Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

domingo, 26 de abril de 2015

Devaneios de um sentinela!

Ali, distante da família, esperançoso...

Agradeço-lhe Ivanir! Você me faz muitíssimo feliz.


Quanto aos devaneios, pode parecer contraditório dada a natureza da atividade desenvolvida no Palácio do Planalto, local onde dei todas as minhas guardas no Exército.  Ali, distante da família, esperançoso e envolvido positivamente no projeto de servir a Pátria, como ponto de partida para uma nova situação da vida. 
Ouvia-se no rádio do aposento de funcionários palacianos, num  dos postos, pontualmente às 22h as  poesias de J. G. de Geraldo Jorge, por ele declamadas,  um deleite.
O pensamento ia longe, o futuro incerto, o sentinela, só o primeiro passo.  Folheei páginas e nenhuma se adequava ao pretendido, eis que deparo com:   "Noiva".
Faço dessa uma deferência a minha esposa – ela que superou o imaginado naquelas noites, quando no acalento dos poemas, a quem amar um dia. Agradeço-lhe Ivanir! Você me faz muitíssimo feliz. Num brinde a ela e a família que constituímos,  transcrevo os singelos versos.
Antes, o nosso agradecimento  por todas as graças recebidas em nossas vidas. No domingo uma reflexão especial quando elevamos nossos pensamentos e nos colocamos humildemente ante os desígnios do Senhor. Com todos que acessam esta página compartilhamos nossas orações. Que o Senhor para sempre seja louvado! Amém

                                    
                         “Noiva”

Ei-la toda de branco. Aos pés, o imenso véu
Como floco de espuma, espalhado no chão...
No ar, dentro do olhar, cabe inteirinho um céu,
E leva um céu maior dentro do coração...

Nos lábios... Ah! Nos  lábios o sabor do mel,
E uma carícia em flor se entreabre em cada mão,
- e que tremor no braço, ao deixar no papel
O nome dela, o dele...os dois desde então...

Quem lhe falou da vida? A vida é um sonho, a vida
é esse caminho azul, esse estranho embaraço
de sentir-se ao seu lado amada e protegida.

Aos seus pés, como nuvem branca, o imenso véu...
Quem dirá, que ao seguir apoiada ao seu braço
Não pensa que caminha em direção ao céu? ...
                                                                     
                                                                       (Poema de JG de Araujo Jorge

                                                                       extraído do livro “AMO !” 1ª. edição 1938)

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