Confesso
que de pronto decidi conhecer de perto o Rei Momo
Um
aniversário muito diferente. Voltei a curtir carnaval nas férias acadêmicas,
quando coincidia a sua realização, antes da reapresentação aos
estudos.
Destaque
da Escola de Samba Vila Izabel, Martinho da Vila, cantor e compositor
consagrado desfilou todo garboso em carro alegórico, nesta segunda feira, data
do seu nascimento, a televisão exibiu. Por onde começar? Ao exaltar este ícone
do samba que curto e me identifico em inúmeras de suas canções que falam dos
usos e costumes populares e pelo menos no detalhe do aniversário dele tenho
algo em comum, pois diziam meus pais que também nasci neste mesmo dia da
semana, coincidindo ser carnaval.
Sem
muita curiosidade de consultar o calendário, o tempo foi passando. A afirmativa
você nasceu numa segunda-feira de carnaval começou cair na dúvida da
imprecisão da memória. Sem muita atenção aos festejos, enquanto vivia no campo
ficava indeciso, porém indiferente. Acontecu que certo dia ao voltar a
Brasília, após um mês de férias em São Paulo, interregno que prestei meu
primeiro concurso na Força Pública de São Paulo, detectei que finalmente meu
aniversário coincidiria com o afirmado - uma segunda-feira de carnaval.
Por
obra do acaso, fora reprovado no concurso que para mim representava duplo
objetivo: retornar para mais perto da família, numa cidade efervescente em que
não faltava trabalho e preservar o serviço público, considerando ainda que a
milícia paulista, era muito respeitada.
O acaso, não quis que meu contentamento com as férias, somasse ao êxito da
aprovação tão esperada, desde o dia que o colega paulista, casualmente dissera
no alojamento, sobre a possibilidade da realização deste concurso, durante um
mês de férias.
Um
vazio me acompanhava no retorno, até tomar conhecimento que o aniversário
coincidiria com a data monística. Confesso que de pronto decidi conhecer de
perto o Rei Momo e foi o que fiz. Trabalhava numa função durante diurna em
regime de dias alternados, portanto brincar os cinco dias, era plenamente
compatível. Ainda conseguia um tempo para um cochilo, mesmo que precário, numas
cadeiras enfileiradas.
Foi
assim que em eventual e fugaz encontro, reciprocamente nos animamos
e mal nos conhecemos, mas o canto em coro e o brincar dos jovens
sonhadores foi compartilhado alegremente, um aniversário muito diferente.
Voltei a curtir carnaval nas férias acadêmicas, quando coincidia a sua
realização, antes da reapresentação aos estudos e depois de muito tempo, duas
ou três vezes, já Capitão, no Clube de Tênis de Catanduva, quando permitido
revezamento de comandantes, nas obrigações funcionais. Nele trabalhei todas as
noites, por vários anos.
Esportista,
contemplo e me alegro ao acompanhar competições de alto nível das mais diversas
modalidades, sendo o futebol a mais envolvente. Registro o carnaval pela sua
peculiaridade e da especial motivação de expor ao leitor o quanto a vida nos
reserva surpresas, assim como o detalhe importante deste extravasar momentâneo
das emoções, afugentando uma frustração que foi superada em seguida pela
concretização do objetivo. Ficasse remoendo o fracasso de nada adiantaria. Me
diverti com os folguedos do Rei Momo e perseverei no objetivo, ao
gozar outra férias e repetir o exame. Mais uma oportunidade de refletirmos
juntos, passou o domingo mais vem a quarta-feira de cinzas e quaresma. Fé,
companheira inseparável da perseverança. Caminhos que nos levam ao porto seguro.
Que o Senhor nos abençoe na prática do bem. Uma boa semana a todos!
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