Na Trincheira do Poeta

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quinta-feira, 8 de maio de 2014

FILAS DENUNCIADORAS


Existe uma corrente perversa de cobrança de impostos.

Denúncias, provas, rol de culpados, tudo para o impeachment, e ele não veio. Novo escândalo (dos aloprados) e uma plateia encantada, somada à claque internacional, e tivemos oito anos de devassidão.

Artigo publicado na data de hoje em "O Diário da Região Catanduva"

Entre 1989 e 1991, tivemos a fila da vergonha nacional quando sacávamos os vencimentos e os depositávamos no overnight: juros da noite para o dia. Eram filas enormes porque todos queriam proteger o valor dos salários da inflação - até 200% ao ano.
Felizmente, em 1994, tivemos a edição do Plano Real. Ocorreu que os governantes, seus autores, não souberam preservar a liderança, e ante a possibilidade do continuísmo, nos presentearam com a reeleição.
Resolvido um problema crônico de mais de um quarto de século, o mundo em paz com a derrubada do muro de Berlim, último bastião do comunismo. Eis que o ressuscitamos com o ícone mor do socialismo mundial, o metalúrgico, iletrado e político de plantão às portas do Planalto, querendo entrar; e entrou mesmo.
Destemido e perseverante, tinha a sua volta uma claque a fazer coro com a internacional e até mesmo pelos derrotados; sua vitória foi comemorada como sinal concreto da plenitude da democracia no Brasil.
Ao seu redor fanáticos terroristas maquinavam a perpetuação no poder e desenvolveram o esquema do mensalão. Nele os parâmetros da improbidade administrativa e boa-fé que há de existir na administração pública inexistiram. Foram expurgados de forma vil.
Denúncias, provas, rol de culpados, tudo para o impeachment, e ele não veio. Novo escândalo (dos aloprados) e uma plateia encantada, somada à claque internacional, e tivemos oito anos de devassidão.
Há algum tempo fui surpreendido com a liberação das viagens do metrô gratuitamente ao idoso, sem comprovação da hipossuficiência e recentemente com as dos ônibus intermunicipais, também.
Não bastasse iludir os incautos do Bolsa Família, agora abrangem a todos, com liberalidades que nos custam caro. Há quanto tempo reivindicamos um maior fracionamento das faixas do Imposto de Renda? Imploramos menores taxas de pedágios e menores impostos sobre produtos e impostos municipais, também...
Existe na verdade uma corrente perversa de cobrança cada vez maior de impostos. Em São Paulo assistimos à manipulação da Câmara Municipal para, na calada da noite, aumentar o IPTU em até 20%. Em Catanduva, mais assessor e aumento da taxa do lixo.
Quando vejo várias pessoas, cuja apresentação denota posse mediana, aguardando na fila da estação do metrô Sé, a liberação da catraca gratuita, sinto-me constrangido por ser manipulado por um governo interessado em ganhar a todos por simpáticas concessões.
Há muita pobreza no Brasil. As pessoas que têm salários razoáveis não precisam de facilidades que advêm de uma carga tributária descomunal que atinge inclusive os mais pobres.
Fico com a imagem do adulto, querendo treinar a criança no jogo da esperteza: troca a bala de mãos até que ela se canse e então atende seu desejo.
Com os políticos que aí estão, você jamais receberá a bala. Querem nos comprar sem nenhum escrúpulo. É só “venha a nós”. E os incautos em mais uma fila da vergonha nacional...
 Seu voto por umas bananas que estão na moda, mas é daquelas que se dá com os braços: “toma aí seus idiotas, quem mandou votar em mim?”.
E dá-lhe aumentos. O ano de 2015 promete! Muda Brasil!!!

José Carlos Xavier
Coronel PM, Advogado, Professor

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