Lembro-me bem deles sentados e ela de pé, a ler toda garbosa.
Senti ali, naquele momento uma energia a perpassar o corpo querendo dizer - é isto que vais fazer em tua vida - ler para os outros e para isso precisas estudar.
Já
citei a prima Zezé e agora também o primo Luiz. Estas duas pessoas fazem parte
de forma especial de minha vida, tanto que são meus padrinhos de casamento.
A
primeira citada por trabalhar num
restaurante onde na época entregava,
semanalmente ovos. O segundo por ser três anos mais velho e residir com
a avó paterna Inocência. A ele acompanhava em jogos de futebol da
meninada e outras brincadeiras de rua.
Num
dia, presenciei reunidos meu pai e tios, enquanto a prima solenemente,
ali naquela sala, leu a eles uma carta ou documento não consigo precisar.
Lembro-me bem deles sentados e ela de pé a ler toda garbosa numa postura compatível à
importância de quem naquela época, dentre os caboclos colonos, era alfabetizada.
Esta
cena é inspiradora, jamais a esqueci pelo seu significado para mim. Senti ali,
naquele momento uma energia a perpassar o corpo querendo dizer - é isto que
vais fazer em tua vida - ler para os
outros e para isso precisas estudar.
Cinco
anos depois, em razão da morte de minha
mãe, convidado que fora quando ela ainda em vida, ingressei no Seminário e aos
24 na Academia da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Certamente não
estudei tanto como o senti naquele dia, mas vontade não me faltou.
Hoje,
sinto-me muitíssimo bem ao escrever estas linhas, após a carreira militar onde
alcancei o oficialato em seu último posto, com especialização em Educação
Física e Advogar por mais de 10 anos, em Catanduva.
Não
tenho dúvida de que jamais me apartei daquela sensação e a curti a cada momento
que me vi sentado num banco escolar; e mais ainda nos atos de comando, principalmente
nas instruções e na defesa de pessoas, no rito do cerimonial forense como
advogado.
Leitores
dominicais, um espaço aberto antes de me despedir daqueles lindos cafezais dos
Tostes, pois daquela leitura aos familiares e de minha reação jamais esqueci,
assim como da convivência do querido primo, órfão em tão tenra idade, o que
iria acontecer, comigo e irmãos, mais a frente.
Despeço-me
com a emoção própria de quem fala de pessoas queridas e de ocasiões especiais
da vida. É bom assim. Compartilho-a com todos leitores que certamente tem os
seus momentos semelhantes. Que o Senhor seja louvado, para sempre louvado seja.
Um bom domingo a todos na paz de Cristo.
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