Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sábado, 28 de novembro de 2015

Despedida dos lindos cafezais!

Naquelas terras o café era colhido no pano

Esta foi a fase áurea delas que evoluíram da escravidão, passando para colonos, depois vieram os meeiros e ainda o regresso  dos volantes bóias frias, mais adiante.


O título se justifica porque aqueles foram os cafezais mais lindos que vi em minha vida. A plantação era nova, rodada e verdejante numa época, branca em flores noutra e vermelha  próximo da colheita, café Bourbon. Diferentemente de outras regiões, naquelas terras o café era colhido no pano, sendo a maior alegria e entusiasmo dos familiares - quando quatro pés dava uma saca e isto acontecia várias vezes no dia. Meeiros eles faziam as contas.
Ao ler sobre a evolução das relações entre os fazendeiros e trabalhadores, detectei que esta foi a fase áurea delas que evoluíram da escravidão, passando para colonos, depois vieram os meeiros e ainda o regresso dos volantes bóias frias, mais adiante.
Confesso que ao escrever estas linhas deste tempo saudoso, deixo a cada mudança um cadinho de mim, da minha infância querida que não volta mais, como disse o poeta. Elas são lembranças gratas.
Extraordinário era enxame de abelhas Europa no porão! Nós morríamos de medo, mas os pais estavam acostumados, diminuíam bem o rítmo do animal que passava bem perto mesmo, mas elas não atacavam. Foi aproximadamente um ano,  sem picadase e os favos enormes, e deliciosos. Cultura cabocla, convivência temerosa.
Nestas terras assisti ao primeiro jogo de futebol, com destaque para o chutão do goleiro: quicava a bola no chão uma, duas, três vezes e mandava a pelota nas alturas.
Também teve o dia que o animal não bebeu da água, soprava, soprava e refugava, acostumado com a lida dele meu pai impediu que a família a tomasse, entretanto eu já tinha tomado – de madrugada fui levado ao médico, a água  da cisterna estava contaminada. Afinidade e intuição que conseguiu identificar na reação, a anomalia. Assim, despedimo-nos  para mudar para a Fazenda São Sebastião na Barrinha, sempre com o amor e carinho familiar. Um bom domingo a todos os leitores. Que o Senhor seja louvado para sempre louvado seja. Um bom domingo na paz de Cristo a todos.

Um comentário:

  1. Não passei tanto tempo na fazenda, mas me identifico com várias passagens....principalmente o respeito (não medo) das caixas de abelha do meu avô....mas elas atacaram e feio o meu irmão, revidando uma provocação.

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