Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sábado, 24 de outubro de 2015

A primeira missão e queda!

 Lembro-me de levar rotineiramente o almoço ao meu pai.

O primeiro incidente grave que me envolvi e que jamais esqueci porque ninguém quer ferir seu próprio irmão.


                    Tem uma sequência as narrativas de domingo, onde falo dos tempos da infância, às vezes em singelos versos outras não. Na Santana completo sete anos, com o hábito de estar ao lado do pai na chácara do Romanin, o dia todo.
                                                                                                           .
                                                           Na fazenda dos Tostes,   lembro-me de levar rotineiramente o almoço ao meu pai, assim como de ir pegar os animais quando ele montava um e eu, o outro. Tinha ainda que estar por perto de minha mãe, auxiliando no que ela pedisse de suas tarefas, como ir pegar algo de mistura, frutas,  ovos, bater gemada, enfim atividades do dia a dia. Água da cisterna, jamais me pediu, ela mesma o fazia, apesar da dificuldade pela profundeza dela.
                                               Certa vez faziam linguiça  e acabou a tripa que era comprada na venda, próxima da Igreja. Não houve dúvida: monte o animal e vá buscar! Atravessei a mata que não era muito densa, distância de uns três quilômetros. Não tinha altura e nem destreza para montar, recorrendo ao auxílio de obstáculos onde pudessem me apoiar para ganhar o lombo do bicho. Sorte que apesar de ágil era manso e assim quebrei a cisma de percorrer trechos maiores e da própria mata.
                                               Neste período, incidente nefasto me aguardava. Na primeira vez que cavalgou meu irmão foi na garupa. A frente ia meu pai em animal mais novo e sujeito a algum refugo. Aconteceu que ele abortou a esquerda no carreador, enquanto eu segui, ao voltar para acompanhá-lo, olha o desequilíbrio: segundo irmão para um lado; eu para o outro; quando voltamos, fomos os dois para o mesmo lado e  tivemos o chão como limite. Fratura exposta do braço esquerdo dele que segurava no meu quadril.
                                O primeiro incidente grave que me envolvi e que jamais esqueci porque ninguém quer ferir seu próprio irmão. Tempos de hábitos primitivos, onde os desafios eram colocados aos filhos com muita naturalidade, pois os obstáculos eram muitos e quanto mais cedo perdessem o medo melhor, entendiam nossos genitores.
                                        Dos saudosos pais uma indelével lembrança com muito carinho e amor, destes tempos. Entre nós irmãos uma amizade e benquerênça que transcende a distância das residências e tempo, pois Antonio é um exemplo de homem, pai e cidadão. Mesmo distante nos vemos regularmente e o amor é o mesmo dos idos tempos da Morada Cabocla. Felizmente este sentimento reina na numerosa família.
                                               Domingo dia do Senhor, temas coloquiais em registros às novas gerações. Que o senhor seja louvado, para sempre louvado seja. Uma boa semana a todos na Paz de Cristo.



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