Nesta postagem vou direto aos ritos internos, usos e costumes, que foram uma referência por
toda minha vida.
Ao chegar no seminário havia um ritual de batismo pelo corpo discente que era a escolha do apelido, fosse almoço ou jantar, dependendo da hora da chegada do
seminarista. Não sei se pelo brim caqui ou minhas
feições mesmo, mas em minutos, surgiu um chamamento de Gambá que todo mundo riu
e o apelido estava sacramentado. Eramos de uma classe de aula com os codinomes: Socó,
FNM, Periquito, Espeto, Ferrerinha, Sorriso, Biguidão, Três Corações, Lampião, na
foto ainda o Irmão Grugoskwi.
Jamais lembraria destes meus colegas na foto da 1ª.
Série do seminário se não fosse pelos apelidos, isto sem tê-la a mão, como agora
ao escrever estas linhas.
Havia
piscina, salão de jogos, campo de futebol, algumas poucas excursões e passeios
externos mais simples, não ficávamos parados. Estudava, rezava e brincava. Tinha também os ritos de missas e orações
regulares, com aulas o dia todo, as atividades iam das 6 às 21 horas.
Aprendi ali, vários jogos de mesa como
o xadrez e a dama, do baralho, o truco já sabia - aprendi a escopa, o 21, o 31,
o pôquer, o buraco e o pife-pafe. Passávamos o tempo entre o futebol, o
volibol, o pingue pongue, a piscina e estes jogos de mesa e muito estudo. Depois do almoço nos
dias de semana era proibido dormir, tinha que estar em alguma atividade.
Nas férias de meio de ano, uma cena que
jamais me esqueci ao ver meu pai num cômodo solitário da casa, com um fogãozinho
simples no qual meu irmão tinha se queimado. Ali naquele canto com um olhar
penoso derramei algumas lágrimas. Tinha em meu ambiente coletivo, amigos, roupa
de cama e arrumadeira, comida em três regulares refeições. O lado afetivo e emotivo, jamais se apartou de mim.
O ritual diário, os ensinamentos e
exigências de como se postar à mesa, além de outros modos da etiqueta social
foram moldando aquele menino de costumes campesinos.
Tinha urinese e era sonâmbulo em grau
leve. Me desfiz de ambos reflexos com o aconselhamento de um religioso que me
ensinou usar a força da mente, disse- me ele: faça sua oração bem concentrado e
após pense forte e repita em silêncio para você mesmo - não vou urinar na cama. Faça isso até dormir e foi tiro e queda, principalmente quanto a
urinar.
Depois destes ensinamentos que deram
certo, habituei-me a mentalizar a lição estudada nas vésperas de prova, um
costume que me acompanhou por toda vida de estudante e ao relembrar a matéria
antes de dormir, era sinônimo de boas provas. O tempo de seminário é um referencial
muito forte em minha vida, no próximo domingo entrarei em pormenores deste
significado.
Hoje referencio a situação política do país que amanhã vota o
destino de nossa Presidenta. Muito já escrevi sobre minhas convicções. Neste
espaço dominical desejo sabedoria aos nossos parlamentares e amparo celestial a
todos nós. Seja a decisão vencedora aquela que melhor atenda aos anseios da
população. Que o Senhor seja louvado para sempre louvado seja e que tenhamos um
viver justo e solidário.
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