Na Trincheira do Poeta

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terça-feira, 16 de setembro de 2014

DEDO NA FERIDA


Falta de habilidade do sistema judiciário  em processar os casos de forma eficiente.

A tripartição dos poderes foi a pique, pela relação perniciosa entre executivo e legislativo, subornos e mais subornos. A eficiência, a eficácia e efetividade, assim como outros atributos do servidor público se esvaíram... foram ao léu.

ARTIGO DE MINHA AUTORIA PUBLICADO NO "O REGIONAL" DE 12/09/2014.


Com certeza, não gostaria de escrever estas linhas, mas elas são inevitáveis pelo compromisso de expressar-me,  em adendo ao que se possa interpretar, em conformidade com a minha consciência que entenda ser a conduta, a gota d’água que não apaga  o fogo, porém tem  o condão de fazer parte de uma corrente de elos fortes daqueles que operam para que haja o bem entre nós e possamos senti-lo, apalpá-lo e que deste fio inquebrantável, possamos tirar a esperança a embalar as futuras  gerações.
Poderia aqui  enfileirar situações infindas vivenciadas, nomes e exemplos bons e maus, mas vou  a constatação da ONU que em relatório publicado nesta data,  afirma que vivemos: “uma cultura autoritária”. No documento registra que há no país 549 mil detentos, embora a capacidade dos presídios seja de 355 mil  e dentre eles 217 mil aguardam julgamento.
As autoridades federais fizeram uma série de contestações, entretanto afirmam os peritos que a lentidão do judiciário é  responsável por esta situação, sendo que muitos detentos nem sabem  sua situação processual e ficam meses e até anos para serem julgados e que esta situação decorre da falta de habilidade do sistema judiciário  em processar os casos de forma eficiente.
Quando falo do judiciário, tenho algumas referências que cito a Juíza Denise Frossard por ter prendido todos os bicheiros do Rio de Janeiro de uma só vez, para nós policiais um dia de glória. Quanto aos  mais recentes: Eliana Calmon e Joaquim Barbosa, este proporcionou a condenação de políticos corruptos. Ora, se estas duas autoridades do Conselho Nacional de Justiça expuseram as mesmas deficiências do judiciário porque contestar a ONU.
Temos mesmo é que fazer o mea-culpa e qual político faz isso. Não somos só autoritários, esta elite política que aí está, fez o que quis desta nação. Montou esquemas e mais esquemas para aprovar o que quisesse no Congresso Nacional, compra de votos para apoio a tudo  e nos deu um pontapé nos fundilhos. Com um salário prisão de R$ 869,80, há, certamente para alguns a preferência que o detento continue a vida toda encarcerado.
O escárnio tomou conta dos mandatários em relação aos reles mortais. Enquanto muitos tomavam champanhe caríssimo, outros catavam dinheiro “a rodo” e a Lang Rover também, a tripartição dos poderes foi a pique, pela relação perniciosa entre executivo e legislativo, subornos e mais subornos. A eficiência, a eficácia e efetividade, assim como outros atributos do servidor público se esvaíram... foram ao léu.
Ficamos nós abestalhados ante tanta devassidão e os  índices de aprovação tão elevados destes maus condutores da coisa pública. Só há uma explicação: a não renovação de quadros pela aversão a ação política, face as dificuldade de assimilação dos valores éticos e morais que permeiam as relações  de forma generalizada.
Não se mata as pessoas somente com armas, elas são sacrificadas também pelo desalento de um estrato social, sem uma mínima lógica quanto aos  valores, quando os bandidos têm mais direitos que as pessoas de bem, é o fim.

Quando um grito na multidão, como aconteceu com a torcedora do Grêmio dá mais efeito midiático do que os 290 mortos todo dia, resultado de homicídios e crimes no trânsito, há algo de errado.  É hora de decisão, vamos fazer as substituições dos titulares. Renovação Já!

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