Na Trincheira do Poeta

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sexta-feira, 15 de julho de 2016

Eleição na Câmara, coerência exemplar!

Em dado momento chegou a 17 postulantes.

Deduz-se pela eleição realizada celeremente que a renúncia foi um ato benéfico para o governo que vê saneado o imbróglio da interinidade do vice.

Artigo publicado na íntegra no jornal O Regional de Catanduva em 17/7/2016

A renúncia de Eduardo Cunha à Presidência da Câmara Federal, insinuada como um ato a mais para salvar o próprio mandato de Deputado, desencadeou intensa mobilização na disputa do cargo.
Bateu recorde o número de candidatos, em dado momento chegou a 17 postulantes. Uma reação positiva, posto que dos líderes políticos o que se espera é isto mesmo, ânimo de estar à frente para melhor representar seus eleitores com conquistas significativas dada a formal influência, decorrente do exercício do cargo.Considero um bom exemplo porque o clima da disputa transcorreu em excelsa civilidade com os dois candidatos  do segundo turno, Russo e Rodrigo Caio, se abraçando ao final do pleito. Também não se ouviu boato de manipulação, via riqueza de quem quer que seja. As alianças se deram espontaneamente, havendo abordagem dos candidatos aos votantes até o último minuto.Ao falar, após eleito, Rodrigo Maia abordou a necessidade de paz na política e responsável avaliação do que querem os políticos em rebate com o ânimo das bases e da população nas ruas. Citou fato pessoal decorrente de conselho do pai  - proeminente político no Rio de Janeiro, César Maia, de que sentasse ao fundo do parlamento inicialmente e aprendesse com os melhores articuladores do plenário. Após 5 mandatos, traduzidos em 20 anos, torna-se o articulador-líder de seus pares naquela casa. Deduz-se, pela eleição realizada celeremente, que a renúncia foi um ato benéfico para o governo que vê saneado o imbróglio da interinidade do vice. Do que se constata, não houve benefício  inicial ao renunciante porque seu recurso quanto a reconhecimento de direito na comissão de ética não foi acatado e ele segue para o cadafalso, sendo a chance da não-cassação muito pequena. Ao renovado plenário da Câmara, dentre seus integrantes a maioria de jovens, a esperança de que as lições do Mensalão e  Petrolão com seus desdobramentos sirvam de referência de que o crime não compensa. Certo que vivemos num regime de plena liberdade, mas não podemos fazer do mal um ícone a ser seguido com intensa  e disseminada prática.  Há que se distinguir o bem do mal, incentivar aquele e inibir este. Os valores positivos estão aí para serem seguidos – a corrupção, o tráfico, a omissão do agente público e de todos enquanto cidadãos há que ser inibida de forma permanente.

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