A dicotomia das polícias gera um desperdício de energia e meios.
No debate para governador de São Paulo de ontem, não vi uma só referência as estas constatações que apontam para uma urgente reformulação das estruturas e condutas.
Em relação a segurança pública os
candidatos aos cargos executivos, a nível estadual deixam a desejar quando abordam o tema; pois não
houve alusão ao sistema prisional e tampouco quanto a mudanças do modus
operandi das forças policiais quanto a integração dos esforços, incluindo
também o judiciário quanto ao processo
penal, cujo retardamento das ações em razão do prescindível inquérito policial
é inquestionável.
A dicotomia das polícias gera um
desperdício de energia, meios, sendo um dos entraves a eficiência policial. Com
aptidão ao trabalho operacional, durante 15 anos trabalhei na atividade fim,
comandando tropa como Tenente na capital, Ronda Oficial e Tático, assim
como o Setor de Guarda Externa em
S.J.Rio Preto, que abrigava 140 detenos. Como Capitão companhias destacadas por 12 anos, em José Bonifácio e Catanduva.
Os embaraços decorrentes do difícil
relacionamento com algumas autoridades policiais, são inenarráveis, por ridículo mesmo. A deficiência
na comunicação de dados no interesse da repressão dos crimes algo deprimente. Não vamos aqui enumerar fatos e
ocorrências, são muitos.
Ao advogar, mais recentemente, consegui êxito em ação de dano moral ao meu
cliente em caso que as partes conduzidas ao Plantão Policial, o fato nem foi
registrado. Em outro caso, após prática de crime de trânsito, devidamente
registrado e com a presença do Policial no local. A autora em flagrante de
crime de omissão de socorro, registrou
ocorrência de trânsito em cidade vizinha, na mesma região, uma hora depois.
Ora, com a modernidade da comunicação
ela teria que ser presa, ao se apresentar ao policial para nova ocorrência.
Este processo é uma verdadeira constatação dos imbróglios, entre as ações policiais
e o judiciário, pois os atos de ofício inexistiram, não fosse o ânimo em
perseguir o direito e a condutora criminosa que envolveu seu filho para se
livrar de responsabilidade pessoal, estaria impune. Crime de ação pública,
ânimo de perseguir da justiça, também.
A decisão judicial, reformada em
2ª. Instância implicava em condenação a mais de R$ 20 mil, quando a autora recusou
um acordo de R$ 1.500,00, tudo por acreditar na impunidade, apesar da gravidade
da iniciativa de envolver o jovem filho em crime. Triste, muito triste este
caso, dá para defender tese reivindicatória de mudanças.
No debate para governador de São
Paulo de ontem, não vi uma só referência as estas constatações que apontam para
uma urgente reformulação das estruturas e condutas. Alguns fatos escabrosos acontecidos
nos últimos tempos não podem ser esquecidos, quando policiais se enfrentaram em
razão da contenção de grevistas da Polícia Civil. Ora se ambas polícias passavam
pelas mesmas dificuldades salariais, onde o governador encontrou lógica para por
uma frente a outra. Existe a Força Nacional, um caso típico de requerer seu
emprego. Houve agressão a tiros na ocasião, pasmem leitores.
Os debatedores nesta área, ficaram no superficial. Ofensas e mais ofensas
e medidas propositivas mesmo, nada. É ora de alterar estruturas e revolver
valores. Chega de tanto bandido nas ruas: são trancas, grades em escolas, fóruns,
quartéis, câmeras, condomínio fechado, seguro e mais seguro, como fica direito a liberdade e segurança da população.
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