Assim, deparei com o trabalho volante denominado popularmente de “pau de arara ou bóia fria".
Inegavelmente aprendemos sempre! Desta época de minha vida é possível a comparação do balançar em uma pinguela sobre um alto desfiladeiro ou do "equilibrar na corda bamba", uma intensa experiência provinda das incertezas e de como elas foram superadas.
Assim, deparei com o trabalho volante denominado popularmente de “pau de arara ou bóia fria”. Na época da colheita que o ganho melhorava com o regime de empreita, nos empolgávamos a enfrentar as árduas jornadas. A que mais me ensinou foi catar algodão que se dava com as duas mãos e boca, com ela expelíamos as rosetas quando o algodão nelas saia.
Num dia catei 120kg (descomunal) e alguém, conseguiu um quilo a mais. Almoçávamos dentro do caminhão, antes de chegar no serviço. Trabalhávamos de sol a sol, das 7h às 17h30. Tocávamos um eito de 4 ruas o dia todo sem parar. As sacolas eram despejadas quando tinham de 15 a 20 kg, num exaustivo esforço. Havia um desafio tresloucado para ver quem conseguia catar mais. Fazia um reforço da alimentação com uma garrafinha de café e um pão francês de pé mesmo, ali pelo meio dia para não perder tempo. As rosetas deixavam um gosto ruim na boca, pois o algodão recebe muito inseticida.
Nós batataenses que na primeira cata não passávamos de 70 quilos, aprendemos com o pessoal de Jardinópolis como colher algodão com a boca. Sem este recurso, difícil passar dos noventa 90kg!
Tive outros trabalhos difíceis, ainda veremos, porém o pau de arara é disparado, o pior deles. Ficou na lembrança de vários dias de dificuldades diversas e sempre a indagação - meu Deus será que vou superar esta situação?
Relatos e reflexões que deixo, com as gotas do meu suor, no dia a dia do trabalho juvenil. Que o Senhor seja louvado para sempre louvado seja. Sejamos nós merecedores de bênçãos para um viver justo e solidário no amor de Cristo. Um bom domingo a todos!
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