Na Trincheira do Poeta

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sábado, 23 de janeiro de 2016

Inteligência policial

Redução do furto e roubo de veículos em 34% na região de Catanduva.

Quatro polícias – municipal,  do condado, estadual e federal. Nenhuma leva nada a outra, há coordenação apenas entre elas.

Hoje o assunto é comezinho que  pouco abordo na área especifica de minha atuação profissional. Há dezessete anos inativo, em que pese ler e acompanhar noticiário, deixo aos ativos os negócios da segurança pública. Entretanto não me falta vontade de vez ou outra, como agora de  emitir minha singela opinião.
Notei faz algum tempo, significativa alteração no combate ao crime, especialmente ao tráfico de drogas pela realização de ações de impacto, adrede preparadas com levantamento paciencioso em meses de investigação que proporcionam a prisão tanto da raia miúda quanto  da  graúda. Esta era uma deficiência de nosso tempo, criticada pela população e por nós mesmos.
O noticiário da semana traz resultado alvissareiro da redução do furto e roubo de veículos em 34% na região de Catanduva. Em números de 417 em 2014 para 276 em 2015. Reputam isso, a atuação com Inteligência e é mesmo, pois vejo várias pequenas operações  em pontos diferenciados e viaturas  estacionadas em locais nevrálgicos da cidade com os policiais atentos, material de anotação à mão. Isso é trabalhar. Subir e descer ladeira de viatura pouco ou nada significa, há que ter atenção, concentração e objetivo, previamente definido. Meus elogios.
Num tempo lá traz, em 1992 tive a oportunidade de conhecer a estrutura policial de Los Angeles, em estágio de final de curso para oficial superior. Seguem algumas observações: ciclo de polícia completo, ação criminal direta ao promotor público. Quatro polícias – municipal,  do condado, estadual e federal. Nenhuma leva nada a outra, há coordenação apenas entre elas. As ocorrências são levadas à corte: defensor, acusação, julgador e outros aparatos afins. A duplicidade de ação polícia e justiça no Brasil é um atraso injustificável, único no mundo. Demanda desnecessária de recursos e grave fonte de ineficiência da segurança pública, na área criminal.
Somete um exemplo: o sargento, nosso guia operava em trajes civis, num veículo dissimulado sem nenhuma identificação que permanecia com ele na residência. Saia  de casa com plano de trabalho diário, dispondo de computador com o qual era capaz de identificar delinquente por mínimas características físicas, assim como, os veículos furtados e todo tipo de anormalidade de sua atividade diária. Veja o grau de responsabilidade  e eficiência profissional.
Atualmente, temos as viaturas equipadas com tablets e todos os meios de informática modernos aqui no Brasil, também.  Parabéns às mínimas mudanças que estão acontecendo. Imagino que para meus bisnetos verem  a praça do fórum, a porta do Batalhão Militar e as escolas sem grades, será necessário implementar o que todos querem há mais de 30 anos: ciclo completo de polícia ou polícia única; poder de polícia às guardas; extinção do inquérito policial, aproximação das autoridades judiciárias do povo; extinção de regalias -  voltar o olhar  para a comunidade e não para o próprio umbigo. As mudanças não acontecem, principalmente por este último reflexo coletivo. Salve a inteligência policial chegando até nós. Muda Brasil!

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