Não venham dizer que a corrupção sempre foi assim. Não houve no inventário dos cinco Generais Presidentes qualquer alteração desproporcional ao patrimônio que detinham ao assumir o cargo.
Artigo publicado na íntegra no jornal O Regional de Catanduva em 26/6/16
As vísceras da república estão expostas. Pipocam
graves acusações por todo lado, e o efeito dominó na queda de políticos continua
- mais um ministro se demitiu, outro ex-ministro foi preso. Suspeitas, em
seguida comprovadas, surgem de norte a sul do país.
As estruturas não ruíram totalmente, apesar dos vícios
inerentes a falhas humanas, somados aos equívocos nas formas de constituição de
vários órgãos. Desde o excesso de políticos, servidores comissionados e
mordomias que devem ser corrigidas. Há inúmeras leis de cunho ideológico e
outras que só visam benesses, editadas de forma eleiçoeira que inviabilizam o
Estado, nas três esferas do poder, a serem alteradas com celeridade.
A visibilidade das hostes do poder, advindas pelo
avanço das comunicações, expõe a discussão de tudo que se passa nas casas
legislativas e tribunais. Este efeito da modernidade midiática facilita a
comunicação dos líderes com as massas, portanto as mudanças, havendo boa
vontade e comprometimento da maioria. Ao contrário disso, acertos escusos de
bastidores estão cada vez mais difíceis, mostra a realidade de agora, sobram gravações
de tudo.
Então o momento é agora. Bem possível que aflore
uma sociedade renovada pela participação
popular nas ruas. Este é o mais evidente sinal de que os tempos estão mudados.
Não venham dizer que a corrupção sempre foi assim.
De tudo que se ouve, quanto da lisura no trato das
contas públicas - é de que não houve no
inventário dos cinco Generais Presidentes qualquer alteração desproporcional ao
patrimônio que detinham ao assumir o cargo. Ao contrário, houve quem se desfez
de bens para custear tratamento médico e
a própria manutenção de um final de vida digno.
A incidência da ação corruptiva de agora é fruto de
um conceito perverso de que “os fins justificam os meios, mesmo que escusos”.
Então se perdeu o controle da administração, via Legislativo e Executivo e
temos a judicialização da administração pública, sendo tudo questionado via
judiciário que emite a última palavra.
Que um novo ciclo seja instalado, sob a égide de
outros valores, refutando os excessos detectados da administração recém-impedida.
A modernidade tecnológica acelera as mudanças, que as autoridades deem o
exemplo cortando na própria carne, a começar dos municípios. Deixemos de olhar o próprio umbigo para contemplar o coletivo.
Uma nação não se faz de um emaranhado de leis e sim do caráter de seu povo. A credibilidade
está no quarteirão, na rua, na cidade e no mundo. Onde e a que nível está a dos
nossos líderes hoje? Entre os manifestantes foram rejeitados!
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