Na Trincheira do Poeta

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

NOVA POLÍCIA!


Em 1987, escrevi o artigo “Duplicidade de Ação: Polícia x Polícia e Polícia x Justiça, até quando?"

De 1985 até hoje os governantes revolucionários que substituíram os militares não moveram uma palha para mudar nada na segurança quanto ao aspecto questionado.



Após trabalhar 12 anos como oficial na Polícia Militar, sendo 10 deles em unidades operacionais, em comando de fração de tropa, a maioria destacadas, quando me relacionei com autoridades judiciais e delegados de polícia de várias comarcas, senti de forma visceral a incompatibilidade da estrutura organizacional das polícias com a eficiência que delas necessita a sociedade e o indivíduo na sua vida diária.
Em 1987, escrevi o artigo “Duplicidade de Ação: Polícia x Polícia e Polícia x Justiça. Até quando?” Em 1992, em São Paulo frequentei o curso para major; o Comandante Geral à época, com uma visão muito a frente do seu tempo, desenvolveu duas pesquisas: uma sobre a eficiência da corporação comparando os serviços voltados para si mesma em relação aos direcionados à população e outra que reputo mais importante ainda, que envolveu toda escala hierárquica. O resultado: 80% do efetivo de soldado a capitão aprovou a unificação, enquanto de major a coronel apenas 40% esposou esta opinião.
Reproduzo na íntegra o tópico da entrevista do Coronel Benedito Roberto Meira, Comandante Geral da PM paulista que, em fevereiro, passa para a inatividade. A entrevista, um primor. Antes do texto, indago: Onde está a sensibilidade de todos estes governantes que se dizem de vanguarda, representantes das mudanças neste país que não aconteceram? Como se permitiram que a ineficiência organizacional expusesse a população paulista a este estado de coisa - refém de bandidos. Para que trabalhamos, pagamos impostos para ter 30 anos da mesmice, já detectada anacrônica desde os anos oitenta. Segue a entrevista, pulicada no Jornal O Estado de São Paulo em 21/12/2014, pág A24, caderno Metróple.
Repórter Marcelo Godoy: O senhor acha a Polícia Civil eficiente?
Comandante: “O modelo de segurança pública hoje no Brasil á arcaico e ultrapassado. Devemos seguir o exemplo de outros países. Não interessa se a polícia é civil ou militar. Ela deve ser um contingente que faça o ostensivo e outro que faça a investigação, uma polícia única. Essa divisão que temos no Brasil é prejudicial e danosa à sociedade. A integração que todo mundo almeja só acontece nos escalões superiores”.
De 1985 até hoje os governantes revolucionários que substituíram os militares não moveram uma palha para mudar nada na segurança quanto ao aspecto questionado. Tivemos, no ano passado, no país, 102 mil mortes violentas, e o continuísmo aí está: uns se elegem em primeiro turno... outros depois de 12 anos recebem mais 4.
Ai de nós! Sociedade de governantes míopes, quando não corruptos.

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