Mudar urgentemente é preciso!
Esta é uma faceta triste da nossa sociedade. A ânsia do faturamento monetário coloca os projetos que envolvem dinheiro (construções) como prioridade, enquanto os projetos de aprofundamento da discussão do estrato social fica anos emperrados nas casas legislativas, em detrimento de um comunidade mais justa e solidária.
Artigo publicado hoje no Diário da Região Catanduva - 01/05/2014 -
“Precisamos muito mais do que simples obras e
carnaval.”
Adolescentes
da Paulista
Ao assumir interinamente o comando
da 2ª. Companhia PM com sede na cidade de José Bonifácio (1980) e perceber que
ali ficaria por longo tempo, decidi que
sozinho não iria cumprir esta missão. Assinei o Estadão e além dele li e reli entre boas obras: Vida de Jesus,
por Plínio Salgado. Passados dois anos, iniciei o curso de direito. Neste
período nasce o segundo filho, tudo caminhou muito bem.
Vida campesina até os dez, depois de
14 anos, entre Brasília e São Paulo retorno ao recôndito do povo simples às
margens do Tiete. De volta as viagens da infância, por onde podia sentir o
cheiro da terra e ele é intenso nos dias
de chuva. Além dele, o do mamão, da amora, do capim verde brotando nas
pastagens às margens das estradas Todo mês percorria
mais de 150km, quando em inspeções, eram 17 pequenos municípios. No jipe,
lá íamos nós levar um abraço aos policiais militares muito distantes da
companhia.
Nesta época, acompanhei longas reportagens sobre crimes cometidos por
adolescentes nas imediações das AvenidA Paulista e Consolação, enfim nos
Jardins. Eles eram de classe média e praticavam vários tipos de agressões que
deixavam apreensivas as autoridades, pois consistiam em atos desmotivados, não
havia um perfil definido dos agredidos.
A conduta foi objeto de uma longa
pesquisa patrocinada pelo jornal e a conclusão foi desamor dos pais. Em razão
da intensa agenda, pais e mães deixavam os filhos com as babas, crescendo assim,
se sentiam mal amados e agiam com violência contra terceiros para chamar atenção deles.
Os crimes em série que temos vistos
contra crianças, nestes últimos tempos: do Nardoni, São Paulo, do menino
Joaquim em Ribeirão Preto e mais recente o caso Bernardo guardam semelhança
entre si: os três estão num segundo relacionamento em que parece ser a criança um estorvo a nova vida.
Existe neste gigante país muitos caso de fins trágicos com
crianças, porém a maioria deles envolvem mães em estado desesperador quanto a
subsistência de si mesmas e da prole, incidindo em abandono e extrema pobreza.
Nestes três citados não, dá a
impressão que são pais que foram filhos como os da Avenida Paulista, mal amados.
Matar um ser indefeso que reside sob o mesmo teto, seja filho ou enteado, é
muita estupidez que nos provoca sentimento de profunda tristeza e a conclusão
de que: precisamos muito mais do que simples obras e carnaval.
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