Artigo de minha autoria publicado hoje no jornal "O Regional" de Catanduva
Levo invariavelmente aos textos observações pessoais que tragam
impressões alternativas para contemplar quem as queira fazer também, contrapondo
tecnicamente o prescrito ou mesmo tido como correto.
Até hoje escrever é difícil para mim. A luta para consignar o que vai
na mente é hercúlea e peço vênia aos leitores porque não estou com esta bola
toda, mas me atrevo a registrar pensamentos e conceitos, mais por eles do que pelo
privilégio que é de poucos - escrever
bem.
Faço-o também porque devo interpretar o que se vai pela pátria sem
chuteiras: a de lápis e caneta às mãos. Pior que a derrota de 7x1 na Copa foi a
devolução de 280.903 provas em branco, somadas às 529.374 redações no ENEM, com
nota zero. Elas resultaram no número astronômico de 810.277 candidatos
considerados analfabetos funcionais, após completar o Ensino Médio.
Sobre o tema, ouso considerar que ele foi dificílimo: “A Ética na
Publicidade Infantil”. Perdoem-me os arautos da educação, a palavra ética é
utilizada para tudo e substitui as consagradas: honestidade, honradez,
desprendimento, amor, solidariedade, integração e outros conceitos positivos ao
comportamento humano.
Ética, resumidamente, se constitui num feixe de valores e conceitos que
faz do agnóstico um ser normal e feliz pelo domínio deles, apesar de não se envolver
em crença religiosa. “O Estado é laico”, proclamam aos ventos. Há livros e
livros sobre o tema. Os filósofos, literatos e religiosos se debruçam sobre
eles, desde Sócrates e Platão. Ao homem comum, o trabalho para subsistir,
“vergonha na cara”: entenderiam mais facilmente.
O termo é extremamente árido, sobre o qual boa parte de quem o
pronuncia, passa longe de seu entendimento. Fosse diferente, o comportamento
das lideranças que o têm à boca de modo a encher as bochechas, seria outro. A
capacidade de reação da população à devassidão porque passa o país, também - certamente,
ela oporia resistência implacável. Ninguém enriqueceria da noite para o dia na
política e na administração pública, sem bater às portas dos tribunais. Foi
muita pretensão de quem idealizou o tema da redação. Eles devem viver numa
bolha de excelência, extraorbital ao Planeta Terra chamado Brasil.
Os números acima são ruins, como vemos pelo ranking do Programa
Internacional de Avaliação (Pisa), que se vale de dados em: matemática, leitura
e ciência. Nele, entre 65 países avaliados os jovens de 15 anos, em 2012, o
Brasil ocupa o 57º lugar.
Falta-nos, segundo especialistas educacionais, um currículo unificado
no Ensino Fundamental e a valorização sistemática dos professores, principalmente
quanto à formação pedagógica básica deles, sendo a adoção destas medidas,
preponderantes para os povos que avançaram nos últimos tempos. Novas
iniciativas são esperadas para minimizar estas constatações. Começar já, é
preciso. Baderna, drogas, violência e corrupção não é preciso!
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