A rua em que passamos um cenário de guerra.
Ou mudamos as estruturas e legislação para melhores resultados; assim como aprimoramos a educação e a cultura de forma a buscar mais elevados padrões de comportamento individual do brasileiro ou teremos muito em breve uma terra arrasada.
Evidencio preliminarmente que não
tenho motivos para me ater à negatividade da existência humana e tampouco fazer
dela um apanágio, entretanto a evolução social não se dá por uma contemplação
passiva, muito pelo contrário - a crítica faz evoluir; enquanto aquela atitude benfazeja, tende a mesmice e ao retrocesso.
Se olharmos as estruturas
organizacionais de muitos seguimentos da administração pública no Brasil,
veremos que a ineficiência é secular.elas são inamovíveis e só interessam à acomodação dos servidores, enquanto políticos incompetentes passam
uma, às vezes duas décadas no poder sem nada mudar. Gastam fábulas de dinheiro
em equipamentos e projetos marqueteiros, e ainda conseguem fazer que as elas piorem de rendimento pelo desprestigio ao seguimento humano.
Quanto aos parâmetros, registro
que em agosto de 2011 conheci a capital do Estado da Paraíba, João Pessoa, onde passei
alguns dias. Ao sair do aeroporto, o táxi, cujo motorista buzinou 11 vezes, sem necessidade de um só,
até a Pousada, desviou de um viaduto interditado por motivo de obras quando
presenciei uma cena conflitante com a boa fama da cidade: o bairro de periferia
com casas simples que tinham grades horríveis, parecendo refugo de construções,
sendo que a arrumação delas às portas e muros transformou a rua em que passamos um cenário de guerra.
Difícil de compreender, como constrangedor
foi adentrar pela primeira vez numa favela às margens do rio Pinheiros, no
distante agosto de 1975. O que terá a proteger nos simples casebres aquela
população da capital paraibana. Nas colônias as portas ficavam abertas. No
Canadá elas ficam até hoje.
De 02 a 09 último, conheci o Sul. Os 7 dias
em Florianópolis foi de visita às diversas ilhas e praias, quando chamou atenção, encontrar uma alameda de
casas nada suntuosas, mas com uma característica ímpar ao Brasil de hoje: com
mais de 30 moradias; duas ou três tinham grades, as demais apenas jardins, nem
garagens fechadas possuíam. Ali perto um pequeno Mercado cuja caixa nos informou seu
destemor a assalto que jamais houve naquele estabelecimento, isto às 21h30. Também, no Jurerê Internacional, um complexo
luxuosíssimo, com várias câmeras, entretanto nenhum muro.
Esta é a distinção que faço e
para finalizar, reportagem de minutos atrás dá conta de que no Brasil aconteceram
51 mil estupros em 2013 e que dentre 10 deles 3 apenas são denunciados. A
concluir que os números podem chegar a mais de 300 mil por ano. No mesmo programa, notícias
sobre carros furtados; roubados e comércio ilegal de peças em São Paulo - algo
degradante.
Ou mudamos as estruturas e legislação para melhores resultados; assim
como aprimoramos a educação e a cultura de
forma a buscar mais elevados padrões de comportamento individual do brasileiro ou
teremos muito em breve uma terra arrasada.
Florianópolis aliviou meu pesar,
pois pelo que lá constatei, nem tudo está perdido. Para o otimista sempre resta
um fio de esperança.
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