Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Professor: da catapulta ao ariete!

O título não é por mera ironia e sim uma constatação

Enquanto isso deem aulas regulares aos seus alunos, conquiste-os com sua sabedoria e amor e aos pais, todos  merecem. Quebradeiras são incompatíveis com vossa condição de educadores e esperança desta nação!


A  admiração pelos professores vem de longe. Já consignei que num tempo sem choro dos  pais na frente dos filhos a não ser  em caso de morte,  minha primeira educadora derramou  lágrimas na minha despedida da Escola Rural, na Barrinha
Não que merecesse, mas fazíamos  um esforço imenso em longa caminha para chegar até a escola. Foram dois anos e meio de assiduidade. Talvez tenha sido essa situação ou era mesmo sensibilidade que hoje não presenciamos, tão facilmente. Em 1958, por um ano a fio, órfão recebi carinho de mãe de outra de outra mestra, agora em Batatais. Ficou de forma indelével no meu coração estas atitudes.
O título não é por mera ironia e sim uma constatação. Durante 8 anos estive a  frente de tropa na condição de Capitão PM e acompanhei os comandados ano após ano de 86 a 1994, nas greve de professores. Depois disso, por jornais e vida comunitária, sendo que todo ano se tem um movimento reivindicatório, com parada no trabalho.
Escrevi sobre a inconveniência da greve política e ela existe, com frequência. A liderança tem que aparecer para justificar sua existência, este raciocínio vale também para todos os sindicatos. Nada contra esta estrutura de sociedade, melhor assim meio alienada do que totalmente.
Entretanto se o leitor fizer as contas comigo, em 30 anos desde 1985 até 2015, são 900 dias sem aula, só por conta de greves de 30 dias, esta de agora já atingiu 42. Ontem, ao ver os mestres atirarem pedras nas vidraças e outros com ares de insanos tentar arrombar a porta da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo com instrumento contundente à semelhança do aríete, lembrei-me dos bárbaros   de 400 anos AC e pensei - faltou a catapulta, algum deles pode ter uma distensão muscular -  sendo que  ela impressionaria mais, daria mais visibilidade, mais ibope.
Aos  professores deste meu país, seus salários estão indo pelo ralo da corrupção faz tempo e os senhores, sempre como massa de manobra nas mãos dos governantes. Antes era a saga do antimilitarismo opressor e se portavam como agora ou  pior do que no evento descrito: afrontando e ofendendo a polícia, sendo que pouco conseguiram pelo visto. Pergunto aonde erramos? Um vez que entre as polícias já houve até trocas de tiros por salário, quando da greve da Polícia Civil  em 17 de outubro de 2008.
O Brasil precisa de sua força para mudarmos o “status quo”. No próximo protesto no domingo ou feriado vão todos para as ruas com  suas faixas de reivindicações, enquanto isso deem aulas regulares aos seus alunos, conquiste-os com sua sabedoria e amor e aos pais, todos  merecem. Se não resolveram em 30 anos vossas condições, não acham  que  é melhor mudarem de tática. Quebradeiras são incompatíveis com vossa condição de educadores e esperança desta nação!

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