Na Trincheira do Poeta

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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

DEBATE SUPERFICIAL

A dicotomia das polícias gera um desperdício de energia e meios.

No debate para governador de São Paulo de ontem, não vi uma só referência as estas constatações que apontam para uma urgente reformulação das estruturas e  condutas.

Em relação a segurança pública os candidatos aos cargos executivos, a nível estadual   deixam a desejar quando abordam o tema; pois  não  houve alusão ao sistema prisional e tampouco quanto a mudanças do modus operandi das forças policiais quanto a integração dos esforços, incluindo também o judiciário quanto  ao processo penal, cujo retardamento das ações em razão do prescindível inquérito policial é inquestionável.
A dicotomia das polícias gera um desperdício de energia, meios, sendo um dos entraves a eficiência policial. Com aptidão ao trabalho operacional, durante 15 anos trabalhei na atividade fim, comandando tropa como Tenente na capital, Ronda Oficial e Tático, assim como  o Setor de Guarda Externa em S.J.Rio Preto, que abrigava 140 detenos. Como Capitão  companhias destacadas por  12 anos, em José Bonifácio e Catanduva.
Os embaraços decorrentes do difícil relacionamento com algumas autoridades  policiais, são   inenarráveis,  por ridículo mesmo.  A  deficiência na comunicação de dados no interesse da repressão dos crimes algo  deprimente. Não vamos aqui enumerar fatos e ocorrências, são muitos.
Ao advogar, mais recentemente,  consegui êxito em ação de dano moral ao meu cliente em caso que as partes conduzidas ao Plantão Policial, o fato nem foi registrado. Em outro caso, após prática de crime de trânsito, devidamente registrado e com a presença do Policial no local. A autora em flagrante de crime de  omissão de socorro, registrou ocorrência de trânsito em cidade vizinha, na mesma região, uma hora depois.
Ora, com a modernidade da comunicação ela teria que ser presa, ao se apresentar ao policial para nova ocorrência. Este processo é uma verdadeira constatação dos imbróglios, entre as ações policiais e o judiciário, pois os atos de ofício inexistiram, não fosse o ânimo em perseguir o direito e a condutora criminosa que envolveu seu filho para se livrar de responsabilidade pessoal, estaria  impune. Crime de ação pública, ânimo de perseguir da justiça, também.
A decisão judicial, reformada em 2ª. Instância implicava em condenação a mais de R$ 20 mil, quando a autora recusou um acordo de R$ 1.500,00, tudo por acreditar na impunidade, apesar da gravidade da iniciativa de envolver o jovem filho em crime. Triste, muito triste este caso, dá para defender tese reivindicatória de mudanças.
No debate para governador de São Paulo de ontem, não vi uma só referência as estas constatações que apontam para uma urgente reformulação das estruturas e  condutas. Alguns fatos escabrosos acontecidos nos últimos tempos não podem ser esquecidos, quando policiais se enfrentaram em razão da contenção de grevistas da Polícia Civil. Ora se ambas polícias passavam pelas mesmas dificuldades salariais, onde o governador encontrou lógica para por uma frente a outra. Existe a Força Nacional, um caso típico de requerer seu emprego. Houve agressão a tiros na ocasião, pasmem leitores.
Os debatedores nesta área,  ficaram no superficial. Ofensas e mais ofensas e medidas propositivas mesmo, nada. É ora de alterar estruturas e revolver valores. Chega de tanto bandido nas ruas: são trancas, grades em escolas, fóruns, quartéis, câmeras, condomínio fechado, seguro e mais seguro, como fica  direito a liberdade e segurança da população. 

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