Fazendo jus ao nome do blog, um poeta excepcional!
Não daria uma sentença em verso, mesmo porque não tenho esta facilidade, entretanto há pessoas que vão além, são sensíveis, por isso se arriscam. Leia o último verso. É triste, mas é a realidade.
Sentença inusitada de um juiz, poeta e realista.
Sentença inusitada de um juiz, poeta e realista.
* Esta aconteceu em
Minas Gerais (Carmo da Cachoeira). O juiz Ronaldo Tovani, 31 anos, substituto
da comarca de Varginha, ex-promotor de justiça, concedeu liberdade provisória a
um sujeito preso em flagrante por ter furtado duas galinhas e ter perguntado ao
delegado:
"Desde quando
furto é crime neste Brasil de bandidos? "
O magistrado lavrou
então sua sentença em versos:
Do ano ainda fluente
Em Carmo da Cachoeira
Terra de boa gente
Ocorreu um fato
inédito
Que me deixou
descontente.
O jovem Alceu da
Costa
Conhecido por
"Rolinha"
Aproveitando a
madrugada
Resolveu sair da
linha
Subtraindo de outrem
Duas saborosas
galinhas.
Apanhando um saco
plástico
Que ali mesmo
encontrou
O agente muito
esperto
Escondeu o que furtou
Deixando o local do
crime
Da maneira como
entrou.
O senhor Gabriel
Osório
Homem de muito tato
Notando que havia
sido
A vítima do grave ato
Procurou a autoridade
Para relatar-lhe o
fato.
Ante a notícia do
crime
A polícia diligente
Tomou as dores de
Osório
E formou seu
contingente
Um cabo e dois
soldados
E quem sabe até um
tenente.
Assim é que o aparato
Da Polícia Militar
Atendendo a ordem
expressa
Do Delegado titular
Não pensou em outra
coisa
Senão em capturar.
E depois de algum
trabalho
O larápio foi encontrado
Num bar foi capturado
Não esboçou reação
Sendo conduzido então
À frente do Delegado.
Perguntado pelo furto
Que havia cometido
Respondeu Alceu da
Costa
Bastante extrovertido
Desde quando furto é
crime
Neste Brasil de
bandidos?
Ante tão forte
argumento
Calou-se o delegado
Mas por dever do seu
cargo
O flagrante foi
lavrado
Recolhendo à cadeia
Aquele pobre coitado.
E hoje passado um mês
De ocorrida a prisão
Chega-me às mãos o
inquérito
Que me parte o
coração
Solto ou deixo preso
Esse mísero ladrão?
Soltá-lo é decisão
Que a nossa lei
refuta
Pois todos sabem que
a lei
É prá pobre, preto e
puta...
Por isso peço a Deus
Que norteie minha
conduta.
É muito justa a lição
Do pai destas
Alterosas.
Não deve ficar na
prisão
Quem furtou duas
penosas,
Se lá também não
estão presos
Pessoas bem mais
charmosas.
Afinal não é tão
grave
Aquilo que Alceu fez
Pois nunca foi do
governo
Nem seqüestrou o
Martinez
E muito menos do gás
Participou alguma
vez.
Desta forma é que
concedo
A esse homem da
simplória
Com base no CPP
Liberdade provisória
Para que volte para
casa
E passe a viver na
glória.
Se virar homem
honesto
E sair dessa sua
trilha
Permaneça em
Cachoeira
Ao lado de sua
família
Devendo, se ao
contrário,
Mudar-se para
Brasília!!!
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