Na Trincheira do Poeta

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sábado, 28 de julho de 2018

Estatuto do desarmamento, a bola da vez!



Se sentiria constrangida, ante a ideal conduta do canadense.

Os registros tem o condão de atestar que há muitas formas de viver. O constante terror em várias regiões do Brasil é porque não elevamos nossa cultura.

Na política, assuntos vão e vem, numa curva sinovial que se estende infinitamente,  pois a dialética do convencimento, a atingir a consciência dos protagonistas tem  interesse econômico, este suficiente para convencer até os contrários, em seu  foro íntimo, pois o metal remove montanhas ou melhor ainda, dá acesso ao cimo dela, tudo que os pseudos visionários interesseiros querem!
Nos Estados Unidos, armar ou desarmar, é assunto que está sempre em evidência, pois o comércio de armas é incentivado, entretanto face as seguidas matanças coletivas há um clamor para que a aquisição delas seja restringida.
Quem quiser um testemunho abalizado sobre este assunto assista: “Tiros em Columbine” produzido por Michael MOORE. O ataque aconteceu na cidade de Littleton, Colorado em 20/04/1999. À época houve grade movimento de repúdio às facilidades na aquisição de armas que continua, pois nos últimos dezoito anos houve mais mortes por arma de fogo do que em todo século vinte.
Uma passagem gravada no Canadá, chamou-me a atenção: uma senhora vítima de furto na residência, disse que por convicção mesmo depois do infortúnio, deixa a chave na caixinha exposta na rua, pois do contrário se sentiria constrangida, ante a ideal conduta do canadense.
Aventuro-me pela reportagem do repórter global Kovalik que ao deixar o Japão, registrou a conduta do povo – quando afirmou que o dinheiro extraviado nas ondas da tsunami foi devolvido. Como assim a indagação? Quem achou o  levou a autoridade; quem procura é fiel ao quanto perdeu; sendo a autoridade fiel ao seu mister, fechado o  circuito pela honestidade de todos, em confiança dava-se a conclusão, inimaginável onde há a desonestidade dos indivíduos.
Não vai longe – há um ano em Portugal, registrei a devolução de bagagens sem nenhum controle no município de Serpa, também a retirada das bagagens do ônibus, sem nenhum controle no Santuário de Fátima. Horário de estudantes, muitos volumes e o bagageiro com as portas escancaradas, enquanto o motorista atendeia a fila.
Os registros tem o condão de atestar que há muitas formas de viver. O constante terror em várias regiões do Brasil é porque não elevamos nossa cultura. Hoje sabemos o que é certo, há intensa comunicação por rádio, televisão e redes sociais. Quem dispõe de acesso a estes meios não pode dizer que lhe falte conhecimento de qual conduta se espera do cidadão, entretanto aventureiros políticos de plantão pedem armas ao indivíduo.
O armamento da população, por convicção ou pelo dinheiro em patrocínio que vai entrar na campanha, faz-se o lobby da indústria. Nos Estados Unidos,  à época da tragédia e gravação do documentário, quem representava os interesses dos armamentistas era nada menos do que Charsleston West.
Por época da votação do Estatuto no Brasil, a discussão foi intensa e nas palestras houveram vários exemplos que armar a população de nada adianta. A vida em comunidade nas cidades com intensa aglomeração de pessoas, armar a todos só aumentará os desatinos em atos passionais.
Concordo  que a proposta de facilitar o acesso da população a armas de fogo tem apelo eleitoral, mas, na prática, poderia resultar em mais mortes no País, explicita no Fórum de Segurança Pública, em que o Ministro, Raul Jugmann  foi um dos participantes e apontou o risco de o Congresso “rasgar” o Estatuto do Desarmamento. Ele defendeu, uma comedida “flexibilização” a legislação atual, ponderando que segmentos específicos, podem ser alcançados por ela.
A elevação da consciência cidadã individualmente que contemple um código de valores praticados espontaneamente por todos cidadãos é a solução. Elevação do padrão educacional, não só de conhecimentos teóricos, mas de forma a elevar a prática das boas e corretas ações sociais  pelo indivíduo, o caminho. “Menos armas e mais amor”.
 

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