Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sábado, 9 de janeiro de 2016

Causo, fatos, causas e consequências!


A certa altura do trajeto, lá estava ela comendo um bezerro.

Ficou a lição de que o estado de tensão psicológica e a fixação do pensamento,  proporcionaram o equívoco.


Na  infância participei intensamente das atividades diárias familiares por ser o filho mais velho. Na Barrinha, por algum tempo busquei leite na sede da fazenda para a irmã recém nascida. Era distante uns três quilômetros, em estrada de terra  precária que atravessava a invernada com muito gado. Ali existia tanto gado leiteiro, quanto de engorda ou mesmo descanso por uns dias para seguir para o frigorífico, em Sertãozinho.
Evidente que as rezes provocavam medo, assim procurava beirar a cerca para a devida proteção caso a ameaça se concretizasse. A época, eram rotineiros os boatos assombrosos sobre fenômenos da natureza, animais bravios e outras situações entre os caboclos, os quais se  espalhavam como pena ao vento.
Assim, circulou que uma onça havia escapado do circo em Jaboticabal. Sai de casa  com este pensamento fixo, por entre as reses bravias e a onça só havia uma cerca a me proteger e lá fui eu, caminhando preocupadíssimo.
A certa altura do trajeto, lá estava ela comendo um bezerro e diante daquela visão aterradora, atravessei a cerca e corri sem olhar para trás,  até chegar na casa da querida Tia Nica. Esbaforido  narrei a visão e com a mesma ênfase o fiz também,  ao pai durante o almoço.
A tarde ele resolveu conferir e na companhia de outros adultos lá fomos nós. Então ocorreu idêntica  visão, quando novamente apontei a todos  a onça  – uma árvore havia sido cortada com um tronco relativamente alto e como fazia uma curva, projetou em mim, com a ajuda do capim  alto, por duas vezes aquela imagem que ia no pensamento, associada a tensão pelas rezes.
Foi um riso só! Ficou a lição de que o estado de tensão psicológica e a fixação do pensamento, proporcionaram o equívoco. 
A  vida profissional me mostrou que reações diversas ocorrem também com os adultos neste estado extremo de tensão  ou mesmo sob efeitos de substâncias tóxicas  e alucinógenas, tornando-as incontroláveis ao ponto do uso de camisa de força no meu tempo e da aplicação de fortes substâncias imobilizantes, nos métodos atuais.
O humano invariavelmente se torna frágil ante fortes emoções, às vezes incontroláveis mesmo, quando perdemos o referencial do equilíbrio psicossomático. Daí a incidência da  horrenda criminalidade, não bastasse isso temos, a alienação e fanatismo em algumas religiões a provocar guerras.  Ao humano o sadio equilíbrio de sua psique! Sem falsas ilusões e tampouco fanatismo.
Somo  esforços na busca de uma vida equilibrada, enaltecendo o amor como referencial maior. Que o senhor seja louvado para sempre louvado seja. Sejamos merecedores da Paz de Cristo, na busca de um viver justo e solidário. Um bom domingo a todos nós!

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