Democratas com democratas, enquanto os ditadores ficam com os ditadores.
Então a marca do contrassenso na política se estende para outras áreas, contagia e expõe evidências que chocam. Além disso, há insinuações de que o enredo teve a colaboração de empresas envolvidas na operação Lava-Jato, também.
Artigo publicado no jornal O Regional de Catanduva nesta data
Críticas e constatações não faltam sobre a aproximação do governo
brasileiro com regimes extremistas que um dia já contrariaram princípios
do país democrático que somos.
Nos últimos anos, há uma tendência de aproximação do poder central com
ditadores africanos e latinos americanos e outros por aí, amiúde. Qual não foi
a surpresa saber, quando do anúncio da vitória no carnaval carioca que a escola
vencedora foi patrocinada pelo Ditador da Guiné Equatorial que está no
poder há 32 anos e dirige o país com mãos de ferro.
A exaltação da cultura de países é sempre saudável, entretanto nestes
aspectos tem evidentemente alguns detalhes protocolares e entre eles se
distingue aquele em que povos com tradições antagônicas se distanciam e dentre
os detalhes adversos, está o regime político. Democratas com democratas,
enquanto os ditadores ficam com os ditadores..
No Brasil tem um grande número de negros, fala-se em 7% da população, os
quais tem uma simbiose forte com o carnaval: o ritmo e a musicalidade
está no sangue deles, é um momento especial para a maioria negra o
carnaval, inegavelmente. Até aqui nenhuma novidade, porém o impasse para
a total glória da escola Campeã Beija Flor é exatamente o regime ditatorial
político do patrocinador, por ser o Ditador - Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, um
bilionário que explora o povo, paupérrimo. Seu filho e comitiva
fecharam um andar do Copacabana Palace Hotel.
Para os menos avisados: é comum naquele país o tráfico e exploração
sexual de meninas em tenra idade, sendo que os pais as incentivam para através
delas terem como subsistir.
Então a marca do contrassenso na política se estende para
outras áreas, contagia e expõe evidências que chocam. Além disso, há
insinuações de que o enredo teve a colaboração de empresas envolvidas na
operação Lava-Jato, também.
Recentemente, em despedida o Senador Responsável Comissão da Relações
Exteriores no Senado, responsável pelo acompanhamento da diplomacia brasileira
nos últimos quatro anos, soltou cobras e lagartos quanto à depauperação das embaixadas
do Brasil, em relação a vários aspectos. Desde a expansão sem critério, cujos
custos excessivos provocados são as causas do abandono recente que vai dos Estados
Unidos e Japão, até Benin na África Ocidental. Tudo está funcionando com
restrições: telefone, combustível, Internet.
Não bastasse isso o país foi rebaixado em suas condições quanto a
representação pelo não pagamento de taxas obrigatórias, perdendo a direito a
voto na ONU e participação em ações humanitárias como líder, em qualquer
situação inclusive no Haiti, sofrendo graves restrições que nos apequena..
De forma que nos é permitido concluir que está difícil, neste
momento, acontecer algo em nosso país, que esteja imune ao veio do baixo
nível. Em que os procedimentos e contatos guardem um mínimo de pragmatismo e
atitudes protocolares elementares que sejam observados no sentido
de que haja o engrandecimento da nossa gente. É uma baixaria só. Pergunta-se
até quando vamos suportar isso?
Até quando criarmos vergonha na cara e passarmos a viver para e pela sociedade e não para nossos umbigos.
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