Na Trincheira do Poeta

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

TOLERÂNCIA BANALIZADA

Quanto a nós, profunda análise das consequências de jovens...



Certo que ao racional há presumível  possibilidade  de domínio sobre si, entretanto em certas condições podem mesmo aflorar de forma bestial e incontrolável, a força instintiva.



O caso denunciado de estupro no ocorrido no Campus da USP, envolvendo alunos do tradicional curso de medicina, repercutiu, sendo alvo de críticas severas pela sociedade em que pese a generalizada degradação dos costumes, vide os mais diversos escândalos  de malversação de dinheiro público por conta de entes públicos e empresários, corruptos e corruptores.
Por conta dos fatos,   a grande imprensa traz abordagem em que articulistas reconhecem  o problema mesmo nas escolas americanas onde “o espírito das fraternity houses universitárias protege estupradores  e pune as jovens que os denunciam”. Situação combatida pela lei Clery Act, na época do Bush pai e aprofundada em 2011 quando os relatórios dos estabelecimentos de ensino com subsídios públicos foram obrigados a atentar em seus relatórios, aos casos de intimidade forçada e perseguição.
Quanto a nós, profunda análise das consequências de jovens entre 17 e 21 anos, viverem sozinhos em ambientes coletivos, ante a violência no dia a dia, seja no próprio lar e em locais diversos desde a infância, passando pelos adultos. Ela tem uma tolerância banalizada que é um fator complicador para os estudantes. Todos esperam muito deles que na verdade não tiveram esta conscientização ao longo da curta experiência de vida.
Esta banalização da violência é reconhecida, não a sexual,  mas a genérica a professores que cuidam com esmero de suas responsabilidades em relação aos objetivos da instituição USP e por via de consequência contrariam por vezes os próprios docentes e discentes grevistas e quanto ao “modus vivendi” no campus. Sendo citada agressão a professora que necessitou de proteção dos próprios alunos, ante a "via de fato iminente".
De minha analise, valho-me do elementar aprendizado sobre os instintos básicos da subsistência e perpetuação das espécies, através do alimento e reprodução sexual, respectivamente. Nelas  residem  as  reações mais  diversas, extremadas e inconsequentes. Certo que ao racional há presumível  possibilidade  de domínio sobre si, entretanto em certas condições podem mesmo aflorar de forma bestial e incontrolável, a força instintiva.
A evolução coletiva de  todas as condições humanas e sociais quer da superação da fome, do amor, do desamor; da prática sexual se rende a  da educação como fator de acomodação dos diversos procedimentos comportamentais que são etapas para uma conduta sócial mais adequada do ponto psicofísico, diminuindo assim a incidência destes atos de total afronta à razoável convivência coletiva, inclusive na faixa etária estudantil.
Devemos, pois, ter uma visão global sobre o assunto, inclusive a legal que passa pelo encorajamento das denúncias e métodos de apuração considerando que no país há lei e delegacias especializadas na proteção dos direitos das mulheres, maiores vítimas destes atos.

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