Na Trincheira do Poeta

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Cuidado com a estatística

Nada contra ninguém, entretanto o princípio da razoabilidade foi aviltado

Quanto aos comunicados de assuntos afetos ao Poder Público, vejo seguidamente mensagens que contrariam a lógica nas placas espalhadas pela cidade.

De tudo que vejo nesta minha vida, tenho um sentimento de que o líder político não deveria estar atrelado à riqueza e sim à multiplicação de suas ações ao longo do tempo, de forma a credenciá-lo à liderança. Conhecimento, iniciativa, desprendimento e retidão de caráter, entre outros atributos.
Durante a última campanha, muito se falou da anarquia reinante na política brasileira. Infelizmente, Catanduva é testemunha disso. Em 1996 não assumiu quem ganhou nas urnas e sim nos tribunais, por questão de prazo de desincompatibilização, ato formal burocrático, por isso foi decretado assumir a prefeitura o segundo colocado.
Nada contra ninguém, entretanto o princípio da razoabilidade foi aviltado. Ora, se o órgão estatal julgador não foi suficientemente competente para decidir a questão em tempo hábil, que marcasse a eleição para depois do julgamento. Não anular a soberania do voto dos 20 mil eleitores vencedores.
Nestes últimos tempos aconteceu pior. Do nada o ex-prefeito perde a legenda, apesar de uma aprovação da administração nas alturas pela população; alguém não gostou de sua fachada. Pior ainda, quem iria representar a última administração nas eleições foi barrado no baile um mês antes, por questão partidária, e a população ficou órfã quanto a esta possibilidade de escolha.
Não que o mandatário de hoje não tivesse chance de ganhar, tinha e muita, tanto que venceu. Não personalizo ninguém e nem tenho procuração ou interesse específico em nada. Entretanto, a balburdia por que passa o sistema político, responsável primeiro dos nossos males, decorrendo dele as iniciativas que nos conduz, este sim o meu mote: dar a mínima contribuição que meus dons me possibilitem, um ideal.
Quanto aos comunicados de assuntos afetos ao Poder Público, vejo seguidamente mensagens que contrariam a lógica nas placas espalhadas pela cidade. Por exemplo, as da rotatória da Av J. N. Machado: A) 45 obras em andamento. Os munícipes serão contemplados com os serviços ao término delas. B) Com nenéns pelas construções de creches. Elas estão localizadas nos bairros, ou seja, as mães saberão no devido tempo. C) Poupatempo inaugurado. Notícias seguidas do atraso, pôs o órgão na boca do povo. A inauguração foi pomposa, e toda cidade soube, e por aí vai. Estes dias havia um anúncio: inscrição em vestibular. Arre! Até que enfim alguma utilidade!
Quanto ao anúncio de que em Catanduva há 3x1 mortes no trânsito em relação a São Paulo, considero o seguinte: os Agentes Fiscalizadores de Trânsito na Capital estão nas ruas por todos os lugares; há Batalhão PM especializado em trânsito; nas vias tem inúmeros radares; há o  rodízio no trânsito por placa e o transporte coletivo é utilizado maciçamente. Em relação ao binômio menor velocidade x menos morte, totalmente válido. O cuidado com os números estatísticos foi tema de aula nos bancos acadêmicos. Concluo que, embora relevante o objetivo da mensagem, ela é depreciativa para Catanduva. Os dados decorrem de uma série de fatores, como visto. À conclusão do leitor.

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