Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

domingo, 10 de julho de 2016

Uma ponte até o BGP.

Mas muito esforço mental  e de atitudes, contando com algumas coincidências extraordinárias, me levaram àquela unidade militar.

 Se a ponte é longa deixo ao leitor avaliar, porém a idade tem lá seus 77 anos. Em 1939 meu pai se alistou como voluntário para servir ao Exército, sendo dispensado. Um ato de desprendimento, pois estava no auge da Segunda Guerra Mundial. Disso falava afirmativamente que se convocado gostaria de servir na cavalaria. Esta prosa ouvi algumas vezes na infância, pois vivia com ele entre seus amigos.
Assim, ao deixar os estudos, tive no serviço militar uma senha de quando e como retornaria a escola. Veja leitor que de um incidente negativo - indisposição familiar, fui para um emprego fixo e nele pude, com a liberação de ajudar a família temporariamente, submeter-me a um tratamento dentário completo com ótimo dentista, felizmente. Foram extraídos seis e obturados outros dezessete dentes, mais seis meses e teria perdido minhas chances de ser servidor público. Com certeza prevaleceu o sentimento do genitor de não ter sido convocado, na liberação da ajuda de que tanto necessitava.
Sabedor de que Sertãozinho enviava voluntários para o Batalhão da Guarda Presidencial, me alistei por essa cidade, pois o Frigorífico pertencia ao município. Ao deixá-lo em abril de 1965, descobri que naquele ano Batatais também enviaria voluntários. Não tive dúvida, providenciei a transferência. Dito e feito, fui dispensado inicialmente, por questão social de ajudar na manteça dos irmãos por auferir 2 salários mínimos. Após falar com meu pai, que me disse: argumente com o Sargento que esse é um ploblema meu - cuida da sua vida filho. Incontinenti, retornei ao TG e ponderei com o Chefe que queria estudar, aqui (outra lágrima, pudera queria muito isso), sendo reconsiderada a decisão ante aos meus anseios. Não teria qualquer chance em Sertãozinho, o voluntariado ao BGP era muito concorrido.
Ocorreu que no dia 06 de janeiro, com a folia de Santos Reis em nossa casa, ao soar dos instrumentos, aquela mesma lágrima contida do seminário corria nos olhos de filho e pai - uma nova despedida. Às 21 horas a Maria Fumaça partiu ruma à Casa Branca e daí a Pirassununga. Em 09 de janeiro de 1966, cinquenta anos atrás, pela manhã estava no pátio do Batalhão da Guarda Presidencial. Missão nobilíssima, dar guarda ao Presidente da República. Uma inabalável fé jamais se afastou de mim, tudo fiz para ter esta chance,  ela aconteceu.
Sou católico, creio na proteção divina, também conheço outras crenças, não sei qual a do leitor, mas muito esforço mental e de atitudes, contando com algumas coincidências extraordinárias que me levaram àquela unidade militar. Cada qual faça seu juízo particular. Trato sempre de agradecer a Deus! Que o Senhor seja louvado, para sempre louvado seja. Um viver justo e solidário a todos nós, sob o amparo do Senhor desejo sempre!

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