Na Trincheira do Poeta

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terça-feira, 11 de novembro de 2014

PARÂMETROS DISTINTOS

A rua em que passamos um cenário de guerra.


Ou mudamos as estruturas e  legislação para melhores resultados; assim como  aprimoramos a educação e a cultura de forma a buscar mais elevados padrões de comportamento individual do brasileiro ou teremos muito em breve uma terra arrasada.



Evidencio preliminarmente que não tenho motivos para me ater à negatividade da existência humana e tampouco fazer dela um apanágio, entretanto a evolução social não se dá por uma contemplação passiva, muito pelo contrário - a crítica faz evoluir; enquanto aquela atitude benfazeja, tende a mesmice e ao retrocesso.
Se olharmos as estruturas organizacionais de muitos seguimentos da administração pública no Brasil, veremos que a ineficiência é secular.elas são inamovíveis e só interessam à acomodação dos servidores, enquanto políticos incompetentes passam uma, às vezes duas décadas no poder sem nada mudar. Gastam fábulas de dinheiro em equipamentos e projetos marqueteiros, e ainda conseguem fazer que as elas piorem de rendimento pelo desprestigio ao seguimento humano.
Quanto aos parâmetros, registro que em agosto de 2011 conheci a capital do Estado da Paraíba, João Pessoa, onde passei alguns dias. Ao sair do aeroporto, o táxi, cujo motorista buzinou 11 vezes, sem necessidade de um só, até a Pousada, desviou de um viaduto interditado por motivo de obras quando presenciei uma cena conflitante com a boa fama da cidade: o bairro de periferia com casas simples que tinham grades horríveis, parecendo refugo de construções, sendo que a arrumação delas às portas e muros transformou a rua em que passamos um cenário de guerra.
Difícil de compreender, como constrangedor foi adentrar pela primeira vez numa favela às margens do rio Pinheiros, no distante agosto de 1975. O que terá a proteger nos simples casebres aquela população da capital paraibana. Nas colônias as portas ficavam abertas. No Canadá elas ficam até hoje.
De 02 a 09 último, conheci o Sul. Os 7 dias em Florianópolis foi de visita às diversas ilhas e praias, quando  chamou  atenção, encontrar uma alameda de casas nada suntuosas, mas com uma característica ímpar ao Brasil de hoje: com mais de 30 moradias; duas ou três tinham grades, as demais apenas jardins, nem garagens fechadas possuíam. Ali perto um pequeno Mercado cuja caixa nos informou seu destemor a assalto que jamais houve naquele estabelecimento, isto às 21h30.  Também, no Jurerê Internacional, um complexo luxuosíssimo, com várias câmeras, entretanto nenhum muro.
Esta é a distinção que faço e para finalizar, reportagem de minutos atrás dá conta de que no Brasil aconteceram 51 mil estupros em 2013 e que dentre 10 deles 3 apenas são denunciados. A concluir que os números podem chegar a mais  de 300 mil por ano. No mesmo programa, notícias sobre carros furtados; roubados e comércio ilegal de peças em São Paulo - algo degradante.
Ou mudamos as estruturas e  legislação para melhores resultados; assim como  aprimoramos a educação e a cultura de forma a buscar mais elevados padrões de comportamento individual do brasileiro ou teremos muito em breve uma terra arrasada.
Florianópolis aliviou meu pesar, pois pelo que lá constatei, nem tudo está perdido. Para o otimista sempre resta um fio de esperança. 

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