Na Trincheira do Poeta

Na Trincheira do Poeta

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

REVOLVER VALORES!


A racionalidade é inerente a atributos que distinguem o humano.
No atual momento político-social há muitas contradições que evidenciam necessidade de mudanças de conceitos pessoais e coletivos, principalmente na gestão da coisa pública
Artigo de minha autoria publicado hoje no Diário da Região -  Catanduva

Entre a vida campesina e a culinária, certo que revolver é um gesto essencial na química do bem feito. Ao camponês, a cultura milenar no trato com o solo. Nos tempos de criança, os pais com o arado de uma só lâmina revolvia a terra, num gesto bucólico quando projetamos a imagem daquele ente querido, com seu animal e o sulco vermelho do nosso torrão paulista.
Citei a culinária, pois nela a colher de pau substitui o arado para cuidadosamente nas mãos das mamães e vovós deixar tudo muito gostoso. Duas imagens a referenciar neste breve escrito com proposital título, ao tão importante momento da vida nacional, no qual passamos por um fio d’água tênue, e por isso mesmo precioso, como aquela que nos falta em razão da chuva que não vem.
Alimentamos nosso corpo de substâncias diversas; a terra revolvida, estercada ou adubada produz mais. A comida feita com carinho é remexida para que se dê a liga e o ponto de sabor especial.
Assim, é o conduzir das nossas posturas, emoções, atos e realizações, muitos são os condimentos. Somos massa bruta que carece, sejam revolvidos os valores positivos sempre, com recheios aqui e ali a burilar as personalidades indivíduo a indivíduo, homem a homem, para uma vida profícua em comunidade, para o bem das novas gerações.
O momento é de importante reflexão, uma vez que no próximo dia 26, através do sistema democrático de governo, escolheremos com o nosso voto, o futuro mandatário do país.
Se a terra se renova com o tombamento e os sabores pelos condimentos adicionados ao alimento, por que vamos ficar patinando numa ciranda que já vimos e não deu certo?
Ao aprofundarmos a análise da situação atual do país, vemos que o dever constitucional relativo aos direitos e garantias fundamentais expressos na Carta Magna em seu artigo 5º. Caput: à vida, à segurança, à igualdade e à propriedade sofrem sérias restrições, ante a disseminação das drogas; da descomunal incidência de mortes por atos violentos; pela precariedade do sistema prisional denunciada pela ONU, recentemente; pela distinção entre os iguais com leis de privilégios e quanto à propriedade pior ainda - as invasões, as depredações diárias de bens particulares e públicos, atos incontestes.
A racionalidade é inerente a atributos que distinguem o humano. Sejamos dignos deles. No atual momento político-social há muitas contradições que evidenciam necessidade de mudanças de conceitos pessoais e coletivos, principalmente na gestão da coisa pública onde, além do não provimento dos direitos fundamentais, como visto, são rotineiros os casos de corrupção como o último já comprovado, envolvendo a administração da Petrobrás. Mudemos já! Revolver os valores é preciso. Sábia decisão, eleitor.

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