Na Trincheira do Poeta

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

DISPARO ACIDENTAL

No exercício da profissão policial militar, na qual fui 5 anos soldado, jamais recebi qualquer ensinamento que não fosse a retidão de conduta.

“Salve a Polícia Militar do Estado de São Paulo, corporação de lutas e glórias. Parabéns no dia de seu aniversário.”


Há 183 anos o Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, governador da província de São Paulo constituiu uma força de segurança  com 100 homens a pé e 31 a cavalo, denominado Corpo de Guardas Municipais Permanentes de São Paulo, no cumprimento de decreto imperial do Regente Feijó, era os cento e trinta do trinta e um.
 Em 1970, a  Força Púplica, teve sua denominação alterada para Polícia Militar do Estado de São Paulo, assim como  com todas as milícias uniformizadas do Brasil, com exceção da Gaúcha que preservou o nome de Brigada.
Neste mesmo ano, seu aniversário coincidiu com a terça feira, sendo as solenidades militares comemorativas, antecipadas para o domingo 13. Jamais me impressionei com o esoterismo: passar sob escada, dia  3, 13, 21, todos são iguais, entretanto foi na comemoração desta relevante data para todos nós milicianos paulistas que aconteceu.
Adentrei a reserva de armas e quando me dirigia para pegar o fuzil, deu-se o disparo e o ardume na coxa esquerda. Fui carregado pelos colegas para o Hospital Militar que era ao lado, onde fiquei internado por cinco dias. Disseram ao armeiro que o tambor do revólver não girava. Ele o  experimentou, fui  a vítima.
Em visita, no meio da semana o médico disse-me - há estilhaço do projétil alojado bem próximo do fêmur e decidimos que é melhor não retirá-lo, ele se acomoda e não lhe trará problemas. Ele atravessara uma porta, atingiu uma parede e depois a mim. Já recebera visita do comandante de pelotão e me conformara de não participar da formatura do Curso de Cabo, que aconteceu no dia 18. Os acordes da banda na formatura, tão emocionantes foram ouvidos do outro lado da rua Jorge Miranda.
Calejado dos revezes, fiquei eufórico quando o médico anunciou que na sexta, teria alta. No domingo, lá estava  manquitolando na prova de português para a APMBB, 30 dias depois o exame físico.  O diagnóstico médico certíssimo. Prestara o exame em 1969; desta feita fui aprovado. O curso frequentado me fizera bem.
Em 2012, fiquei 6 meses em tratamento e uma bateria de exames da perna esquerda e coluna. Quando da ressonância tive que ser radiografado antes, qual não foi a surpresa ao descobrir que não tinha estilhaço coisa nenhuma e sim um projétil intacto.
Segue a vida, a decisão médica salvou a expectativa de progressão na carreira. Uma vez operado, jamais receberia alta a tempo do exame, era a última chance para o concurso em razão da idade. Fica uma reflexão que trago do seminário: o futuro a Deus pertence, faça a sua parte o melhor que puder e acredite.
Ter valores positivos como referência, bem melhor do que viver ao léu. Pior ainda de mãos dadas com o vício e criminosos. 
No exercício da profissão policial militar, na qual fui 5 anos soldado, jamais recebi qualquer ensinamento que não fosse a retidão de conduta.
“Salve a Polícia Militar do Estado de São Paulo, corporação de lutas e glórias. Parabéns pelo dia de seu aniversário.”

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