto de vista da luta pela melhoria da classe.
Neste espaço, faço o contraponto sempre, e no caso, registro que o futebol brasileiro “pentacampeão mundial; exportador de jogadores; sempre entre os finalistas das copas; e campeão da última edição da Copa América” se mostra um segmento de sucesso, inquestionável.
Os jogadores da elite recebem salários polpudos, e não bastasse isso, têm direitos assegurados em relação à imagem e ainda recebem pela propaganda contratada.
Sob o ponto de vista do esportista, a deterioração maior que vejo no futebol foi o fim dos campeonatos amadores nas comunidades porque ninguém consegue manter um mínimo de ordem nas contendas.
Catanduva, por exemplo, passou seis anos sem futebol (1996 a 2002), uma lástima. Até os refletores do estádio foram aproveitados para o carnaval.
Estão certos os atletas na reivindicação da extensão dos campeonatos das divisões inferiores. Minha geração acompanhava o campeonato da segunda divisão do futebol paulista, o ano todo.
Sei que hoje há muitos espaços para as crianças iniciarem a prática do futebol, porém a extinção dos campeonatos amadores, por falta de autoridade dos organizadores, consiste numa constatação da degradação dos valores morais ante a má conduta dos atletas. Uma aberração!
Ao final, ressalto que o movimento do “Bom Senso Futebol Clube” vai bem, porém o rendimento dos times em que jogam os pioneiros do movimento Juan do Internacional; Alex do Coritiba e Paulo André do Corinthians, no segundo semestre, foi pífio, para não dizer vexatório.
Será que houve bom senso deles em se envolverem agora com esta questão... Coincidência ou não, fica a constatação. Que digam os torcedores destes times?

José Carlos Xavier
Coronel PM, Advogado, Professor

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