Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

domingo, 14 de agosto de 2016

Festa da baixa do BGP!

Era uma alegria só, abraços, pulos, missão cumprida de volta para casa! 

Se o dia da incorporação foi de expectativa e incertezas, o da baixa de muita alegria. Descrever aquele momento fácil, pois ele está indubitavelmente gravado na memória de todos que o viveram.  Do Batalhão da Guarda Presidencial se via ao longe a Torre de Brasília um dos pontos turísticos de maior destaque, ela está na extensão do eixo monumental, sentido norte e logo a frente a Vila Cruzeiro, residência de muitos militares.
Os reservistas de minha incorporação, 600 foram divididos em turmas de 120 e todos se reunião na frente do Batalhão a espera dos três ônibus, assim que eles surgiam na curva da Vila era uma alegria só, abraços, pulos, viva missão cumprida de volta para casa e dos braços -  dos pais, namoradas, avós e amigos. A dor da saudade, exauriu-se...é coisa do passado.
Neste momento de frenesi, observei o Capitão Cezeti com lágrimas nos olhos ao se despedir do Soldado “José Banana”. Este colega era uma figura muito popular, primeiro foi rancheiro, trabalhou na cozinha e em seguida barbeiro  da 1ª. Cia EB. Simplório, certa feita disse ao Capitão que bom que suas férias acabaram, pois até o Cabo estava sentando na sua cadeira. Evidente que isso era uma brincadeira, marca e traço dele que zoava com tudo. Admirei a atitude do Comandante e aprendi com ela. Aquele soldado o cativara.
O Capitão era grandalhão, dizia-se dele que derrubara um cavalo irrequieto num desfile com um murro na cabeça. Fato que constatei 40 anos depois com um Sargento que estava naquele desfile em conversa casual, pois trabalhava na empresa de rotarianos amigos. Ele dizia, falo e repito até três vezes, depois é no papel. Entendia isto como uma flexibilidade razoável. Em preleção final, nos incentivou para vida com palavras de estímulo fortes, incluindo nelas que alguns de nós poderíamos ser oficiais das Polícias Militares. Estas pareciam para mim  que já estava com data marcada para retorno a Brasília  em 10 de fevereiro de 1967, uma quarta feira de cinza, jamais esquecida.
Uma referência ao meu comandante de pelotão Tenente Pavan, de estatura média e lhano trato, jamais o vi com ares de nervoso e mesmo áspero com quer que seja. Seu perfil é por mim lembrado como uma pessoa que destoou e se equipara com os melhores dentre tantos militares que conheci. É bom ter o primeiro comandante assim, pois deles difícil esquecer. Sei que não está mais entre nós. Lembranças  comandante.
Domingo dia de reflexão, deixo minhas lembranças de exemplos positivos dentre aqueles que contribuíram para minha formação pessoal. Que o Senhor seja lembrado para sempre lembrado seja. Sejamos merecedores da Paz de Cristo num viver justo e solidário. Feliz dia dos pais a todos agraciados com esta dádiva – o filho!

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