Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

CAMBALEIA O GIGANTE

A vida vivida pelo lado de dentro do olho do furacão tem o preço de assistir à turbulência face a face.

Gosto do termo revolver, porque vejo que é isto que temos de fazer agora. Como pode ter havido uma revolução para evitar que o comunismo fosse implantado no Brasil e por ironia ser um comunista o Ministro dos Esportes em plena preparação das Olimpíadas.

Aprendemos de diversas formas, alguns parecem já nascer sabendo e da teoria da memória passada, ao QI seletivo, há de tudo um pouco. De minha parte, ao ver uma prima ler uma carta aos meus familiares, aos seis anos senti que queria estudar. Fui à escola rural; na cidade, no seminário e aos 20, reiniciei tudo. Aos 24, adentrei pelo pórtico da APMBB/São Paulo.
Conheci a lide no campo,  a orfandade, o internato religioso, o trabalho bruto diverso: noturno, na madrugada, na câmara fria, na estufa, na lavoura e na indústria. Ir como voluntário para o Batalhão da Guarda Presidencial, uma peripécia: crescer até 1m70 - não fui além um centímetro sequer; tratamento dentário radical pouco antes; insistência com o Chefe do Tiro de Guerra para reverter a dispensa, tudo no fio da navalha. Com certeza uma centena de Mestres e Comandantes desde o Capitão EB Cezeti  “in memorian” ao Coronel Basílio, perfis distintos. “Cada um é cada um”, está na moda, sempre aprendendo um pouco mais.
Assim, tinha cumprido as etapas sonhadas e as inimagináveis também, como o Curso de Educação Física e de Direito, do que sempre dou graças. Havia o desafio da advocacia para coroar um sonho de criança de querer estudar e foi maravilhoso continuar esgrimido pelos direitos das pessoas com o desprendimento de ganho, com jovens  iniciantes e experientes advogados que conheci e convivi.
A vida vivida pelo lado de dentro do olho do furacão tem o preço de assistir à turbulência face a face. O cruzar de espadas e de tantas outras armas desaponta às vezes pelos golpes baixos, uns fatais outros nem tanto - pelos quais vão sucumbindo míseros, mesmo quem ainda tenha ideais. 
Gosto do termo revolver, porque vejo que é isto que temos de fazer agora. Como pode ter havido uma revolução para evitar que o comunismo fosse implantado no Brasil e por ironia ser um comunista o Ministro dos Esportes em plena preparação das Olimpíadas. Ganharam eles ou perdemos nós. Se ganharam aonde nos querem conduzir, ou já conduziram. Preferiria que tivéssemos a vitória todos: “sem ameaças à democracia”.
Meado de abril/14, assisti o centro nevrálgico de São Paulo parado, em pleno dia de semana para que milhares de vermelhinhos com faixas carcomidas pelo tempo com extensos e ultrapassados dizeres que alguns nem sabiam ler, conduzidas pela tropa da foice e do martelo, na Brigadeiro Luís Antônio, confluência  com a Paulista. Vi também 300 índios paramentados fazendo o beija-mão de autoridade no auditório do Palácio do Planalto e tantas outras coisas que nos inspiram formar o mosaico da imagem do título.
Depois do mensalão; do recuo das oposições quanto ao II Impeachment, mesmo com todas premissas favoráveis; dos aloprados; da matança de servidores da Segurança Pública em São Paulo (maio de 2005, 60 mortos em 48 horas), as agressões recentes; as abestalhadas ações dos últimos tempos como os apoios a todos os ditadores e corruptos da América do Sul, a imagem é válida.
É hora de revolver valores e conceitos e promovermos de tudo um pouco para obstar a morte final da sociedade da pátria amada do Brasil. A Seleção já foi. Em 3 de outubro poderá ser todos nós. Aí o 31 de março, há 50 anos não terá valido para nada. Salvemos o cambaleante gigante com nosso voto. Queremos as nossas cores de volta: azul, amarelo, verde e branco. Que o vermelho dê um tempo.

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