Região de ar rarefeito, sem mar, praias e badalações...
Se faz necessário um olhar para o futuro e não fixo ao próprio umbigo e imediatista, como soe acontecer.
A mudança da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, idealizada por um líder que se dedicou a este objetivo, o médico mineiro Juscelino Kubitscheck, evidentemente transformou o país. Assisti a estas mudanças de perto nos quase quatro anos que ali vivi, dos seis aos dez anos de sua fundação (1966 a 1970).
Em condições opostas a da antiga sede do governo, fincada no Planalto Central, região de ar rarefeito, sem mar, praias e badalações que a ambiência reservava à costa marinha. A nova capital, com seu slogan repetido entusiasticamente, “ Brasília, Capital da Esperança”, transmitido até a exaustão nos meios de comunicação, contagiava seus candangos, assim como todos que ali chegavam para uma nova vida.
Evidente que os caciques da política estranharam aquela adversidade toda, havendo dificuldade no assimilar a nova rotina, sem o aconchego peculiar do carioca. E dá-lhe trabalho! Lógico que estas dificuldade facilitaram a ação de quem em busca de espaço pessoal que fosse dotado de habilidades no campo do convencimento, os quais ali se instalaram como interlocutores dos mais diversos segmentos do extrato social.
Em consequência, além do apoio dos assessores dos políticos, associações, diversas delas mais diversas se serviram de especialistas que interviessem juntos as esferas do poder na busca de vantagens na área de sua representação social, sendo que as características da cidade proporcionaram o fortalecimento destes profissionais junto à militância política, porque os políticos ficam a maior parte do tempo que podem longe dela.
O Lobby se resume numa atividade de pressão de um grupo organizado, é muito válido o espernear das entidades, mas se faz necessário um olhar para o futuro e não fixo ao próprio umbigo e imediatista, como soe acontecer. Quantas mudanças fundamentais deixaram de ser implementadas que hoje são lamentadas e causa da mais profunda crise que afeta as próprias lideranças políticas. A maior delas – a credibilidade!
A vida passa, o acompanhamento dos fatos só comprova isso. A maioria das mudanças estruturais do Estado é postergada por não dar votos imediatos. Desta forma, cabeças inteligentes são eleitas para as associações, sindicatos, mas em várias através de manipulação se perpetuam no poder. Como? É simples. Através de artifícios e lobby internos, mudam os estatutos.
Lobistas, quando o assunto é de reestruturação pela mudança de usos, costumes e direitos, nada lhes convencem se numa primeira apresentação tiver um mínimo prejuízo, mesmo que momentâneo. Não lhes importa o futuro, senha para o fracasso e do nosso atraso. Se greve e quebra-quebra resolvessem problemas, seríamos os melhores do mundo em vários quesitos, há tempos!
Eles visam mais a forma e adereços e não do conteúdo. Mas haveremos de sair dessa. A inflação também parecia um monstro indomável por muito tempo! A virada do ano é propícia à reflexão. Reformas estão sendo propostas. Sejamos vigilantes, mas não os aloprados do quebra tudo. Vamos superar estes métodos que, está provado: não deram certo.
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