Novo Plano de Segurança Nacional.
As pessoas iam “sponte própria” nos destacamentos assinar a relação pela não extinção, sendo tantas as assinaturas que a votação foi arrasadora. Foi tão marcante que nenhuma outra investida neste sentido prosperou.
Li
a manifestação do Ministro da Justiça quanto a predisposição da aprovação de um
Novo Plano de Segurança Nacional. Pode parecer muita pretensão deste autor
enveredar pela apreciação do exposto, o que não farei, exceto alguns aspectos pontuais que
a experiência vivencial de campo, assim como a de advogado, somada de leitor
assiduo, não daquele leviano e tampouco do revoltado de viés
ideológico tresloucado e nem do contumaz
pessimista com tudo que acontece a sua volta.
Mas
sim de quem viveu e sentiu os entraves práticos decorrentes de um sistema
arcaico, contraproducente, que se submetido á análise do empresário minimamente
comprometido com a eficiência do seu negócio seria condenado. Digo isso porque
há forma melhor de fazer o que é feito no Brasil e tem países com modelos de
referência. Possibilidades de intercâmbio é que não falta. Passamos 15 dias
conhecendo as polícias de Los Angeles e São Francisco em 1992, ao final de curso
profissional.
Atuei
como oficial por dois anos no policiamento de São Paulo.. No interior, cinco em
companhias destacadas e sete numa da sede do 30BPMI. Também fui responsável
pela Seção Operacional por três anos de uma unidade de numeroso efetivo, distribuídos
por 51 municípios, o 17BPMI-São José do Rio Preto. Cursei Direito na
expectativa da Unificação das Polícias que não veio. Sei o porquê de não vir.
Tive um professor excepcional que conhecia muito e sabia o que falava, a seu
tempo. Entretanto não devemos nos render às evidências de uma realidade e nem
conceber, “ad aeternum” posturas em razão de conceitos que se mostram ultrapassados.
Alguns
sinais de que nem tudo é tratado ao nível do ideal, mesmo quando se redige a
Carta Magna de uma nação, eis que relembro ao leitor, por oportuno. Ficou
nítido quando que o ânimo “a priori” em relação a segurança pública era
extinguir as Polícias Militares que ganharam status em 1964, por seguidas legislações
que contemplaram a elas (PM) competência que antes não tinham.
Por
isso na “Comissão dos 50 notáveis jurístas” responsáveis pelo esboço da Carta
Cidadã, presidida por Afonso Arinos foi ventilada a hipótese da extinção da PM.
Ledo equívoco – as pessoas iam “sponte própria” nos destacamentos assinar a
relação pela não extinção foram tantas
as assinaturas que a votação foi arrasadora. Foi tão marcante que ficou, que
nenhuma outra investida neste sentido prosperou.
Após,
seguiu-se ondas de propostas de unificação, aqui e acolá. Enquanto isso, em leis decorrentes da Constituição Cidadã, algumas
prerrogativas do Delegado de Polícia foram suprimidas, enfraquecendo lhes a
autoridade. A unificação não saiu do papel. Tivemos a investida pela adoção do “Termo Circunstanciado” para dar celeridade
aos atos dos policiais militares. Passando pelo Paraná, já inativo; constatei
num destacamento que naquele e Estado fora aprovado, noutros como São Paulo
não. Veja são itens soltos, mas que significam muito para quem discorda da
duplicidade de ações: “Polícia-Polícia e Polícia Justiça até quando”, registrei no artigo publicado em 1987 na
Revista “O Trinta”, n. 01.
Faz
algum tempo que o pleito é o “Ciclo completo de Polícia” que também não avança.
De tudo que se fala, a constatação que algumas leis trouxeram gravame maior aos
crimes, mas ainda são incipientes as mudanças face ao agravamento da
criminalidade.
No
Estado de São Paulo, face a sua pujança, com a possibilidade da construção de
Presídios; manutenção de efetivo razoável das polícias, o mesmo se pode falar
dos Estados do Sul temos relativa situação de controle.
Mas
noutras bandas do país a segurança está em derrocada acelerada e descontrolada.
Até entendo o pleito político do atual Ministro quanto ao plano, mas ele está há
mais de vinte anos atrasado. Não adianta plano sem alterar estruturas,
competências e concepções sobre a
responsabilidade dos servidores públicos envolvidos. Tanto quanto ou mais
importante é a mudança sobre a responsabilidade do ser humano sobre seus atos,
deixando de apadrinhá-lo como o mais infeliz dos indivíduos ao praticar crimes.
A
vicissitude da vida não é, e jamais poderá ser vista como escopo à prática do crime! Esta é uma visão
canhestra, fábrica dos malfeitores ao próximo, protegidos por outros malfeitores líderes, numa pirâmide
que cresce perigosamente sem controle no Brasil e em outros países de igual
identidade política do grupo que o comandou por treze anos que felizmente sofreu
Impeachment, em 1016.
O
Plano sim, pela sua importância depois das eleições, senão com afã do voto à
vista, seus mentores poderão piorar o que já está ruim! Algumas medidas de
emergência e vamos para 2019, sob a recém liderança parlamentar e Presidente
eleitos!
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