Em 1987, escrevi o artigo “Duplicidade de Ação: Polícia x Polícia e Polícia x Justiça, até quando?"
De 1985 até hoje os governantes revolucionários que substituíram os militares não moveram uma palha para mudar nada na segurança quanto ao aspecto questionado.
Após trabalhar 12 anos como oficial na Polícia Militar, sendo 10 deles
em unidades operacionais, em comando de fração de tropa, a maioria destacadas, quando
me relacionei com autoridades judiciais e delegados de polícia de várias
comarcas, senti de forma visceral a incompatibilidade da estrutura
organizacional das polícias com a eficiência que delas necessita a sociedade e
o indivíduo na sua vida diária.
Em 1987, escrevi o artigo “Duplicidade de Ação: Polícia x Polícia e
Polícia x Justiça. Até quando?” Em 1992, em São Paulo frequentei o curso para major; o
Comandante Geral à época, com uma visão muito a frente do seu tempo,
desenvolveu duas pesquisas: uma sobre a eficiência da corporação comparando os
serviços voltados para si mesma em relação aos direcionados à população e outra
que reputo mais importante ainda, que envolveu toda escala hierárquica. O
resultado: 80% do efetivo de soldado a capitão aprovou a unificação, enquanto
de major a coronel apenas 40% esposou esta opinião.
Reproduzo na íntegra o tópico da entrevista do Coronel Benedito
Roberto Meira, Comandante Geral da PM paulista que, em fevereiro, passa para a
inatividade. A entrevista, um primor. Antes do texto, indago: Onde está a
sensibilidade de todos estes governantes que se dizem de vanguarda, representantes
das mudanças neste país que não aconteceram? Como se permitiram que a
ineficiência organizacional expusesse a população paulista a este estado de
coisa - refém de bandidos. Para que trabalhamos, pagamos impostos para ter 30
anos da mesmice, já detectada anacrônica desde os anos oitenta. Segue a
entrevista, pulicada no Jornal O Estado de São Paulo em 21/12/2014, pág A24,
caderno Metróple.
Repórter Marcelo Godoy: O senhor acha a Polícia Civil eficiente?
Comandante: “O modelo de segurança pública hoje no Brasil á arcaico e
ultrapassado. Devemos seguir o exemplo de outros países. Não interessa se a
polícia é civil ou militar. Ela deve ser um contingente que faça o ostensivo e
outro que faça a investigação, uma
polícia única. Essa divisão que temos no Brasil é prejudicial e danosa à
sociedade. A integração que todo mundo almeja só acontece nos escalões
superiores”.
De 1985 até hoje os governantes revolucionários que substituíram os
militares não moveram uma palha para mudar nada na segurança quanto ao aspecto
questionado. Tivemos, no ano passado, no país, 102 mil mortes violentas, e o continuísmo
aí está: uns se elegem em primeiro turno... outros depois de 12 anos recebem
mais 4.
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