Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Excesso de partidos, fragmentação da liderança!

Proclamavam acordos  que lhes assegurassem simpatias dos eleitores 

A mixórdia de tantos partidos desfaz qualquer chance de identificação dos responsáveis de pronto por conduzir decisões que prejudiquem futuramente objetivos saneadores das distorções de momento.


Vimos há pouco tempo,  nas votações nas duas denúncias do Presidente Temer uma luta titânica para reunir a maioria dos votos de forma a garantir que fossem rechaçadas, permitindo-lhe a continuidade do mandato, senão o país poderia entrar em parafuso, pois o Impeachment por si só é por demais traumático.
Tal esforço identificou os deputados em prós e contras, os quais foram assediados diuturnamente num processo de convencimento de diversas formas e frentes, passando desde a oferta de benesses por cargos, atendimento de emendas com concessão de verbas e tudo que fosse possível, havendo êxito da situação.
Chamou a atenção a manifestação das lideranças, a maioria com questão fechada e pressão total sobre os aficionados que sob ameaça de punições cediam. Assim foi fincada as duas pontes que devem levar Temer ao final do mandato, mesmo porque um  rompimento grave neste momento é só o que faltava para detonar tudo mesmo. Bastou a greve dos caminhoneiros, superada às duras penas, mas com reflexos danosos a economia, não bastasse o desconforto e aflição de diversos segmentos da sociedade e ao povo em geral.
Ao introito seguem observações às votações de afogadilho do dia de ontem em nome de um recesso prenunciado, para tanto em mutirão, congressistas e  lideranças se reuniam e proclamavam acordos  que lhes assegurassem simpatias dos eleitores no próximo pleito. Isto foi o que se viu o dia todo e no resumo do noticiário da noite. Constatou-se que onde as expectativas da continuidade da política econômica de contenção que fora frustrada pela rejeição  antecipada da Reforma da Previdência que nem apresentada foi. Nas votações o que era proposta restritiva foi flexibilizada de forma que ao próximo Presidente se destina uma terra arrasada e ele que resolva. Eu é que não vou perder meu voto, pensam os nossos representantes de hoje.
A mixórdia de tantos partidos desfaz qualquer chance de identificação dos responsáveis de pronto por conduzir decisões que prejudiquem futuramente objetivos saneadores das distorções de momento.
Esta é uma das piores constatações de que a fragmentação da liderança pelo excesso de partidos só é boa para quem quer ser político, pois abre chances a mais indivíduos, entretanto descaracteriza a verdadeira política que deve prover iniciativas a alcançar os objetivos nacionais atuais e futuros. A salada de ideias, a multiplicação dos caciques, dissipa ideários e na prática as responsabilidades pela condução dos governos.
Há sacramentados pensamentos sobre a revisão da Carta Cidadã de forma a adequar os avanços e retrocessos dela decorrentes – com certeza o desequilíbrio entre o “poder/dever” é um deles. A mentalidade do “tudo posso nada devo” nos fez muito mal. As atitudes de descompromisso com a ética do homem público brasileiro está no cerne da questão do atraso político que vivemos, contemplado com uma corrupção que nos envergonha perante o mundo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário