Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

domingo, 11 de outubro de 2015

Morada cabocla



13 de novembro de 2015

Morada Cabocla

O casarão foi dividido ao meio porque era muito grande

Nestes tempos  se via dinheiro apenas na venda do café. As famílias tiravam o sustento da diversidade do  que plantavam e criavam:

O casarão foi dividido ao meio porque era muito grande para as cincos pessoas da família, pais e três filhos crianças. Na frente, o que chamamos de porta da sala um terreiro de café, aos fundos uma cisterna, um galinheiro, algumas frutas, laranjeira, goiabeira onde as galinha se  apinhavam, ao anoitecer.
Um fato pitoresco foi o barulho que o gambá fez na cozinha, certo dia. Meu velho, depois de passar o susto e ver o animal abatido com o lançamento de um ferro meio às escuras, contava e ria que aquele casarão dava a impressão de acolher entidades chamadas, popularmente de "sombração".


Caminho da roça!

As tarefas  diárias seguiam,
Em ordem natural se sucediam.
A escola abortada ficou para traz,
Ao menino de sete anos que mal faz?
Escola longe, temor que persiste,
Mesmo naquela época, malvadez existe.

Desde de cuidar das galinhas, distribuir alimento,
A levar o almoço para  o pai, lá vai o rebento.
Catar ovos e legumes pelo quintal e redondeza,
Jamais nesta época passou pelo menino, tristeza.
Dos estudos  não iniciados restou comentários,
Aspectos sobre a necessidade deles, eram  vários.

Esforço quanto ao labor diário  inexistia,
Cultura paterna sábia em conceitos consistia.
Serviços leves inerentes  à rotina dos pais,
Apoio em pequenas tarefas, como  água ao animais.
Vida formidável, lembranças diversas me faz  bem,
A principal de que, em tão tenra idade, já me sentia alguém.

Lindo trajeto percorria, entre a cultura e a mata,
Anjicais cujo perfume se esvai ao longe, sensação intacta.
A flor de São João, ali na cerca limite,  seu nectar a sugar,
Viver aqueles anos,   a interagir com a natureza do lugar.
Difícil  rever, meninos caboclos auxiliem com suas memórias,
Que não se perca na estrada do tempo, tão lindas histórias.


Durante o ano, nestes tempos  se via dinheiro apenas na venda do café. As famílias tiravam o sustento da diversidade do  que plantavam e criavam: por entre o café quando permitido; nos carreadores como frutas e legumes e em pequenas hortas nos quintais. Uma boa colheita de café representava razoável economia no regime de meeiro. Fica aqui registros esmiuçados  das tradições de outrora, abordagem do ano de 1954.
Um bom domingo aos leitores, este que é o dia do Senhor. Pausa nos problemas do dia a dia  para cultuar a rotina, tradições e valores caboclos. Reverenciar  o  Senhor ao caboclo que sempre pede bom tempo e  chuva com fé e esperança, numa atitude constante. Bom domingo na paz de Cristo  desejo a todos. 

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