O título não é por mera ironia e sim uma constatação
Enquanto isso deem aulas regulares aos seus alunos, conquiste-os com sua sabedoria e amor e aos pais, todos merecem. Quebradeiras são incompatíveis com vossa condição de educadores e esperança desta nação!
A admiração pelos professores vem de longe. Já
consignei que num tempo sem choro dos pais na frente dos filhos a não ser em caso de morte, minha primeira educadora derramou lágrimas na minha despedida da Escola Rural,
na Barrinha
Não que
merecesse, mas fazíamos um esforço
imenso em longa caminha para chegar até a escola. Foram dois anos e meio de
assiduidade. Talvez tenha sido essa situação ou era mesmo sensibilidade que
hoje não presenciamos, tão facilmente. Em 1958, por um ano a fio, órfão recebi
carinho de mãe de outra de outra mestra, agora em Batatais. Ficou de forma indelével
no meu coração estas atitudes.
O título não é
por mera ironia e sim uma constatação. Durante 8 anos estive a frente de tropa na condição de Capitão PM e
acompanhei os comandados ano após ano de 86 a 1994, nas greve de professores.
Depois disso, por jornais e vida comunitária, sendo que todo ano se tem um movimento
reivindicatório, com parada no trabalho.
Escrevi sobre
a inconveniência da greve política e ela existe, com frequência. A liderança
tem que aparecer para justificar sua existência, este raciocínio vale também
para todos os sindicatos. Nada contra esta estrutura de sociedade, melhor assim
meio alienada do que totalmente.
Entretanto se
o leitor fizer as contas comigo, em 30 anos desde 1985 até 2015, são 900 dias
sem aula, só por conta de greves de 30 dias, esta de agora já atingiu 42.
Ontem, ao ver os mestres atirarem pedras nas vidraças e outros com ares de
insanos tentar arrombar a porta da Secretaria de Educação do Estado de São
Paulo com instrumento contundente à semelhança do aríete, lembrei-me dos
bárbaros de 400 anos AC e pensei - faltou a catapulta,
algum deles pode ter uma distensão muscular - sendo que ela impressionaria mais, daria mais visibilidade,
mais ibope.
Aos professores deste meu país, seus salários
estão indo pelo ralo da corrupção faz tempo e os senhores, sempre como massa de
manobra nas mãos dos governantes. Antes era a saga do antimilitarismo opressor e
se portavam como agora ou pior do que no
evento descrito: afrontando e ofendendo a polícia, sendo que pouco conseguiram
pelo visto. Pergunto aonde erramos? Um vez que entre as polícias já houve até
trocas de tiros por salário, quando da greve da Polícia Civil em 17 de outubro de 2008.
O Brasil
precisa de sua força para mudarmos o “status quo”. No próximo protesto no
domingo ou feriado vão todos para as ruas com suas faixas de reivindicações, enquanto isso
deem aulas regulares aos seus alunos, conquiste-os com sua sabedoria e amor e aos
pais, todos merecem. Se não resolveram
em 30 anos vossas condições, não acham
que é melhor mudarem de tática.
Quebradeiras são incompatíveis com vossa condição de educadores e esperança
desta nação!
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