Há oásis de boa conduta no mundo
A disseminação de grades e equipamentos de segurança, constitui-se numa febre depreciativa da própria condição humana, enquanto o ideal seria alcançar a mente das pessoas para que não praticasse o crime. Acredite, há países sem grade ou chaves nas casas. Canada é um.
Artigo escrito em 17/05/2014 - em "O Regional" - Catanduva
“Deixemos tudo para
trás e vamos cuidar um pouco mais das mentes e dos corações”.
Os trilhos vão e as
grades?
Notícia
alvissareira, até poucos dias nãos constávamos da relação daqueles municípios que
teriam esta benesse. Em um quarto de
século de residência nesta cidade seria capaz de elencar muitos objetivos
alcançados pelos catanduvenses. O mais importante deles é de uma cidade que
cresce ordenadamente de forma a não existir atropelos na estrutura social e que é ótima para o padrão brasileiro.
Temos que
comemorar a retirada dos trilhos, mesmo sendo anunciada próximo das eleições. A
medida propiciará mais uma possibilidade de melhorias urbanísticas,
principalmente a da mobilidade e qualidade de vida de quem já não aguenta mais
os apitos na madrugada. A viabilidade do desvio para o entorno da cidade se dará
pela riqueza transportada nos vagões, mesmo ante aos gastos elevados que
representa, certamente virá um dia.
Quanto a
retirada das grades, a questão é muito
mais complexa. Esta é daquelas que se enquadra no dito: “nem a quinta geração
verá”. Como nos dias de hoje se vive cem anos. Quem sabe?
Externo minha
contrariedade com as grades. Elas representam boa parte de tudo de negativo que
há no comportamento humano. Confesso, comandei a (GECP) Guarda Externa da
Cadeia Pública de S.J.Rio Preto, em 1979. Havia mais ou menos 140 presos: tinha
dificuldade em olhar os presos trancafiados. Lá da muralha quando das rondas
- uma visão negativa.
Não os
protegia, mas fazia uma verdadeira pregação
entre os meus comandados sobre o respeito que deveriam ter com eles.
Jamais pude entender como sendo a vida tão bela e aquelas pessoas entre quatro paredes.
Inexistiu qualquer
queixa, em mais de um ano de trabalho; pintamos as dependências, estava sempre
à frente da tropa, praticava exercícios físicos e esporte com todas as
guarnições, houve uma humanização do ambiente de trabalho, considerado castigo
para alguns.
De outro lado
ao analisar as fragilidades inerentes ao
ser humano e ter a certeza de que
muitos, a maioria deles estavam ali pelas vicissitudes decorrentes de uma
existência conturbada. Há livros e livros sobre a delinquência, porém viver
livre e de bem com a vizinhança é uma maravilha. Prisão não deveria existir,
jamais compensou ao indivíduo.
Não gosto de grades, vivi como um pássaro até
os dez anos, só não voava por não ter asas. Amor paternal e liberdade total nos campos de minha terra que
não eram nossos, bem explicado. Foi assim que conheci este mundo. Liberdade,
trabalho e estudo.
Não dá para
esconder este sentimento. No mesmo dia
de tão boa notícia, ver a Praça dos Três Poderes tão linda como ficou,
com mais uma grade em frente ao Banco do
Brasil, foi demais para o infante que lá se foi contrariado. Não bastasse as
das nossas casas e escolas, nas praças,
também. É demais.
Deixemos tudo
para trás e vamos cuidar um pouco mais das mentes e dos corações. O conceito de
vida comunitária é tão profundo que somente o renascer de várias gerações,
poderá resgatá-lo ao homem moderno, na maioria dos países e o nosso está entre
eles, infelizmente.
A cada grade
instalada, alarme e todo tipo equipamento de segurança, um degrau a mais de
descrença no nosso semelhante. É triste
mais é a realidade de hoje, em boa parte da humanidade. Em Catanduva na nova
grade da praça uma constatação. Nada contra, muito menos a favor! Fazer o que,
segue a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário