O gesto do atleta Daniel Alves não contemplou a irreverência do negro e do nordestino. Num primeiro momento um tufão. Num segundo todos viram que não passou de uma encenação
"Quanto a mim, em assunto tão complexo, vejo que a vítima deve assimilar a ignorância alheia com sobriedade e tomar todas as medidas legais cabíveis, assim como as autoridades exaurirem os ritos."
Artigo publicado no dia 15/05/15 no Diário da Região - Catanduva
JOGADA ENSAIADA
Com este
título vamos dar ênfase a fato de reflexo internacional que envolveu dois
atletas do escrete nacional, recém convocados e de boa parte de ícones do mundo
artísticos nacional, “na turma da banana”.
Nesta
introdução vale a pena refletir sobre o termo ensaio. Ele está mais para
as artes, dança e principalmente ao teatro. Ensaia-se a cena, ensaia–se o
canto, isto quantas vezes for preciso.
No
esporte o treinamento é o termo mais corrente, como treinam os atletas hoje,
eles vão à exaustão, mesmo individualmente 0s atletas tem um ritual
para o momento antes da execução em que ensaiam muito, até chegar ao automático
diria assim.
No
futebol de hoje é tanto ensaio que ele parece até automático, criando-se uma
conduta coletiva de tal forma, treinada e ensaiada que está um tanto
burocratizado e poucos atletas conseguem a improvisação. Estes são os destaques
do esporte pelo mundo.
O gesto
de deglutir a banana, está vinculado a um aspecto triste da vida humana que é a
discriminação do seu semelhante pela raça, apesar deste conceito já ter sido
exaustivamente discutido e concluído que o humano é um só.
No caso
o clube onde estão ancorados ambos atletas não vai bem, um tem quase dez anos e
o outro, pouco mais de um. Estamos falando de Daniel Alves e Neymar, este
último expoente do escrete canarinho, que chegou ao Barcelona em momento de
crise técnica, em visível declínio, após longa hegemonia no mundo.
Ocorreu
irregularidade na transação de forma que o presidente do Barcelona renunciou;
além disso o clube foi investigado pela Fifa e denunciado por irregularidades
nas divisões de base e em campo deu fiasco, com fraco desempenho do recém
contratado.
Decorreu
do fracasso os insultos racistas com o arremesso de bananas em jogo recente,
após a desclassificação de torneio europeu e derrota para equipe bem inferior,
na competição local - então seu marqueteiro teve a iniciativa de “comer
bananas”.
Esta
afirmação está de forma inequívoca na grande imprensa. Após o incidente assisti
a jornalistas da TV Gazeta narrarem suas frustrações por já ter sido gravado um
vídeo, inclusive com uso de imagem de criança.
Não há
como negar. Uma situação similar ao do caçador que prepara uma armadilha, ele
precisa da ação da vítima. Neste caso eles precisavam da ação do racista e ela
veio. Ele foi devidamente identificado e banido do estádio por toda vida, não
foram publicadas outras consequências legais que certamente virão.
Não
houve da parte de quem comeu a banana qualquer vínculo com ironia e improviso
decorrente de indignação momentânea. Se isto faz a diferença deixo ao leitor em
sua individualidade de valores concluir.
Quanto a
mim, em assunto tão complexo, vejo que a vítima deve assimilar a ignorância
alheia com sobriedade e tomar todas as medidas legais cabíveis, assim como as
autoridades exaurirem os ritos.
Pôr
lenha na fogueira é dar combustível a uma questão tão complexa entre tantas
outras que pode parece hipocrisia marqueteira. Quantos famintos e drogados há a
sua volta, na sua cidade por mais bela que seja. Não há, tens certeza, és um
privilegiado.
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