Na Trincheira do Poeta

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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

NOSSAS ARENAS

Agora surge o problema da ociosidade de algumas delas. 

O problema é como terá sido a gestão dos gastos com o atropelo que se deu na realização das obras da Copa. Se na Petrobrás, uma estatal consolidada há tempos, a “farra do boi” está no nível constatado, e se no Mensalão as denúncias começaram pelos Correios, arre...

Artigo publicado nesta data no Jornal O Regional

No dia 1º deste mês, entre familiares, fizemos um turismo ao conhecer a Arena Corinthians. Antes da Copa, nos foram apresentadas, uma a uma, todas construídas para aquele fim. Entre uma reportagem e outra descobrimos que as sedes do evento só foram 12, pela insistência do governo, pois seriam 8.
Agora surge o problema da ociosidade de algumas delas em estados onde o futebol não tem maior expressividade. Neste final de semana, dois jogos do Campeonato Brasileiro serão fora do local de mando: um em Cuiabá e o outro em Manaus.
A crítica esportiva não se conforma que na reta de chegada da competição, jogos decisivos são marcados fora dos domínios das equipes, porque a torcida tem influência no ânimo dos atletas, que decide partidas, vide o “eu acredito” dos mineiros. Além deste aspecto existe o desgaste dos atletas pela distância, em longas viagens.
Mas o contraste está no luxo das instalações. Na do Corinthians os saguões são de mármore preto; tanto os sanitários quanto as cadeiras das arquibancadas e os vestiários, de puro requinte. O sonho do corintiano se transformou em visão fantasmagórica de um feito inimaginável pelo custo da obra e tempo recorde em que foi construída.
Na África do Sul tivemos conhecimento, por reportagens, dos verdadeiros elefantes brancos, que se tornaram os estádios, fato passível de acontecer entre nós, como afirmado.
Inevitável pensar na Cracolândia que, do “treme treme”, na Avenida São João, nas imediações do Edifício Copam, hoje foi estendida de forma incontrolável, onde  vemos cenas horríveis. A droga se alastrou país afora, sendo a criminalidade incontida na maioria dos estados brasileiros, e nela seu indutor mais grave.
O problema é como terá sido a gestão dos gastos com o atropelo que se deu na realização das obras da Copa. Se na Petrobrás, uma estatal consolidada há tempos, a “farra do boi” está no nível constatado, e se no Mensalão as denúncias começaram pelos Correios, arre... o que assisti recentemente na Parada Gay do Rio de Janeiro, com várias agressões causadas por gangues, assim como no futebol, no caso do cerco e morte de torcedores palmeirenses e santistas, uma verdadeira selvageria, horripilante, ambos os casos, como tantos outros.
Os investimentos em diversas frentes estruturais para a logística nacional ficará para depois das Olimpíadas, o ópio do momento dos brasileiros. Antes teremos dois carnavais, pouco mais do que isso.
Vivemos mesmo num país continental e fantasioso, onde o resultado do esforço do trabalho de muitos vão para as mãos de poucos, em ações de manipulação de uma minoria.
Quem recebe está satisfeito, aqueles que distribuem mais ainda, mesmo que a diferença nas eleições seja por pouco. Segue a nave a que rumo? Com certeza, poucos conseguem vislumbrar. A promiscuidade entre autoridades corruptas e empresários corruptores é uma sina que apequena o gigante Brasil. Riqueza sem enobrecimento de valores e costumes de pouco serve. É fútil.

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